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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013


Presidente do PT acha que imprensa e Ministério Público podem levar o país ao nazismo e ao fascismo. Aceito o desafio de demonstrar que o petismo pode ser herdeiro dos fascistas, mas jamais o jornalismo livre

Rui Falcão, presidente do PT, ainda não se conformou com a imprensa independente e afirmou ontem, na Câmara, que esse jornalismo que ele deplora e o Ministério Público podem conduzir o país ao nazismo e ao fascismo. Esta quarta-feira foi um dia adequado para tratar do tema. Há 80 anos, Adolf Hitler chegava ao poder na Alemanha. Escrevi um post a respeitoO nazismo — a forma que tomou o fascismo alemão — tinha um ideário e um programa para a imprensa. Já chego lá.
Falcão, reconduzido à presidência do PT com o apoio unânime dos mensaleiros, acha que os jornalistas e o Ministério Público demonizam a política. Leio na Folhaesta declaração formidável:
Ruy Falcão Presidente nacional do PT
“Sejamos francos: quem é a oposição no Brasil? Há oposição dos partidos políticos, mas há oposição mais forte, mas que não mostra a cara, quando poderia fazê-lo. É o que chamo de oposição extrapartidária, que se materializa numa declaração que a imprensa veiculou de Judith Brito, que disse com todas as letras: ‘como a oposição não cumpre seu papel, nós temos que fazer’. E vem fazendo.”
Judith Brito é a presidente da ANJ (Associação Nacional de Jornais). E não! Ela não afirmou o que Falcão lhe atribui. Ele pinça duas ou três palavras de uma resposta mais ampla dada ao Globo. O link da reportagem está aquiEla criticava, e com absoluta razão, o Plano Nacional de Direitos Humanos (neste blog, chamado de “Plano Nacional-Socialista de Direitos Humanos), que simplesmente instituía a censura no país. E fez uma afirmação que sustento neste blog desde o primeiro dia. Reproduzo:
“A liberdade de imprensa é um bem maior que não deve ser limitado. A esse direito geral, o contraponto é sempre a questão da responsabilidade dos meios de comunicação. E, obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada. E esse papel de oposição, de investigação, sem dúvida nenhuma incomoda sobremaneira o governo.
A declaração é de março de 2010. Judith disse o óbvio: uma das atribuições da imprensa é mesmo vigiar o poder e os poderosos, segundo os marcos legais e constitucionais. Ocorre que, nas democracias, essa é também uma das tarefas da oposição. Como, no Brasil, ela anda tímida e atrofiada, em contraste com a hipertrofia do governo, a imprensa acaba assumindo o lugar da única voz discordante. MAS ATENÇÃO! NÃO PORQUE TENHA UM PROJETO POLÍTICO! Não tem! Aliás, existem “imprensas”, no plural.
Falcão, este notável pensador de rapina, acaba se traindo e revela o que ele próprio pensa da oposição: é fraca e irrelevante. Na verdade, ela não o preocupa e aos petistas; tiram de letra! Chato mesmo é ter de aguentar o jornalismo que ainda não se rendeu, que ainda não caiu de joelhos. E olhem que vocês conhecem a rotina de sabujice que tem caracterizado a grande imprensa nestes tempos. O próprio Falcão foi tratado na CBN, por exemplo (leia post), como o defensor das criancinhas, embora tenha feito um projeto de lei inconstitucional. Fernando Haddad aparece como herói da cidade. Políticos de oposição têm sido impiedosamente ridicularizados. O petismo emplaca a pauta que bem entender em certos veículos. Não está bom para Falcão.
Nota antes que continue: quem ouvia atentamente o discurso de Falcão em seu primeiro dia de trabalho na Câmara? José Genoino, o deputado condenado por corrupção ativa e formação de quadrilha. O presidente do PT só não incluiu o Poder Judiciário entre os agentes do novo nazifascismo porque se acovardou.
Quem repete os nazistas mesmo?Pois é… Ontem lembrei trechos aqui do programa dos nazistas e afirmei que qualquer semelhança com as teses dos partidos de esquerda não era mera coincidência. Ao contrário: a raiz do pensamento é comum. A tentação de se criarem entes que vigiem a sociedade — quando, nas democracias, é a sociedade que vigia esses entes — é a mesma. Fascismo e comunismo reúnem os fanáticos da reengenharia social e do controle das vontades. E a imprensa livre está muito além daquilo que eles podem tolerar.
Vejam se o item 23 do programa nazista não se encaixa à perfeição no discurso de Rui Falcão (em vermelho):
23. Exigimos que se lute pela lei contra a mentira política deliberada e a sua divulgação através da imprensa. Para que se torne possível a constituição de uma imprensa alemã, exigimos:
a) que todos os redatores e colaboradores de jornais editados em língua alemã sejam obrigatoriamente membros do povo (Volksgenossen);
b) que os jornais não-alemães sejam submetidos à autorização expressa do Estado para poderem circular. Que eles não possam ser impressos em língua alemã;
c) que toda participação financeira e toda influência de não-alemães sobre os jornais alemães sejam proibidas por lei, e exigimos que se adote como sanção para  toda e qualquer infração o fechamento da empresa jornalística e a expulsão imediata dos não-alemães envolvidos para fora do Reich.
Os jornais que colidirem com o interesse geral devem ser interditados. Exigimos que a lei combata as tendências artísticas e literárias que exerçam influência debilitante sobre a vida do nosso povo, e o fechamento dos estabelecimentos que se oponham às exigências acima
.
Aliás, boa parte da pregação petista seria abraçada pelo nacional-socialismo sem hesitação, como se pode ver aqui. Se é de nazistas e fascistas que Rui Falcão quer falar, eu topo a brincadeira. E, como se nota, estaremos em campos opostos nisso também.
Somos “os judeus” de Rui FalcãoContestando um vídeo gravado por este senhor, em que, ora vejam!, ele atacava a imprensa livre — e é por isso que essa gente paga a imprensa do nariz marrom com o nosso dinheiro —, demonstrei as semelhanças que havia entre a sua fala e um pronunciamento de Goebbels no dia 10 de fevereiro de 1933. Hitler estava no poder havia apenas 11 dias.
Um dos alvos de Goebbels no discurso foi a imprensa dos “judeus insolentes”. Leiam trechos:
(…)
Se hoje a imprensa judaica acredita que pode fazer ameaças veladas contra o movimento Nacional-Socialista e acredita que pode burlar nossos meios de defesa, então, não deve continuar mentindo. Um dia nossa paciência vai acabar e calaremos esses judeus insolentes, bocas mentirosas!
(…)
Eu só queria acertar as contas com os [nossos] inimigos na imprensa e com os partidos inimigos e dizer-lhes pessoalmente o que quero dizer em todas as rádios alemãs para milhões de pessoas.
Eis aí. Somos os “judeus insolentes” de Rui Falcão.
Enquanto o presidente do PT fazia esse discurso, Luiz Inácio Apedeuta da Silva, o chefão do partido, celebrava o reino da liberdade e da justiça em Cuba.
Por Reinaldo Azevedo

