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quarta-feira, 19 de novembro de 2014

BIOGÁS
Ônibus urbano da Scania é movido a 'titica' de galinha








O abastecimento do ônibus é igual ao de um veículo movido a GNV


Um ônibus movido a titica de galinha... Não é piada: é uma realidade na Europa, que chega ao Brasil oficialmente esta semana. Em parceria com a Itaipu Binacional, a Scania apresenta um ônibus movido a biometano, um biogás produzido a partir dos dejetos das penosas.
A ideia surgiu ano passado, quando o fabricante trouxe, da Suécia, o chassi 6x2 da linha K movido a gás natural veicular. Itaipu, que já produzia biometano para geração de eletricidade e combustível, fechou a parceria com o fabricante.
O motor traseiro de cinco cilindros e 9,0 litros é ciclo Otto e foi projetado para queimar GNV. Ganhou câmara de combustão especial, que não deixa resíduos de metano e queima 100% do combustível.
Com isso, e mais um mapeamento eletrônico diferente, a Scania conseguiu ter, no propulsor, força em baixas rotações e uma curva de torque similar à de um ciclo Diesel.

O nível de pureza do biometano também ajuda. O processo todo começa na Granja Haacke, em Santa Helena (PR), a 100km da Usina de Itaipu.

Lá, 180 mil galinhas garantem a produção de ovos e de... excrementos. Estes são captados por dutos especiais e levadas a um biodigestor. Então, os dejetos são degradados por colônias de microorganismos e é gerado biogás e biofertilizante.
O biometano passa por uma filtragem para eliminar outros gases e garantir 90% de pureza. Depois, são envazados em cilindros e transportados até um posto de abastecimento dentro de Itaipu.

PROCESSO DE PURIFICAÇÃO

O biometano combustível produzido já abastece oito caminhões da frota da granja e o ônibus Scania que transporta alunos dentro da área da usina. O abastecimento se dá como em veículos movidos a GNV. Bombas, bicos e cilindros são iguais aos usados para o gás natural.

O motor rende 320cv de potência para mover o ônibus de 15m e capacidade para 120 passageiros. Segundo os engenheiros, o chassi similar a diesel tem 340cv. O consumo, garantem, é melhor: chega a 15km/m³ (um coletivo a GNV faz 5km/m³ e, a diesel, 3km/l). E o preço na bomba seria equivalente ao do GNV atual.

Outra vantagem é ambiental. O motor atende às normas Euro VI e promete emitir menos da metade dos níveis máximos permitidos na Europa de material particulado e óxido de enxofre.
— O motor foi usado do jeito que chegou da Suécia e não encontrou dificuldades com o biometano daqui. Significa que estamos prontos para produzir biometano — comemora Silvio Munhoz, diretor de vendas da Scania.

Uma frota maior movida a biometano — como já ocorre em países da Escandinávia e do norte da Europa — ainda é um projeto a longo prazo. Os entraves maiores são o alto custo dos equipamentos para processo do combustível, como o filtro de biogás, que custa R$ 180 mil cada.

Quanto ao ônibus, o diretor da Scania diz que não vê altos custos para a produção de veículos deste tipo.
Até porque este modelo da Linha K tem 80% de peças em comum com o chassi feito no Brasil movido a diesel.


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