Portaria tira do Dnocs gestão da Transposição
Além da imagem abalada por denúncias, o órgão sofre com a falta de pessoal e de investimentos
Eudoro Santana Ex- diretor geral do DNOCS |
Segundo Eudoro, o grande problema do Dnocs é sua imagem perante o governo federal como órgão onde "reina a politicagem
O risco de esvaziamento do Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Dnocs) é combatido por servidores, dirigentes e ex-dirigentes do órgão. A preocupação foi agravada com a designação da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) para exercer as funções de Operadora Federal no Sistema de Gestão do Projeto de Integração do Rio São Francisco com as Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional (SGIB).
Segundo Eudoro, o grande problema do Dnocs é sua imagem perante o governo federal como órgão onde "reina a politicagem
A determinação está na portaria 603, do Diário Oficial da União, de 14 de novembro passado, assinada pelo Ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra. Mas para o ex-diretor-geral do órgão, Eudoro Santana, o Dnocs, por sua história, seu patrimônio material e imaterial, além de técnicos capacitados, é quem deveria gerir o SGIB.
"A Codevasf não entende nada de semiárido é um órgão de menor porte que cuida de um vale e não conhece a realidade dos demais estados. O Dnocs está presente em toda a região é a verdadeira universidade do semiárido", diz. Segundo Eudoro, o grande problema do Dnocs é sua imagem perante a administração federal como órgão onde "reina a politicagem". "Quando estive à frente do órgão tentei mudar essa imagem, mas outros fatores acabaram reforçando essa imagem ruim", avaliou.
Segundo ele, o órgão também está carente de pessoal e de novos investimentos. Eudoro faz um alerta de que, se os políticos da região não reagirem, o caminho será a extinção do Dnocs, como ocorreu no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), através da Medida Provisória 1795/1999. Eudoro Santana frisa que no governo Lula, quando o órgão foi retomado, falou-se em criar uma operadora federal para administrar o projeto do São Francisco, com pessoal do Dnocs, Codevasf e Chesf, "Mas agora com essa decisão de entregar tudo para um órgão sem condições e deixar o Dnocs de lado é carimbar o passaporte para seu esvaziamento total", avaliou.
Concurso
Segundo o diretor financeiro da Associação dos Servidores do Dnocs, Jocel Lopes, a questão é política e dentro dessa portaria outras prerrogativas do órgão estão sendo desviadas como a piscicultura e a hidrologia. "O ministro Fernando Bezerra já presidiu a Codevasf, talvez seja por isso que ele baixou essa portaria".
"A Codevasf não entende nada de semiárido é um órgão de menor porte que cuida de um vale e não conhece a realidade dos demais estados. O Dnocs está presente em toda a região é a verdadeira universidade do semiárido", diz. Segundo Eudoro, o grande problema do Dnocs é sua imagem perante a administração federal como órgão onde "reina a politicagem". "Quando estive à frente do órgão tentei mudar essa imagem, mas outros fatores acabaram reforçando essa imagem ruim", avaliou.
Segundo ele, o órgão também está carente de pessoal e de novos investimentos. Eudoro faz um alerta de que, se os políticos da região não reagirem, o caminho será a extinção do Dnocs, como ocorreu no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), através da Medida Provisória 1795/1999. Eudoro Santana frisa que no governo Lula, quando o órgão foi retomado, falou-se em criar uma operadora federal para administrar o projeto do São Francisco, com pessoal do Dnocs, Codevasf e Chesf, "Mas agora com essa decisão de entregar tudo para um órgão sem condições e deixar o Dnocs de lado é carimbar o passaporte para seu esvaziamento total", avaliou.
Concurso
Segundo o diretor financeiro da Associação dos Servidores do Dnocs, Jocel Lopes, a questão é política e dentro dessa portaria outras prerrogativas do órgão estão sendo desviadas como a piscicultura e a hidrologia. "O ministro Fernando Bezerra já presidiu a Codevasf, talvez seja por isso que ele baixou essa portaria".
DN
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