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sexta-feira, 30 de novembro de 2012


Decisão sobre royalties do petróleo expõe mais uma vez um "Congresso de cócoras" e o baguncismo institucional. Parlamento se deixa humilhar mais do que no período da ditadura.
Se não fui o primeiro, certamente estive entre os três primeiros que reagiram mal quando o Congresso decidiu mudar a distribuição dos royalties dos campos já licitados. Sim, tratava-se mesmo de um absurdo — que o governo Lula e a então ministra e já pré-candidata à Presidência pelo PT, Dilma Rousseff, deixaram prosperar porque não queriam comprar briga com a maioria do Parlamento (afinal, há mais estados não-produtores e brasileiros que neles vivem do que o contrário) e com a maioria dos eleitores. Ou por outra: por questões primeiro eleitorais e, depois, para “manter unida a base”, os petistas decidiram não decidir nada para ver no que a coisa daria. Por um misto de covardia, populismo e cálculo, o governo se negou a fazer política. Se o Rio — estado que, de fato, conta na mobilização de opiniões — e o Espírito Santo tivessem se limitado ao mero muxoxo, menos mau… Acorre que setores influentes da imprensa compraram “a causa do Rio”, como de hábito. Sim, eu a considero uma boa causa (ocorre que também se compram as más, mas deixo pra outra hora…). E Dilma teve de se mexer. Ao fazê-lo, constatamos que o Congresso Brasileiro está de cócoras, não serve pra nada, tornou-se mero caudatário tanto das hesitações como dos arroubos do governo. Tem menos voz hoje do que tinha durante a ditadura, quando o país era governado por decretos-lei. Por que afirmo isso?
Mais uma vez, Dilma Rousseff humilha o Congresso, que, não obstante, se deixa humilhar. Repete-se agora, com o veto sobre os royalties do petróleo, o procedimento empregado no caso do Código Floresta. Vejamos. Nos dois casos, o governo não mobilizou adequadamente a folgada maioria de que dispõe; nos dois casos, os líderes do governo e do partido oficial nas duas Casas não sabiam que orientação dar porque, a rigor, não tinham orientação nenhuma; mais uma vez, o Planalto não lutou claramente por uma proposta, limitando-se a expressar seus desejos pelos jornais. Vamos ver, então, como ficam as coisas.
O Congresso aprova uma coisa. Dilma veta — e tal veto, por óbvio, pode ser apreciado e derrubado pelo próprio Congresso. Antes, no entanto, que isso aconteça, a Magnífica edita uma Medida Provisória e, só aí, sem negociar com ninguém, faz valer a sua vontade. Entenderam, então, a sequência? Ora, Congresso pra quê? E se, na vigência de uma Medida Provisória, o Congresso derrubar o veto presidencial? A oposição, que já costuma ser pouco atuante — coma as exceções de praxe —, fica ainda mais vendida em casos assim porque são temas que não obedecem à clivagem do governismo e do antigovernismo; também ela se divide em assuntos assim.
Sai arranhada é a imagem de uma instituição, de um Poder: o Legislativo. Dilma acaba tendo, assim, um instrumento ainda mais efetivo de governo do que o decreto-lei.
E pode ser piorTemos, enfim, um Parlamento que não se respeita. Quando não é “trolado”, para usar uma expressão da moda, pelo Executivo, pode ser desmoralizado por alguns de seus senhores feudais. Vejam o caso de Paulo Vieira, o diretor da ANA que está preso, acusado de ser chefe de quadrilha. Seu nome foi submetido uma primeira vez ao plenário do Senado: houve empate — não poderia ser nomeado. Foi submetido uma segunda vez: foi rejeitado. O presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), a pedido de Lula, esperou quatro meses e promoveu uma terceira votação. Conseguiu nomeá-lo. O resultado está aí.
E não que o Senado precise de auxílio externo para fazer barbeiragens. Sim, sim, eu sou favorável, por exemplo, a que os professores ganhem 10 vezes mais do que ganham e coisa e tal. O Senado aprovou um piso salarial para a categoria e decidiu que o reajuste será feito por um tal “Índice Fundeb”, que corresponde à variação anual do valor que o governo federal investe por aluno das séries iniciais.
Tudo excelente! Só que o Senado se esqueceu de indagar se os estados teriam dinheiro para tanto. Boa parte não tem. Governadores recorreram ao Supremo alegando que a medida tira dos estados o direito de gerir seus gastos, o que me parece fato. Ora, se os governadores terão de pagar um reajuste de salário que fica na dependência do quanto o governo federal vai desembolsar, resta evidente que o governo federal passou a ser o gestor da folha de pagamento que será paga por outro ente da federação. E aí? Um dos signatários da ação é o petista Tarso Genro, governador do Rio Grande do Sul, do PT. Quando governadora, a tucana Yeda Crusius havia recorrido à Justiça. Os petistas a demonizaram. Coerência é isso!
EncerrandoNotem que não estou entrando propriamente nas questões de mérito. Limito-me a apontar o que chamo de babungismo institucional. Com frequência, Executivo simplesmente anula a vontade de um Poder da República, negando-se a fazer política para depois governar por MPs. Quando não é assim, os “donos” do Senado, como Sarney, fazem gato e sapato do plenário. Não sendo nem uma coisa nem outra, prosperam, então, os poetas da generosidade, que acabam aprovando uma medida que quebra os próprios estados que representam.
Sim, há exceções, como em tudo. Em regra, nunca tivemos um Poder Legislativo tão fraco e desmoralizado.
BLOG Reinaldo Azevedo



Portaria tira do Dnocs gestão da Transposição

Além da imagem abalada por denúncias, o órgão sofre com a falta de pessoal e de investimentos

Eudoro Santana Ex- diretor geral do DNOCS
Segundo Eudoro, o grande problema do Dnocs é sua imagem perante o governo federal como órgão onde "reina a politicagem
O risco de esvaziamento do Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Dnocs) é combatido por servidores, dirigentes e ex-dirigentes do órgão. A preocupação foi agravada com a designação da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) para exercer as funções de Operadora Federal no Sistema de Gestão do Projeto de Integração do Rio São Francisco com as Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional (SGIB).

Segundo Eudoro, o grande problema do Dnocs é sua imagem perante o governo federal como órgão onde "reina a politicagem
A determinação está na portaria 603, do Diário Oficial da União, de 14 de novembro passado, assinada pelo Ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra. Mas para o ex-diretor-geral do órgão, Eudoro Santana, o Dnocs, por sua história, seu patrimônio material e imaterial, além de técnicos capacitados, é quem deveria gerir o SGIB.

