PARA ONDE VÃO OS INVESTIMENTOS
Eólica terá R$ 40 bi até 2016 no País; Ceará gera 38% hoje
Até 2016, segundo a Abeeólica, R$ 40 bilhões serão aplicados no setor. Até 2014, serão R$ 22 bi no Nordeste
Os recentes apagões no sistema elétrico do País trazem novamente à tona as discussões acerca da segurança energética brasileira. Embora, diferentemente de 2001, desta vez, as falhas venham sendo atribuídas aos equipamentos de transmissão, a preocupação com a geração de energia ainda é constante.
Atualmente, ao lado das hidrelétricas, as térmicas são quem entram em cena em caso de interrupções. Por gerar uma energia mais cara, estas tendem a elevar as contas de luz.
Assim, os olhares se voltam, mais uma vez, para a evolução do conjunto de fontes renováveis. Como anda a capacidade instalada de energia eólica e solar, por exemplo, grandes apostas governamentais para a diversificação da matriz energética nacional e quais as perspectiva para o setor nos próximos anos?
Nordeste na frente
Segunda fonte de energia mais competitiva em termos de preço hoje no Brasil - só perde para a hidráulica -, a eólica caminha, literalmente, de vento em popa.
Até 2016, segundo a presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Elbia Melo, cerca de R$ 40 bilhões serão aplicados no setor, em virtude dos parques em construção, vencedores dos últimos leilões de energia.
Assim, os olhares se voltam, mais uma vez, para a evolução do conjunto de fontes renováveis. Como anda a capacidade instalada de energia eólica e solar, por exemplo, grandes apostas governamentais para a diversificação da matriz energética nacional e quais as perspectiva para o setor nos próximos anos?
Nordeste na frente
Segunda fonte de energia mais competitiva em termos de preço hoje no Brasil - só perde para a hidráulica -, a eólica caminha, literalmente, de vento em popa.
Até 2016, segundo a presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Elbia Melo, cerca de R$ 40 bilhões serão aplicados no setor, em virtude dos parques em construção, vencedores dos últimos leilões de energia.
Nesse contexto, o Nordeste parte na frente. Os estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Bahia, receberão a maior parte dos projetos. "Dos 7 GW previstos para entrar em operação até 2014, que somam cerca de R$ 30 bilhões em investimentos, aproximadamente R$ 22 bilhões serão aplicados no Nordeste, concentrados nos Estados do Ceará, Bahia e Rio Grande do Norte", avalia o presidente da Câmara Setorial de Energia Eólica do Ceará, Adão Linhares. "Destes projetos, o Rio Grande do Norte lidera com 3 GW, com o Ceará vindo em seguida com 2 GW. No entanto, em termos de capacidade atualmente instalada, o Ceará é líder, sendo responsável pela geração de 38% de toda a energia eólica produzida no País. Em média, os despachos mensais têm sido de 170 megawatts (MW), o que dá para atender 1,2 milhão de habitantes ou o equivalente a 400 mil residências", complementa Elbia Melo, da Abeeólica.
Falta transmissão
No entanto, explica, a ressalva fica por conta das linhas de transmissão. "Os projetos estão sendo entregues no prazo. Porém, quando eles estão prontos para despachar a energia, não existem as linhas de transmissão próximas aos parques eólicos para permitir a distribuição", afirma.
"Hoje, temos 622 MW adicionais prontos para entrar em operação no País e as linhas de transmissão não estão lá para distribuir", emenda. "Caso a questão da transmissão acompanhasse o potencial da geração eólica, esta fonte teria um grande papel na geração local, por estar mais próxima do consumidor, em caso de falhas no Sistema Interligado Nacional", sugere.
Falta transmissão
No entanto, explica, a ressalva fica por conta das linhas de transmissão. "Os projetos estão sendo entregues no prazo. Porém, quando eles estão prontos para despachar a energia, não existem as linhas de transmissão próximas aos parques eólicos para permitir a distribuição", afirma.
"Hoje, temos 622 MW adicionais prontos para entrar em operação no País e as linhas de transmissão não estão lá para distribuir", emenda. "Caso a questão da transmissão acompanhasse o potencial da geração eólica, esta fonte teria um grande papel na geração local, por estar mais próxima do consumidor, em caso de falhas no Sistema Interligado Nacional", sugere.
De fato, avalia, Linhares, a segurança energética do Brasil hoje é crítica porque combina fatores como falhas nos equipamentos, refletida pela falta de manutenção, e o baixo nível de energia armazenada nos reservatórios das hidrelétricas, o que deixa o sistema próximo da curva de aversão ao risco. "Será que em não ocorrendo chuvas todas as térmicas seriam acionadas? O País pagaria esse custo? Elas suportariam o abastecimento?", questiona Linhares.
DN
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