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013


O PANORAMA POLÍTICO EM RAIO "X"
Divisão no PMDB
        O Planalto está reagindo à tentativa do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e do candidato a sucedê-lo, Renan Calheiros (PMDB-AL), de impor o senador Romero Jucá (PMDB-RR) como líder do governo na maioria. O vice Michel Temer e a ministra Ideli Salvatti entraram em campo para garantir que o futuro líder do PMDB, Eunício Oliveira (CE), comande a maioria.
A ira e a enrolação
O vice paulista Afif Domingos (PSD) e a ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) continuam negando que conversaram sobre parecer jurídico que permite a Afif acumular a vice e o Ministério da Micro Empresa. Mas agora, Afif reconhece a existência do parecer, ao qual se refere como: “precedentes firmados em jurisprudência”. Ontem, admitiu que o estudo foi produzido pelo “consultor Cláudio Lembo”. “É uma questão em tese, não é para mim especificamente, é para qualquer vice”, justifica. Contou também que, na sexta-feira (25), em São Paulo, a presidente Dilma reagiu com ira à ideia. A presidente lhe disse: “Que barbaridade é aquela que saiu no Globo!”.
Passei dez dias com a presidente Dilma na Rússia e ela não falou nada. Estou fora. Não estou em idade de aventura

Luiz Henrique
Senador (PMDB-SC), ao ser sondado para concorrer à presidência do Senado contra o líder do PMDB, senador Renan Calheiros (AL)
O Reinado
Inocêncio Oliveira (PR-PE), ex-presidente da Câmara, quer completar duas décadas ininterruptas na Mesa Diretora da Casa. Em 2011, ele tinha dito que não concorreria mais. Mas agora disputa a vaga do PR contra Maurício Lessa (AL) e Francisco Floriano (RJ). O político de Serra Talhada já avisou que se perder no partido, vai a plenário como candidato avulso.
Quem sou eu
O grupo da ex-senadora Marina Silva (sem partido), o coletivo Nova Política, começou a debater nomes para o novo partido que está sendo criado. Estão na lista sugestões: Partido da Terra, Brasil Vivo, Partido Plural e Semear.
Na contramão da sociedade
Os agentes penitenciários fazem greve hoje. Querem derrubar veto da presidente Dilma a artigo que permite que eles usem armas fora do horário de trabalho. A sociedade quer menos armas nas ruas. Em 10 anos de Estatuto de Desarmamento foram recolhidas 617 mil armas. Se os agentes vencerem a queda de braço com o governo, serão mais de 70 mil armas nas ruas.
O drama dos royalties
O presidente da CNT, senador Clésio Andrade (PMDB-MG), reuniu 400 prefeitos anteontem em jantar. O evento virou uma manifestação pela derrubada do veto da lei dos royalties do petróleo e pelo aumento dos royalties do minério para 4%. 
Corporativismo
A decisão do PGR, Roberto Gurgel, de denunciar Renan Calheiros (PMDB-AL) pode ter blindado sua candidatura à presidência do Senado. Muitos senadores dizem que foi oportunismo, passados quatro anos, denunciá-lo há sete dias do pleito.
A explicação
O governo da Paraíba escreve dizendo que não acusou o Tribunal de Justiça do estado de cometer irregularidades no pagamento de precatórios. Explica que recorreu ao CNJ para obter certidão e viabilizar empréstimo no BNDES.