"A Codevasf não entende nada de semiárido é um órgão de menor porte que cuida de um vale e não conhece a realidade dos demais estados. O Dnocs está presente em toda a região é a verdadeira universidade do semiárido", diz. Segundo Eudoro, o grande problema do Dnocs é sua imagem perante a administração federal como órgão onde "reina a politicagem". "Quando estive à frente do órgão tentei mudar essa imagem, mas outros fatores acabaram reforçando essa imagem ruim", avaliou.

Segundo ele, o órgão também está carente de pessoal e de novos investimentos. Eudoro faz um alerta de que, se os políticos da região não reagirem, o caminho será a extinção do Dnocs, como ocorreu no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), através da Medida Provisória 1795/1999. Eudoro Santana frisa que no governo Lula, quando o órgão foi retomado, falou-se em criar uma operadora federal para administrar o projeto do São Francisco, com pessoal do Dnocs, Codevasf e Chesf, "Mas agora com essa decisão de entregar tudo para um órgão sem condições e deixar o Dnocs de lado é carimbar o passaporte para seu esvaziamento total", avaliou.

Concurso
Segundo o diretor financeiro da Associação dos Servidores do Dnocs, Jocel Lopes, a questão é política e dentro dessa portaria outras prerrogativas do órgão estão sendo desviadas como a piscicultura e a hidrologia. "O ministro Fernando Bezerra já presidiu a Codevasf, talvez seja por isso que ele baixou essa portaria".
DN

quarta-feira, 28 de novembro de 2012


João Paulo Cunha é condenado a 09 anos e 04 meses 
Ex-presidente da Câmara, o deputado João Paulo Cunha (PT-SP) teve a pena fixada pelo STF em nove anos e quatro meses de cadeia. Resultado da condenação por três crimes: corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro. Como a soma resultou numa cana superior a oito anos, o grão-petista terá de iniciar o cumprimento do castigo atrás das grades.
Quando os ministros calculavam a dosimetria do peculato, o advogado Alberto Toron foi à tribuna para levantar uma “questão de ordem”. O quórum mínimo para deliberações no STF é de seis votos. Como Carlos Ayres Britto aposentou-se, restaram cinco que, tendo condenado João Paulo, participariam do cálculo da pena. Algo que, para o defensor do deputado, inviabilizaria a votação.
Valendo-se da prerrogativa de presidente, Joaquim Barbosa indeferiu a questão do doutor. Sustentou que o tribunal já havia deliberado: só quem condenou pode impor penas. O revisor Ricardo Lewandowski e o colega Marco Aurélio Mello insurgiram-se contra a decisão solitária de Barbosa. Pediram que a encrenca fosse submetida ao plenário.
Ao seu estilo, sempre mercurial, Barbosa enxergou nas intervenções um questionamento à sua autoridade de presidente. Parecia recear que a maioria dos colegas desse razão ao advogado. Algo que levaria a uma situação inusitada: depois de condenar João Paulo por peculato, o tribunal não fixaria a pena.
Argumenta daqui, contra-argumenta dali o decano Celso de Mello interveio. Recordou que o regimento interno do Supremo dá, sim, poderes ao presidente para deliberar sobre questões suscitadas por advogados. Disse, porém, que a dúvida teria de ser dirimida pelo colegiado caso fosse encampada por um dos ministros. E Marco Aurélio: não há um, mas dois ministros ecoando o advogado.
Meio a contragosto, Barbosa pôs-se a colher os votos. Apenas Marco Aurélio votou contra Barbosa. Até Lewandowski endossou o relator. E a pena foi fixada. Ficou entendido que, por trás das lanças levantadas contra o neopresidente,  estava o desejo de Marco Aurélio e de Lewandowski de enquadrar Barbosa, fazendo-o enxergar, ainda que na marra, a beleza do colegiado. No dizer de Marco Aurélio, o presidente não é senão um “coordenador” dos trabalhos. “O colegiado está acima de todos nós, inclusive do presidente”, disse.
Blog do Josias

Com atrasos, gastos com transposição do Rio São Francisco já ultrapassam os R$ 3,7 bilhões
Obra foi sempre usada como moeda eleitoral.

A região Nordeste sofre com a pior seca dos últimos 30 anos. A situação se repete no ano em que deveria estar pronta a principal ação para solucionar o problema: a transposição do Rio São Francisco. Entre 2005 e 2012 (até 19 de novembro), R$ 3,7 bilhões foram aplicados na iniciativa. O montante representa 56% dos R$ 6,6 bilhões previstos para o período.
Em 2010 foi desembolsado R$ 1 bilhão, o maior volume anual desde a inclusão da obra no Orçamento Geral da União. O ano anterior, 2009, ocupa a segunda colocação com R$ 837,8 milhões. Em 2011, R$ 636,2 milhões chegaram às ações do empreendimento. Neste ano, R$ 579,8 milhões já foram destinados à transposição do “Velho Chico”. (veja tabela)
Lula fazendo campanha dentro de canal da transposição

