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segunda-feira, 13 de agosto de 2012


Mensalão: Defesa de Roberto Jefferson quer Lula como réu

Advogado pediu conversão do julgamento em diligência 

Ao defender o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) – delator do esquema do mensalão e denunciado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro – o advogado Luiz Francisco Correa Barbosa atacou duramente o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e acabou por pedir aos ministros do Supremo Tribunal Federal que “convertam este julgamento em diligência”, com o objetivo de incluir como principal réu da Ação Penal 470 o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O defensor de Jefferson reafirmou nesta segunda-feira, no plenário do STF, em sustentação que não durou mais de 40 minutos, que o ex-presidente “sabia e tinha participação no mensalão”, já que não podia “desconhecer” o que se passava nas “tenebrosas transações” que ocorriam “entre as quatro paredes do Palácio do Planalto”, conforme afirmou o chefe do Ministério Público, na semana passada, no início do julgamento da ação penal. E chegou a acusar, em tom de discurso, o procurador-geral da República de ter cometido “crime de responsabilidade”.
“Tudo isso aconteceu sob suas barbas e nada. (O ex-presidente Lula) Não só sabia como ordenou tudo isso a José Dirceu e aos principais denunciados nesta ação. Mas e o Lula? Ele é safo, sim, é doutor honoris causa. Ele não só sabia, mas ordenou tudo isso que é objeto da denúncia. Os empregados atenderam  ao patrão, e deixaram fora o patrão. Mas o procurador-geral da República deixou ele (Lula) de fora. E é ele quem tem de informar por que. Esta ação vai gerar gerar um festival de absolvições. Até por que o mandante está fora”, afirmou o advogado Luiz Francisco Barbosa.
Denúncia de Jefferson
O defensor de Roberto Jefferson começou a sustentação oral relembrando que foi ele, então presidente do PRB, quem procurou o então presidente Lula quando “percebeu manobras de cooptação de parlamentares” em troca de uma mesada para votar matérias de interesse do governo. E que se dirigiu com o mesmo objetivo aos então ministros Ciro Gomes e Miro Teixeira. Ele citou como testemunhas do encontro de Jefferson com Lula o ex-ministro Valfrido dos Mares Guia, e os líderes petistas Aldo Rebelo, Arlindo Chinaglia e José Múcio Monteiro. E que Lula se deu por “surpreso, como se sentindo traído, o olho lacrimejando”.
JB

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