ESCÂNDALO. Afastado em setembro, pela Justiça, José Riva (PSD) concorre amanhã para voltar a presidir a Assembleia Legislativa de Mato Grosso.
Fonte O Globo


terça-feira, 29 de janeiro de 2013


Custo de uso do Castelão preocupa

Ceará e Fortaleza relutam em assinar contrato com a administradora do estádio

Fortaleza, CE, 29 (AFI) - Abrir a Arena Castelão pela primeira vez após a reforma representou uma despesa de R$ 402.118,68. Esse foi o valor dos gastos com a rodada dupla realizada domingo, quando o Bahia venceu o Ceará por 1 a 0 e Fortaleza e Sport ficaram no 0 a 0, pela Copa do Nordeste, de acordo com o borderô divulgado pela Federação Cearense e publicado no site da CBF. A renda bruta da partida foi de R$ 590.494,00, arrecadados de 33.249 pagantes - exatas mil pessoas entraram no estádio gratuitamente.
O borderô atesta o que já era esperado: abrir o Castelão não vai sair barato. É justamente por causa do alto custo que a diretoria dos doisprincipais times do estado, Ceará e Fortaleza, relutam em assinar contrato com a administradora do estádio, o Consórcio Arena Castelão, para jogar frequentemente no local.
No domingo, a rodada dupla deu lucro para os clubes. Da renda líquida de R$ 188.375,32 (renda bruta foi de R$ 590.494,00), o Ceará ficou com R$ 83.335,66 depois de deduzido os custos com cortesias oferecidas pelo clube e com o valor referente aos ingressos do programa sócio-torcedor. O Fortaleza ficou com uma quantia menor, R$ 69.207,51, pois teve retidos R$ 14.128,15 na "boca do caixa" por parte da Justiça.
As despesas no domingo foram bastante variadas. O aluguel do campo, por exemplo, saiu por R$ 47.239,52. A bilhetagem custou exatos R$ 57 mil e R$ 30 mil foram pagos à Galvão G7, organizadora de eventos. Também teve gastos com arbitragem, quadro da Federação Cearense e com tributos. Chamou atenção o item "outras despesas", obviamente não especificadas, que consumiram R$ 171.425,00.
O Castelão tem capacidade para receber até 63.903 torcedores. E, no domingo, clarões podiam ser observados em vários setores do estádio. O preço do ingresso assustou o público. O bilhete inteiro de arquibancada custou R$ 50,00 e 5.230 disponíveis foram vendidos. Já o ingresso inteiro da arquibancada inferior, que teve preço de R$ 80,00, só foi comprado por 1.271 pessoas (a carga foi de 8.071).