A transposição livraria dos efeitos da seca cerca de 12 milhões de sertanejos, levando água do Rio São Francisco a quase 400 municípios de quatro estados. Pela previsão inicial, a obra já deveria estar pronta, mas avançou apenas 43%, de acordo com o Ministério da Integração Nacional.
O Ministério da Integração ressaltou a amplitude do projeto, que vai além dos Eixos Leste e Norte, atualmente, em construção. “A transposição contempla, também, diversas obras existentes ou em construção que aumentam o alcance do abastecimento de água, por exemplo, Adutora do Agreste (PE), Vertentes Litorâneas (PB) e Eixão das Águas (CE), que já atende a região metropolitana de Fortaleza, a partir da captação de água no açude Castanhão, que receberá água do Eixo Norte”, afirma nota.
A transposição do Rio São Francisco é debatida desde o Império. Em 2003 o tema voltou a ser objeto de estudos por proposta do então ministro da Pasta, Ciro Gomes, acolhida à época pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silca. A obra foi incluída como um dos principais empreendimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em 2007.
Menos de um mês antes de deixar o cargo, Lula falou sobre o prazo de conclusão da obra. “Está previsto a gente inaugurar definitivamente a obra até 2012, o que será a redenção da região mais sofrida do nordeste brasileiro. E o povo do Nordeste vai poder decidir a utilização dessa água", declarou Lula na oportunidade.
Contudo, a previsão do ex-presidente não se confirmou. A obra parou e parte do serviço já realizado (retirada da mata e a escavação do canal) vai precisar ser novamente executada. Atualmente, as obras de construção civil estão paradas em seis dos 14 lotes da transposição. Em quatro deles, os contratos com o governo foram rompidos. Os consórcios alegam que o valor da licitação é menor do que o custo real.
O Tribunal de Contas da União (TCU) está investigando os gastos. “Irregularidades tem muitas, porque desde o início as obras vêm se debatendo com dificuldades exatamente porque falta o projeto. O empreendimento já inicia sem planejamento. Você sabe como começa, mas não como termina”, avalia o ministro do Tribunal, Raimundo Carreiro.
O TCU determinou a abertura de um processo para fiscalizar o que aconteceu em cada trecho e punir os eventuais responsáveis pelas irregularidades. O Ministério da Integração Nacional admitiu ao Jornal Nacional problemas de gestão e afirmou que está revisando os contratos com as construtoras.
“Existe problema de gestão no ministério, existe, claro que existe”, disse Robson Botelho, diretor do departamento de Projetos Estratégicos do Ministério da Integração Nacional. Botelho afirmou que praticamente todo o ano de 2011 foi utilizado em negociações para definir a continuidade das empresas nas obras: parte delas ficou, e outras preferiram sair.
O ministério afirma também que as construtoras que abandonaram os trabalhos foram multadas em 2% do valor do contrato, e que elas ainda estão obrigadas a entregar o serviço pronto sem ônus para os cofres públicos.
A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, deu um novo prazo para a conclusão da obra. “A obra foi iniciada com um projeto básico, e durante a execução de uma parte das atividades se desenvolveu o projeto executivo. Nesse momento, se percebeu uma diferença entre o projeto natural e o projeto executivo, e estamos fazendo todo o aditamento dos contratos dentro dos 25% que a lei permite. Mas que as pessoas não percam a confiança. Aquele pessoal tem fé. A água vai chegar, sim, em 2015”, declarou a ministra.
Os problemas, no entanto, já podem ser notados no custo total da transposição. O valor inicial era de R$ 4,5 bilhões, mas há dois anos subiu para cerca de R$ 6,8 bilhões e ainda este ano deve chegar a R$ 8,2 bilhões. Com as alterações, o custo das obras praticamente dobrou.
*Com informações do Jornal Nacional


Nível do mar sobe 60% mais rápido do que o previsto

De acordo com novo estudo, previsão da ONU está muito abaixo da realidade e oceanos serão elevados em um metro até o fim do século

                                Moradores usam botes para percorrer ruas durante inundação em Bangladesh

A elevação do nível do mar provocada pelo aquecimento global tem ocorrido 60% mais rapidamente do que o estimado em 2007 pelo grupo de climatologistas da ONU, o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), revelaram cientistas em um estudo que será publicado esta quarta-feira (28).
Atualmente, os mares subiram 3,2 mm ao ano, em média, segundo o estudo realizado por três especialistas em clima e publicado no periódico científico Environmental Research Letters.
A projeção "mais confiável" do IPCC, em 2007, baseada em dados de 2003, previa uma elevação de 2 mm ao ano atualmente.
A nova cifra converge com a ideia amplamente difundida de que o mundo se encaminha para uma elevação do nível do mar de um metro até o fim do século, declarou Grant Foster, da empresa americana Tempo Analytics, co-autor do estudo.
"Eu diria que um metro de elevação do nível do mar até o fim do século é provavelmente próximo do que se encontraria se você consultasse as pessoas mais informadas" a respeito, disse Foster.
"Em terras baixas, onde você tem um grande número de pessoas vivendo no limite de um metro do nível do mar, como Bangladesh, isto significa o desaparecimento da terra que sustenta suas vidas, e você terá centenas de milhões de refugiados climáticos, e isto pode levar a guerras por recursos e todo tipo de conflitos", acrescentou.
"Para grandes cidades costeiras, como Nova York, provavelmente o principal efeito seria o que vimos com o furacão Sandy", prosseguiu.
"Toda vez que temos uma forte tempestade, você tem uma intensidade maior e isto traz um risco maior de inundações", prosseguiu.
O estudo, chefiado por Stefan Rahmstorf, do Instituto Postdam para a Pesquisa do Impacto Climático (PIK), na Alemanha, mensurou a precisão dos modelos de simulação que o IPCC utilizou em seu Quarto Relatório de Avaliação, publicado em 2007.
A elevação do nível do mar provocada pelo aquecimento global tem ocorrido 60% mais rapidamente do que o estimado em 2007 pelo grupo de climatologistas da ONU, o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), revelaram cientistas em um estudo que será publicado esta quarta-feira (28).
Atualmente, os mares subiram 3,2 mm ao ano, em média, segundo o estudo realizado por três especialistas em clima e publicado no periódico científico Environmental Research Letters.
A projeção "mais confiável" do IPCC, em 2007, baseada em dados de 2003, previa uma elevação de 2 mm ao ano atualmente.
A nova cifra converge com a ideia amplamente difundida de que o mundo se encaminha para uma elevação do nível do mar de um metro até o fim do século, declarou Grant Foster, da empresa americana Tempo Analytics, co-autor do estudo.
"Eu diria que um metro de elevação do nível do mar até o fim do século é provavelmente próximo do que se encontraria se você consultasse as pessoas mais informadas" a respeito, disse Foster.
"Em terras baixas, onde você tem um grande número de pessoas vivendo no limite de um metro do nível do mar, como Bangladesh, isto significa o desaparecimento da terra que sustenta suas vidas, e você terá centenas de milhões de refugiados climáticos, e isto pode levar a guerras por recursos e todo tipo de conflitos", acrescentou.
"Para grandes cidades costeiras, como Nova York, provavelmente o principal efeito seria o que vimos com o furacão Sandy", prosseguiu.
"Toda vez que temos uma forte tempestade, você tem uma intensidade maior e isto traz um risco maior de inundações", prosseguiu.
O estudo, chefiado por Stefan Rahmstorf, do Instituto Postdam para a Pesquisa do Impacto Climático (PIK), na Alemanha, mensurou a precisão dos modelos de simulação que o IPCC utilizou em seu Quarto Relatório de Avaliação, publicado em 2007.
O novo estudo estabeleceu marcos mais elevados para a previsão do documento sobre temperatura global, destacando que havia "um consenso muito bom" do que está se observando hoje, uma tendência de aquecimento generalizada de 0,16ºC por década.
Mas destacou que a projeção do IPCC para os níveis dos mares estava muito abaixo do que os fatos têm demonstrado.
A previsão do painel para o futuro - uma elevação de até 59 cm até 2010 - "pode também estar tendenciosamente baixa", alertou, uma cautela compartilhada por outros estudos publicados nos últimos anos.
Foster disso que a elevação maior do que a projetada poderia ser atribuída ao derretimento de gelo terrestre, algo que era bem desconhecido quando o IPCC publicou seu relatório e permanece obscuro até hoje.
Outro fator seria a incerteza técnica. A projeção do IPCC tinha se baseado em informações entre 1999 e 2003, e desde então tem havido mais dados, que têm ajudado a provar a precisão de radares de satélites que medem os níveis dos mares ao fazer saltar as ondas de radar sobre a superfície do mar.
O Quinto Relatório de Avaliação do IPCC será publicado em três volumes, em setembro de 2013, março e abril de 2014.


