Morre Shimon Peres, Nobel da Paz e presidente de Israel de 2007 a 2014
Décadas mais velho do que o próprio Estado que passou a representar, como ícone político e patrono da paz, Shimon Peres, morreu nesta terça-feira (27) –madrugada de quarta em Israel–, aos 93 anos. Ele foi premiê de Israel por três vezes nos anos 70, 80 e 90 e presidente entre 2007 e 2014.
A informação da morte de Peres, que estava no hospital há duas semanas, foi confirmada pela agência de notícias oficial do governo de Israel.
Ele deixa como rastro um longo caminho durante o qual ocupou cargos em diferentes níveis, governos e ideologias, construindo uma imagem complexa de si mesmo.
Para a memória mais imediata, principalmente na das gerações recentes, Peres se coloca entre os pacificadores e líderes carismáticos. Ele fundou um centro para a promoção da tolerância que leva seu nome e inclui, em seu currículo, um Nobel da Paz recebido em 1994 pelas negociações que levaram aos Acordos de Oslo.
Mas, como o Estado de Israel, o presidente tem uma trajetória que vai além da imagem política.
Ele é apontado não apenas como prócer da coexistência entre israelenses e palestinos, sobre a qual discursa ao redor do mundo, mas também como mentor da campanha militar do Sinai, em 1956, e como idealizador da política de assentamentos que, hoje, é apontada como um dos principais entraves à paz no Oriente Médio.
Peres nasceu em Wieniawa, no território que era então considerado polonês. Hoje, a cidade chama-se Vishniev e está dentro das fronteiras de Belarus. O presidente testemunhou, pouco depois, outra alteração territorial, pois migrou com sua família aos 11 anos à Palestina do Mandato Britânico —mas o território passou a ser o Estado de Israel em 1948, após conflitos regionais.
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