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quinta-feira, 1 de maio de 2014

ÁGUA PARA TODOS

Deputado chama o secretário de frouxo

A distribuição de água no Interior foi o tema central das discussões de ontem no Legislativo estadual
deputado
Deputado Roberto Mesquita em pronunciamento na AL
A denúncia feita pelo deputado Roberto Mesquita (PV), de que havia indicação política para os programas de abastecimento de água no Governo do Estado do Ceará, gerou discussão, ontem, durante sessão ordinária na Assembleia Legislativa. O parlamentar chegou a chamar o secretário de Desenvolvimento Agrário, Nelson Martins, de "frouxo" devido à política adotada pelo gestor à frente da pasta. O deputado Osmar Baquit (PSD), fez a defesa do Governo.
A discussão começou quando Mesquita criticou a aplicação do programa Água para Todos, do Governo Federal, e o Projeto São José do Governo do Estado. O parlamentar afirmou que, no Ceará, os programas não têm sido aplicados de forma igualitária, e estariam sendo feito através de "política rasteira", empreendida pelo Governo Cid Gomes. "Diziam que Cid Gomes não faria política rasteira, mas é isso que está acontecendo. Politicagem. O Água para Todos não chega para todas as comunidades, apenas para as dos que apoiam o Governo ou ficam em localidades mais próximas a essas", atacou.
Direcionados
Ele chegou a chamar o Comitê de Combate à Seca de "farsa", pois, em sua opinião, os projetos são todos direcionados para localidades defendidas por parlamentares da base aliada. "Eu afirmo que se faz política com água. O São José e o Água para Todos só saem quando se tem a chancela para liberar. Isso é uma verdade que todos aqui na Casa sabem", enfatizou o deputado.
Segundo disse, Nelson Martins "é um secretário frouxo. Morre de medo do TCM (Tribunal de Contas dos Municípios), morre de medo do TCE (Tribunal de Contas do Estado) e não sabe fazer uma dispensa de licitação". Mesquita disse ainda ter visto a lista das localidades que seriam atendidas pelos projetos, e disse que na Casa Legislativa há alguém de confiança do Governo para fazer a divisão dos recursos entre os parlamentares. "Cada um defende o que acredita.
Eu luto pela comunidade Primavera há quatro anos e gostaria que o senhor fosse verdadeiro e dissesse se não há interferência política na escolha?", questionou ao deputado Osmar Baquit.
O parlamentar afirmou também que o Governo se destacou em outras áreas, como na Educação, com o Programa Alfabetização na Idade Certa (Paic), mas não teve êxito em relação às ações agrárias.
Defesa
Em relação ao programa São José, o deputado ressaltou que chegou a apresentar requerimento sugerindo que a prioridade fosse dada a um Município com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que possuísse mais famílias e com maior dificuldade, o que não foi aceito.
Em defesa do Governo do Estado e da Secretaria do Desenvolvimento Agrário, Osmar Baquit (PSD) discordou das denúncias feitas pelo colega, e destacou que não há politicagem na distribuição dos recursos hídricos do Ceará, e sim, todo um planejamento, que é realizado juntamente com a Defesa Civil.
"Existem projetos que demoram ou ainda não começaram por conta da burocracia. Nelson Martins é um homem sério e não usaria fornecimento de água em troca de votos. Faça qualquer crítica procedente, mas isso não é verdade", atacou Baquit.
Ele rebateu as críticas de Mesquita e disse que o esquema insinuado pelo opositor não é de conhecimento da Casa Legislativa. Conforme defendeu, nunca foi presenciado a liberação de projetos por afinidade política, salientando também que intermediar a favor de uma localidade é legitimo. "O que não pode acontecer é a discriminação e a perseguição. Se a comunidade que o senhor defende tem 100 famílias e fonte de água, não justifica estar sem a liberação do projeto", questionou.
Em resposta, Roberto Mesquita disse que se sentiu ofendido pelo governista, que o teria desmentido na frente de pessoas que sofrem com a situação, e que estavam nas galerias da Assembleia, durante a sessão de ontem. "O deputado Osmar Baquit me obriga a contar como é que funciona. Todos sabem que o projeto São José e o Água para Todos ficam em uma lista, e o representante do Governo nesta Casa chama o deputado e diz que vai ser liberado isso e aquilo do projeto. Foi assim comigo", disse ele, afirmando que desde o primeiro ano de mandato na Assembleia procurou inserir duas comunidades nos projetos do Governo, mas não obteve sucesso.
Com Diário do Nordeste..

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