segunda-feira, 26 de novembro de 2012


PSDB pede convocações de envolvidos na Porto Seguro

O líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PSDB-PR), anunciou nesta segunda-feira (26) que entrará com representações no Congresso para a convocação de pessoas envolvidas na operação Porto Seguro da Polícia Federal (PF). O parlamentar também pediu à PF o compartilhamento de informações e documentos sobre o caso.
Alvaro-Dias-Foto-George-Gianni-PSDB-21-300x199Dias solicitou a convocação do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, do advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, os diretores da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu Guillo e Paulo Rodrigues Vieira, a ex-chefe de gabinete da Presidência da República de São Paulo, Rosemery Nóvoa de Noronha, e outros citados nas investigações. A expectativa é que eles sejam ouvidos em diferentes comissões do Senado, como as de Constituição e Justiça, Fiscalização de Controle, Infraestrutura e outras.
“É nosso dever requisitar o inquérito policial. Esse é um tema do Senado. É preciso identificar quem faz o tráfico de influência e quem o aceita. O fato é que as agências acabam sendo ocupadas por pessoas que são indicadas por critérios políticos, e não técnicos. A Comissão de Infraestrutura do Senado tem a obrigação de convocar os responsáveis pela Anac e pela ANA para falar sobre o assunto”, declarou o parlamentar.
O caso
A operação Porto Seguro foi deflagrada pela PF na última sexta-feira (23). Segundo a PF, um esquema criminoso montado em sete órgãos federais – como a Advocacia-Geral da União (AGU) e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), entre outros – organizava uma espécie de “comércio” de pareceres fraudulentos. Os documentos eram encomendados por empresários que tinham interesse em negócios com o governo e referendados por integrantes do sistema. A PF iniciou as investigações após uma denúncia de um membro arrependido do grupo, funcionário do Tribunal de Contas da União (TCU) – ele havia recebido propina de R$ 100 mil para elaborar um parecer falso, mas voltou atrás, devolveu o dinheiro e informou a polícia.
O caso respinga em pessoas chave dos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Rosemary Nóvoa, presa pela PF, é amiga de longa data de Lula e chegou a pedir ajuda a José Dirceu – condenado a 10 anos de detenção por coordenar o mensalão – quando foi abordada pelos policiais. O articulador do esquema na AGU, segundo a PF, era José Weber, o número 2 da instituição – ele chegou ao posto referendado pela ex-ministra Erenice Guerra, sucessora de Dilma como ministra da Casa Civil.
Outra pessoa citada no caso, Paulo Rodrigues Vieira, ocupa a diretoria de hidrologia da ANA mesmo sem ter conhecimento técnico sobre o assunto – ele chegou a ser tema de um “dossiê” produzido pelos servidores da instituição e sua indicação só foi aprovada pelo Congresso após uma intensa articulação de membros da base aliada do PT.
Fonte: Agência PSDB (Com informações da Liderança do PSDB no Senado)

STF deve condenar João Paulo Cunha a regime fechado

João Paulo Cunha Ex-presidente da Câmara Federal
Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) podem condenar esta semana o deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP) a passar o dia inteiro na prisão. Pelos votos apresentados até o momento no processo do mensalão, o colegiado tem aplicado aos réus considerados culpados pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato penas superiores a oito anos de prisão. Com essa punição, por lei, os condenados têm de começar a cumprir a pena inicialmente em regime fechado.

Ex-presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha (PT-SP) é o parlamentar mais ameaçado de passar por essa situação. O recém-empossado presidente do STF e relator do mensalão, Joaquim Barbosa, já disse que somente após o plenário concluir a etapa da fixação das penas é que o colegiado decidirá sobre se os parlamentares condenados no processo perdem ou não automaticamente o mandato.
Essa decisão tem potencial para deflagrar a primeira crise entre o Judiciário e o Legislativo na presidência de Joaquim Barbosa. A expectativa de parlamentares serem condenados a passar o dia na cadeia, segundo ministros da Corte, torna a situação ainda mais sensível. O julgamento será retomado nesta segunda-feira com a análise das penas a serem impostas a nove dos 25 réus que ainda não tiveram suas penas aplicadas pela Corte, na primeira sessão de Joaquim Barbosa já como presidente do tribunal.
Nos bastidores, o relator do mensalão tem dado sinais de que é favorável à perda imediata dos mandatos dos congressistas, mas no tribunal a questão está em aberto. O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), contudo, já disse que cabe à Casa decidir o futuro dos parlamentares, após a abertura de um processo contra cada um dos condenados.
João Paulo, colega de partido de Marco Maia, foi considerado culpado pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e duas vezes por peculato. Segundo os ministros, ele recebeu propina para favorecer a agência de Marcos Valério no contrato de publicidade com a Câmara, tendo se envolvido em desvios milionários no caso.
Condenados
Outros dois deputados federais, Pedro Henry (PP-MT) e Valdemar Costa Neto (PR-SP), foram condenados na ação. Henry, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, e Valdemar, apenas por corrupção passiva. Os dois, de acordo com as manifestações do tribunal até agora, devem escapar de cumprir a pena fechada.
O ex-presidente do PT José Genoino (SP), que deve assumir um mandato na Câmara em janeiro na vaga do correligionário Carlinhos Almeida, eleito prefeito de São José dos Campos (SP), recebeu pena de 6 anos e 11 meses de prisão e deve cumprir a punição em regime semiaberto.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Joaquim Barbosa assume comando do STF com megaevento

Foram convidadas para a posse do ministro do Supremo Tribunal Federal 2 mil pessoas; cerimônia começará às 15:00h se estenderá noite adentro


O ministro Joaquim Barbosa assume nesta quinta-feira a Presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) em cerimônia que busca fazer jus à fama que conquistou nos últimos meses.
Joaquim Barbosa preside sua primeira sessão na Corte - Wilson Pedrosa/Estadao
Cerca de 2 mil pessoas foram convidadas para o evento, que começará às 15h (horário de Brasília) no Supremo e se estenderá noite adentro num dos principais buffets de Brasília - o Porto Vittoria, às margens do lago Paranoá. A festa será paga por associações de juízes.
Jornalistas acompanharão a cerminônia da posse em telões montados do lado de fora do tribunal.
Entre os convidados, estão a presidente Dilma Rousseff e o presidente da Câmara, Marco Maia, além de celebridades como os atores Lázaro Ramos e Taís Araújo, a apresentadora Regina Casé, os músicos Djavan e MV Bill e o ex-piloto Nelson Piquet.
Também são esperados representantes do movimento negro brasileiro, como o reitor da Faculdade Zumbi dos Palmares, José Vicente, e o advogado Humberto Adami, do Instituto de Advocacia Racial.
Cerca de 100 convites foram enviados a ex-colegas do ministro que lecionam em universidades nos Estados Unidos, França, Grã-Bretanha e Alemanha.
A grandiosidade do evento é atribuída a um fato inédito na história do Supremo: Barbosa será o primeiro negro a assumir a Presidência do órgão. No entanto, a fama do ministro cresceu nos últimos meses não apenas por causa da cor de sua pele, mas por sua atuação no julgamento do mensalão.
Barbosa é o relator da ação penal, tida como um marco para a história do STF. No processo, a maioria dos magistrados acompanhou a posição do ministro e considerou procedente a denúncia de que, entre 2003 e 2005, o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desviou recursos públicos para comprar apoio político.
Nas sessões, que começaram em 2 de agosto e não têm data para terminar, 25 dos 37 réus foram considerados culpados, entre os quais o ex-ministro José Dirceu, condenado a dez anos e dez meses de prisão.
Nas próximas semanas, o órgão deverá concluir a definição das penas dos condenados.
Fama. Durante o julgamento, Barbosa ganhou fama repentina: enquanto votava no Rio, no mês passado, ele foi abordado por moradores que queriam ser fotografados ao seu lado.

Difícil de se entender....
Empréstimos do BNDES para o grupo de Eike Batista na mira do Ministério Público


Liberação de recursosDepois de ver o BNDES entrar com 512 milhões de reais na fábrica de semicondutores de Eike Batista, o Ministério Público junto ao TCU resolveu enviar um pedido de informações ao banco.
Quer entender a relação custo-benefício e o risco ao qual o BNDES possa estar exposto não só no financiamento para a nova fábrica, mas para todos os empreendimentos do grupo EBX que receberam dinheiro do banco. 
Será mesmo que o dito homem mais rico do Brasil e do mundo, realmente precisa de "investimentos" do setor público para tocar seus negócios?

quarta-feira, 21 de novembro de 2012


Barbosa estreia na presidência do STF com julgamento do mensalão

Mensalão: Joaquim Barbosa estreia na presidência do STF
O ministro Joaquim Barbosa participa hoje (21) de sua primeira sessão como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) com a retomada do julgamento da Ação Penal 470, o processo do mensalão. De acordo com o gabinete de Barbosa, ele deverá acumular as funções de presidente interino e de relator do processo. A posse oficial na presidência do STF será amanhã (22).
O julgamento do mensalão entra em sua quadragésima sétima sessão após uma semana de intervalo – na última quinta-feira (15) foi feriado e a sessão de segunda-feira (19) foi cancelada. O processo começou a ser analisado no dia 2 de agosto e ainda não há previsão para terminar.
A última etapa do julgamento, de fixação das condenações, começou no dia 23 de outubro. Já foram concluídas as penas de nove réus dos núcleos político, financeiro e publicitário. Deste último, falta definir somente a pena do advogado Rogério Tolentino para o crime de lavagem de dinheiro.
O último núcleo analisado será o dos réus do Congresso Nacional e aqueles ligados a parlamentares, que tem 15 integrantes no total. O gabinete de Barbosa não informou qual o primeiro réu desse grupo que terá a pena fixada, mas a expectativa é de que seja o deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP).
O julgamento ainda continuará após a fixação das penas, pois os ministros terão que analisar questões residuais como a responsabilidade pelo decreto de perda de mandato parlamentar – se do STF ou do Congresso Nacional –, o pedido de prisão imediata dos condenados sem esperar os recursos e a possibilidade de decretar o ressarcimento de valores desviados do erário.
Além disso, os ministros devem corrigir incongruências nas penas, como no caso das multas dos sócios e subordinados de Marcos Valério. Em alguns crimes, elas  ficaram maior que a do publicitário, considerado o maior articulador do esquema. Vários ministros também já manifestaram interesse em analisar, no final, várias penas em conjunto, como um só crime em continuidade delitiva, o que reduziria significativamente os tempos de prisão já estipulados.
O julgamento será interrompido amanhã novamente para a posse de Joaquim Barbosa na presidência e de Ricardo Lewandowski na vice-presidência. A cerimônia será às 15h, no próprio STF, com a presença da presidente Dilma Rousseff e dos presidentes do Senado, José Sarney, e da Câmara dos Deputados, Marco Maia. Às 20h, os novos chefes do Judiciário serão saudados em coquetel oferecido por associações de juízes em um clube de Brasília. O mandato é de dois anos.
Agência Brasil

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Vejam o que escreveu o jornalista Carlos Chagas sobre os cinco presidentes militares que governaram o País.
Vale a pena ler, trata-se nada mais nada menos do que colocar cada um em seu lugar.
Os cinco generais presidentes do Brasil
Autor : jornalista CARLOS CHAGAS

"Erros foram praticados durante o regime militar, eram tempos difíceis. Claro que, no reverso da medalha, foi promovida ampla modernização das nossas estruturas materiais. Fica para o historiador do futuro emitir a sentença para aqueles tempos bicudos."

Mas uma evidência salta aos olhos: a honestidade pessoal de cada um!

Quando Castelo Branco morreu num desastre de avião, verificaram os herdeiros que seu patrimônio limitava-se a um apartamento em Ipanema e umas poucas ações de empresas públicas e privadas.

Costa e Silva, acometido por um derrame cerebral, recebeu de favor o privilégio de permanecer até o desenlace no palácio das Laranjeiras, deixando para a viúva a pensão de marechal e um apartamento em
construção, em Copacabana.

Garrastazu Médici dispunha, como herança de família, de uma fazenda de gado em Bagé, mas quando adoeceu precisou ser tratado no Hospital da
Aeronáutica, no Galeão.

Ernesto Geisel, antes de assumir a presidência da República, comprou o Sítio dos Cinamonos, em Teresópolis, que a filha vendeu para poder manter-se no apartamento de três quartos e sala, no Rio.

João Figueiredo, depois de deixar o poder, não aguentou as despesas do Sítio do Dragão, em Petrópolis, vendendo primeiro os cavalos e depois a propriedade. Sua viúva, recentemente falecida, deixou um apartamento em São Conrado que os filhos agora colocaram à venda, ao que parece em estado de lamentável conservação.

OBS: foi operado no Hospital dos Servidores do Estado, no Rio.

Não é nada, não é nada, mas os cinco generais-presidentes até podem ter cometido erros, mas não se meteram em negócios, não enriqueceram nem receberam benesses de empreiteiras beneficiadas durante seus governos.

Sequer criaram institutos destinados a preservar seus documentos ou agenciar contratos para consultorias e palestras regiamente remuneradas.


Bem diferente dos tempos atuais, não é?

Pois é... o pior é que ninguém faz nada !

Acrescento: nenhum deles mandou fazer um filme pseudo biográfico, pago com dinheiro público, de auto-exaltação e culto à própria personalidade!

Nenhum deles usou dinheiro público para fazer um parque homenageando a própria mãe.

Nenhum deles usou o hospital Sírio e Libanês.

Nenhum deles comprou avião de luxo no exterior.

Nenhum deles enviou nosso dinheiro para "ajudar" outro país.

Nenhum deles saiu de Brasília, ao fim do mandato, acompanhado por 11 caminhões lotados de toda espécie de móveis e objetos roubados.

Nenhum deles exaltou a ignorância.

Nenhum deles falava errado.

Nenhum deles apareceu embriagado em público.

Nenhum deles se mijou em público.

Nenhum deles passou a apoiar notórios desonestos depois de tê-los chamado de ladrões."

domingo, 18 de novembro de 2012


Netanyahu fala em "expandir" operação em Gaza e crescem rumores de invasão por terra

O primeiro-ministro de Israel, Biniyamin Netanyahu, afirmou neste domingo que o Exército israelense está pronto para "expandir significativamente" suas operações em Gaza, elevando os rumores sobre uma possível invasão terrestre iminente do território palestino.
Israelenses estão prontos para invadir Gaza"Os soldados estão prontos para qualquer atividade que possa ocorrer", afirmou Netanyahu após uma reunião do gabinete israelense, sem dar detalhes dos planos militares.As declarações foram feitas durante o quinto dia consecutivo de bombardeios israelenses à Faixa de Gaza. Dois prédios ocupados por grupos de mídia no centro da Cidade de Gaza foram atingidos, deixando vários jornalistas palestinos feridos.
Nas primeiras horas deste domingo, o Exército israelense afirmou que dois foguetes disparados de Gaza atingiram o território de Israel, após um hiato de várias horas sem disparos.
Segundo o Exército israelense, oito foguetes foram disparados de Gaza contra Israel desde a meia-noite, três dos quais atingiram o território israelense.
Dois mísseis dirigidos a Tel Aviv, a cidade mais populosa do país, foram interceptados pelo sistema israelense de defesa antimísseis na manhã deste domingo.
As autoridades de Israel dizem ter como objetivo destruir centenas de alvos em Gaza para interromper os disparos de foguetes contra seu território.
BBC

sexta-feira, 16 de novembro de 2012


Sentença de Jersey e proximidade de Haddad com Maluf revelam que o 'novo' é pão dormido
No Brasil, o lixo da política normalmente é reciclado pelo esquecimento. Os prestigiados de hoje eram os poderosos de ontem. E não precisam adaptar nada para continuar dando as cartas. Basta que acomodem seus interesses ocultos atrás da boa estampa de um gestor ‘novo’. Fernando Haddad, por exemplo, empresta sua aparência de garotão ao velho e bom Paulo Maluf.
Pisando nos seus princípios distraído, Haddad negocia a entrega de uma secretaria da prefeitura petista de São Paulo ao PP de Maluf. De repente, chega da ilha de Jersey, paraíso fiscal britânico, a notícia de que o neo-aliado foi condenado a devolver o dinheiro que desviou do município. Coisa de US$ 22 milhões. Com juros, US$ 32 milhões. Em moeda nacional: R$ 66,2 milhões.
Supremo paradoxo: enquanto analisa como vai pagar a Maluf a fatura do apoio emprestado na campanha, Haddad precisa agora planejar a repatriação do dinheiro desviado por ele e já bloqueado em Jersey. De resto, tem de programar a estratégia para tirar do aliado um pedaço de patrimônio suficiente para cobrir os juros da cifra malversada.
Presidente do PT paulistano, o vereador Antonio Donato já informou que o PP de Maluf terá, sob Haddad, um cargo no primeiro escalão. Representado nas negociações por Jesse Ribeiro, secretário-geral do PP, Maluf pediu a Secretaria de Transportes. Mas Lula mandou Haddad entregar essa pasta ao líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto. Maluf passou a reivindicar, então, a Secretaria de Habitação.
O eleitor que assistiu Haddad na propaganda da tevê, com sua cara limpinha, suas boas intenções e seu verniz da USP estão se perguntando agora se o que assistiram não era apenas mais um exemplo de professor distraído sendo explorado pelo esquema de sempre. O ‘novo’ ainda nem tomou posse e já se consolida a percepção de que esta será uma prefeitura dos espertos. A boa estampa e o ego de Haddad apenas ajudarão a manter a ilusão de que é ele quem manda.
Ao posar junto com Haddad naquelas célebres fotos ao lado de Maluf, Lula imaginou que o benefício compensaria o custo. Pensou que sucederia o que sempre ocorre no Brasil. Um país onde as contradições e as calhordices políticas são mais ou menos como os cachorros que correm atrás dos carros. Perseguem quem as praticou por algum tempo. Passam a impressão de que vão trucidá-los. Mas logo desistem. Desgraçadamente, a sentença de Jersey prolongou os latidos.
A um mês e meio da posse, o ‘novo’ de São Paulo já se revelou uma coisa muito antiga. A condenação de Maluf deu à novidade a aparência de pão dormido. Considerando-se a plataforma da campanha de Haddad, pode-se dizer que nunca antes na história desse país alguém iniciou uma administração tão mal tão bem.
Blog do Josias...

segunda-feira, 12 de novembro de 2012


Mensalão: Dirceu é condenado a mais de 10 anos de prisão

O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu a 10 anos e 10 meses de prisão pelos crimes de formação de quadrilha e corrupção ativa. Com isso, Dirceu terá de iniciar o cumprimento de pena em regime fechado, o que ocorre quando a punição é superior a 8 anos.
Dirceu foi condenado a 2 anos e 11 meses por formação de quadrilha e de 7 anos e 11 meses por corrupção ativa por ter atuado na compra de apoio político no Congresso Nacional. Também foi aplicada a sanção de 260 dias-multa, o que supera os R$ 600 mil. 

> Supremo condena Genoíno a pena de 6 anos e 11 meses de prisão
O relator afirmou que o ex-ministro se valeu do cargo para praticar os crimes e que sua atuação foi contrária a princípios democráticos. "Foi um crime de lesão gravíssima à democracia, que se caracteriza pelo diálogo e opiniões divergentes dos representantes eleitos pelo povo. Foi esse diálogo que o réu quis suprimir pelo pagamento de vultosas quantias em espécie a líderes e presidentes de partidos".
Barbosa afirmou que a ação de Dirceu "colocou em risco a independência dos poderes". "Restaram diminuídos e enxovalhados pilares importantíssimos de nossa sociedade", afirmou o relator.
No crime de quadrilha, todos os seis ministros que condenaram apoiaram a pena sugerida por Barbosa. No caso da corrupção ativa, foram oito os ministros que condenaram e apenas dois, Cármen Lúcia e Marco Aurélio Mello, sugeriram punições mais baixas.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012


PREFEITURAS DO INTERIOR

Queda de receitas federais afeta conclusão de mandatos

FPM e Fundeb tiveram menor crescimento em um contexto de inflação e aumento da folha salarial

Fortaleza Este foi o pior ano no crescimento dos repasses dos Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Isto aconteceu quando ocorreu o maior aumento da folha salarial da última década ocasionado pelos reajustes do salário mínimo (de 14,13%) e do piso do magistério (de 22,2%).
A constatação é do economista e consultor financeiro da Associação dos Prefeitos do Estado do Ceará (Aprece), José Irineu de Carvalho. Ele diz que a maioria dos prefeitos terá dificuldade de fechar as contas deste ano, sem que sejam enquadrados na Lei de Responsabilidade Fiscal, podendo responder por crime de improbidade administrativa.

Além da seca que penaliza os municípios e das redução nos repasses do conjunto FPM e Fundeb, a crise nas cidades pequenas se agrava com o fato de ser um final de mandato e, por isso, os gestores têm que quitar as dívidas contraídas nos últimos oito meses, não podendo transferir restos a pagar para os futuros sucessores.

"Este foi um ano péssimo para o gestor por se tratar de um ano eleitoral, onde não pode ajustar a folha de pagamento com demissão de empregados temporários e muito menos de concursados e efetivos", disse Irineu.

Para o economista, a conjunção de fatores que comprometem o fechamento das contas não poderia ter sido pior para quem encerra a gestão. Ele diz que, no caso do pagamento da folha, houve um aumento que não resultou da vontade propriamente dita do gestor, uma vez que boa parte está atrelada ao salário mínimo e outra ao magistério. Esse, por sua vez, representou numa elevação considerável em vista da lei do piso salarial, que ampliou o quadro de professores, obrigando os municípios a contratarem mais profissionais, a fim de adequarem o número de horas trabalhadas do professor por aluno.

Impostos

Como o FPM tem por base a arrecadação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e o Imposto de Renda, que tiveram, respectivamente, isenção e redução no recolhimento por conta do fraco crescimento industrial, houve um comprometimento do repasse do Fundo em todo o País. No Brasil, a e expectativa é que houvesse um aumento superior a 14%, enquanto que a realidade demonstrou não permitir um índice superior a 2,33%.

Aparentemente, houve um crescimento dos repasses. Em 2010, foram transferidos para os municípios cearenses R$ 1,69 bilhões. Em 2011, o valor subiu para R$ 2,13 e este para R$ 2,18, considerando o período de janeiro a outubro.

No entanto, houve mais um complicador que foi a inflação de 5,45% do Índice Nacional de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA). Enquanto isso, o IPI teve uma queda na arrecadação, de 1,31%, e o Imposto de Renda, de 3,5%. O impacto dessa situação já se verifica no estágio de desaceleração do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). "Na verdade, o pior no repasse do FPM aconteceu em 2009. Mas naquele ano, houve o socorro do Governo Federal com o apoio financeiro aos municípios, compensando assim a queda. Além disso, o Fundeb teve um aumento de 17% no repasse", disse Irineu.
DN

quinta-feira, 8 de novembro de 2012


CANDIDATURAS IMPUGNADAS

Pode haver nova eleição em oito municípios do CE

O TSE ainda não julgou todos os recursos do Ceará e no TRE ainda tem decisão a ser tomada sobre o pleito
Promotor eleitoral Marcio Torres

Em pelo menos oito municípios do Ceará ainda poderão ser realizadas novas eleições, a depender de julgamentos em andamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Candidatos a prefeito de Meruoca, Pacoti, Quixeramobim, Redenção, Nova Olinda, Reriutaba, Independência e Horizonte tiveram problemas com os registros de suas candidaturas e ainda aguardam decisões judiciais no TSE e também, em alguns casos, no TRE.
Em Redenção, Manuel Soares Bandeira, que obteve 59% dos votos, teve o registro de candidatura indeferido pelo TRE por irregularidades no Demonstrativo de Regularidade de Atos Partidários (DRAP). Recorrendo ao TSE, entretanto, o indeferimento foi mantido, mas ainda está em curso um outro recurso.

Já em Nova Olinda e Reriutaba, os postulantes Francisco Ronaldo Sampaio e Galeno Taumaturgo Lopes, que receberam a maioria dos votos, respectivamente, tiveram os registros de candidatura cassados durante a campanha, por abuso de poder. Eles respondem a uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) no TRE, mas a Corte ainda não apreciou os respectivos processos. O procurador regional eleitoral vai emitir parecer sobre os casos. Em Independência, também poderão ocorrer novas eleições, porque o candidato mais votado, com 50,63% dos votos, Valterlin Coutinho, teve o registro cassado por uma AIJE.

Diplomado
A assessoria do TRE adianta que os processos podem se prolongar até por dois anos, dada a natureza da matéria. Como a AIJE não prevê efeitos suspensivos, para que o candidato possa ser diplomado, ele terá de utilizar-se de "recursos processuais" para assegurar a posse até que o recurso seja julgado pelo TRE. Em caso de decisão desfavorável, eles ainda podem recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral.

Em Horizonte, o candidato que obteve a maioria dos votos, Manoel Gomes, o Nezinho, teve o registro negado pelo TRE, mas ainda pode recorrer ao TSE.

Por sua vez, os municípios de Acaraú, Boa Viagem, Cedro, Deputado Irapuan Pinheiro, Iguatu, Mucambo, Orós e Tururu já têm situação parcialmente definida, já que o Tribunal Superior Eleitoral reformou a decisão do TRE e deferiu os registros de candidaturas dos impugnados.
Obtendo pouco mais de 50% dos votos válidos, Alexandre Ferreira Gomes da Silveira deverá ser diplomado como prefeito em Acaraú, por decisão monocrática da ministra Laurita Vaz, que reformou decisão do TRE. No Cedro, a situação foi semelhante. Os dois únicos candidatos haviam tido os registros indeferidos, mas eles recorreram e obtiveram decisão favorável. Por ter recebido 51% dos sufrágios, Francisco Nilson Alves Diniz será o novo prefeito do município.

A divergência entre o TSE e o TRE do Ceará se dá principalmente em relação ao entendimento sobre julgamento de Contas de Gestão e de Governo. O procurador regional eleitoral, Márcio Torres, afirma que a decisão final só poderá ser dada pelo Supremo Tribunal Federal. De acordo com ele, quem está responsável por acompanhar os julgamentos em Brasília é a vice-procuradora geral da República, Sandra Cureau.

Competência
Segundo Márcio Torres, a situação ficaria ajustada entre os tribunais se o Supremo interferisse, ampliando a competência do TCM. Nesta situação, eventualmente os prefeitos empossados poderiam ter o mandato cassado. Entretanto, ele considera a possibilidade de uma decisão desse tipo ser aprovada apenas nas próximas eleições.

O procurador acrescenta que o TSE estabeleceu como prazo máximo de julgamento a diplomação dos prefeitos, pois os candidatos sub judice não podem ser empossados tampouco os que ocuparam o segundo lugar no pleito.
DN

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Gato e dono de Land Rover entre inscritos em programas sociais do governo

Filhas (em pé) de Maria das Dores brincam no interior do barraco da família no Pavão-Pavãozinho
Foto: O Globo / Domingos Peixoto
Família de miseráveis na favela Pavão Pavaozinho no Rio de Janeiro
GUARABIRA (PB) E PORTO NACIONAL (TO) - Billy é um gato de sorte. Ganhou sobrenome e entrou no cadastro do Bolsa Família. O dono do bichano, Eurico Siqueira da Rosa, era o coordenador do programa na cidade de Antônio João (MS) — e incluir o nome do gato da família é uma das fraudes pelas quais ele responde em duas ações na Justiça Federal. É um exemplo das irregularidades contra o Bolsa Família no país, que incluem ainda o caso de um dono de Land Rover na Paraíba inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) do governo federal.

Segundo a Justiça Federal de Mato Grosso do Sul, a ação penal na qual o agora ex-coordenador do Bolsa Família em Antônio João é réu — por “inserção de dados falsos em sistema” da administração pública — está nas alegações finais de MPF e defesa. Já a ação por improbidade administrativa ainda está na fase de depoimentos.
“Um agente de Saúde de Antônio João/MS (...) requereu à sra. Raquel que levasse seu filho, Billy Flores da Rosa, ao posto médico para que fosse realizada pesagem”, afirma a denúncia do MPF, ajuizada na Justiça Federal de Ponta Porã em 2009. “Para surpresa do agente, Raquel informou que Billy era seu gatinho de estimação”.
Chamada para esclarecimentos, “a sra. Raquel, ciente de que havia delatado o marido, informou que o correto seria (o nome) de um sobrinho”. Depois, para “frustrar as investigações”, o nome do sobrinho foi trocado pelo de uma sobrinha, e o da mulher de Eurico, pelo da cunhada. Segundo o MPF, Eurico confessou o cadastro do gato.
Na Paraíba, a Operação Pão e Circo, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime (Gaeco) do MP estadual com a PF e a CGU em junho, descobriu que um empresário de Guarabira (PB) dono de uma agência de eventos — envolvida no esquema alvo da operação, de fraudes em licitações e outras irregularidades em eventos no estado — teria usado como “laranjas” moradores de baixa renda inscritos no CadÚnico.

— Um dos laranjas, de Rio Tinto (PB), tem em seu nome uma Land Rover e mais seis veículos, além de uma empresa — afirma Octávio Paulo Neto, promotor do Gaeco do MP-PB.
No Amapá, o MPF investiga uso eleitoral do Bolsa Família. Segundo denúncia de julho, a chefe de uma colônia de pescadores teria cadastrado moradores das cidades de Itaubal e Amapá “retendo carteiras de identidade”, diz a procuradora regional eleitoral Damaris Baggio, para obrigá-los a votar em determinado candidato.
Também no Amapá, o procurador George Lodder abriu inquérito civil público ano passado para apurar “ineficiente cadastramento dos amapaenses no Bolsa Família”. Despacho no inquérito diz que uma reformulação feita no CadÚnico atingiu três cidades no estado; nas outras, a internet era “insuficiente”.
Enquanto fraudes desviam recursos do Bolsa Família, brasileiros que precisam do auxílio ainda estão sem ele. Luciara Guimarães e Gilvan Ferreira estão acampados há um ano na beira de uma estrada de Porto Nacional, em Tocantins. Partiram para lá com o filho Giovani, de 5 anos. Josué Caleb, de 8 meses, nasceu na casa sem banheiro, água, luz. Não estão inscritos no Bolsa Família ou em qualquer outro programa federal. Em julho, advogados se ofereceram para cadastrá-los.
— Tive medo. Queriam 30% do que a gente ia receber — diz Gilvan. — Aqui tem mosquito, violência. Uma guerra. Mas estou estudando para concurso de motorista. Quero melhorar.
No Rio, Maria das Dores Lino Gomes, de 30 anos, mora há mais de cinco anos num barraco no “Caranguejo”, um dos pontos mais altos do Pavão-Pavãozinho, com seis filhos. Sem vaga em creche e sem ter com quem deixar as crianças, não trabalha. E não recebe Bolsa Família, pois, conta, seu endereço constaria como sendo o da ex-sogra, que já tem o benefício:



— Meu ex-marido, pai das crianças, é que traz a comida da gente toda semana.
O Ministério do Desenvolvimento Social afirma que as fraudes no Bolsa Família “são menos de 0,5% em 13,46 milhões de famílias” e que “sempre que há irregularidade promove o desligamento do beneficiário, o mesmo devolve os recursos recebidos indevidamente e fica sujeito às medidas judiciais”.
— O Bolsa Família é o programa que chega realmente aos mais pobres. Cobre quase 25% da população e custa menos de 0,5% do PIB — diz Marcelo Néri, presidente do Ipea.
O Globo