Contran regulamenta e torna mais dura a lei seca
O Diário Oficial veicula em sua edição desta terça-feira (29) a resolução número 432. Contém regras que tornam mais draconiana a Lei Seca. A partir de agora, o motorista não pode apresentar nenhuma quantidade de álcool no sangue. Em português claro: passa a vigorar no Brasil o regime da “tolerância zero”.
Hoje, o motorista dispõem de uma margem de tolerância: um décimo de miligrama (0,10) de álcool por litro de ar soprado no bafometro. Com a nova resolução, o condutor está sujeito a autuações quando o bafômetro registrar taxa igual ou superior a 0,05 miligramas por litro de ar. Significa dizer que qualquer gole fará do motorista um infrator.
A resolução também prevê que, quando a aferição for feita por meio de exame de sangue, não será admitida nenhuma concentração alcoólica. Repetindo: zero. O desrespeito à resolução é “infração gravíssima”: sete pontos na carteira e multa de R$ 1.915,30. Mais: habilitação recolhida, direito de dirigir suspenso por um ano e o veículo retido até que um motorista habilitado –e sóbrio— apareça para socorrer o autuado.
Não é só: a resolução anota ainda que, a partir de um certo nível de teor alcoólico –0,34 miligramas por litro de ar no bafômetro ou seis decigramas no exame de sangue— o motoristá será enquadrado no crime de trânsito, previsto no artigo 306 do Código de Trânsito Brasileiro.
Nesse caso, além de todas as sanções administrativas –pontos, multa, apreensão da carteira, retenção do carro, suspensão do direito de dirigir, etc— o motorista será conduzido à delegacia, para a devida autuação. Sujeita-se, então, a virar réu em ação penal. Na hipótese de condenação, a pena varia de seis meses a três anos de cadeia.Deve-se a edição da resolução à necessidade de ajustar os procedimentos das autoridades de trânsito à nova Lei Seca (12.760). Aprovada no Congresso e sancionada por Dilma Rousseff em dezembro passado, essa lei prevê a “tolerância zero” para o álcool. É atribuição do Contran regulamentar sua aplicação.
Uma coisa não mudou: parado numa blitz, o motorista pode se recursar a soprar o bafômetro. Reza a Constituição que ninguém é obrigado a produzir provas contra si mesmo. Porém, a nova lei deu poderes novos ao agente de trânsito. Ele poderá autuar o motorista mesmo sem o bafômetro. Basta que anexe à multa um formulário com informações sobre o que viu. Por exemplo: sinais de alteração da capacidade psicomotora do suposto infrator, olhos vermelhos, odor de álcool, agressividade, fala alterada…
De resto, a nova lei admite a apresentação de outras provas além do bafômetro: vídeos, depoimentos de policiais e agentes de trânsito e testemunhos de terceiros. O bordão ‘se beber, não dirija’ nunca soou tão ameaçador.

Campos antecipa debate e critica aliança PMDB-PT

Pré-candidato do PSB, o atual governador de Pernambuco, Eduardo Campos, adotou um tom mais incisivo e criticou, em entrevista a um jornal de Sergipe, a aliança entre PT e PMDB
O debate e as articulações sobre a disputa pela Presidência da República em 2014 estão antecipadas e são marcadas por tons mais críticos do Governador de Pernambuco, Eduardo Campos, pré-candidato ao Palácio do Planalto, à aliança PMDB-PT.
Com as novas declarações, Campos se distancia como aliado confiável do PT. Em entrevista ao Jornal Cinform, de Sergipe, edição desta segunda-feira, o pré-candidato do PSB foi duro na tentativa de se diferenciar na convivência com os dois principais partidos de sustentação política ao Governo Dilma.
"Há um grande risco para quem monta coalização para governar quando a aliança política não corresponde à aliança social feita para ganhar a eleição", expôs Campos, para em seguida acrescentar: "Acho que a expressão que o PMDB começa a tomar nessa aliança é muito maior do que o que o PMDB representa na sociedade brasileira e isso, um dia, é resolvido - ou pelos políticos ou pelo povo".
Campos afirmou, ainda, que ''a gente já viu, em outros momentos, alianças políticas que foram feitas em determinadas conjunturas e que tentaram impor à sociedade a sua manutenção e o povo rapidamente não consentiu e a desmontou".
Com essa análise, fez referência ao ano de 1986 quando o PMDB elegeu governadores de todos os demais Estados do Brasil, exceto em Sergipe, onde o PFL venceu a eleição com Antônio Carlos Valadares. "Mas, três anos depois, aquela mesma aliança de forças que havia participado disso tudo foi varrida das urnas, e dois candidatos fora do processo, que eram àquela altura o Lula e o Collor, de 1989, foram exatamente a expressão da sociedade brasileira".
CAMPOS CRITICA ALIANÇA PMDB-PT
Indagado sobre o que teria a mostrar ao Brasil, mesmo que em 2018, destacou que "Pernambuco, como uma fração do Nordeste, e esta região como um todo, têm sido muito importantes para a travessia do Brasil". Segundo ele, esse último ciclo de expansão econômica que se deu só aconteceu pela vontade política dos nordestinos, que garantiram as vitórias do projeto político que fez o Brasil retomar o crescimento de maneira expressiva.
"Só suportamos a crise econômica de 2008 para cá porque o Nordeste foi a parte do Brasil que mais cresceu. E o Nordeste revela, hoje, talentosos quadros políticos que têm feito administrações excelentes, dos mais diversos partidos, em Governos de Estado ou de Municípios. De modo que o Nordeste, que era visto pelo Sudeste como uma parte atrasada do Brasil, de práticas patrimonialistas, coronelescas, e coisas desse tipo, hoje já é claramente para o País não um problema, como esses alguns achavam, mas uma solução. Se somos a solução na economia, poderemos, sim, também ser na política - na medida em que possamos entender que é a hora de renovar a política, não com discursos, com práticas que transformem a política em algo que a sociedade respeita".
PSB sabe fazer
"Não é por teses regionalistas que nós devemos começar o debate, mas nenhum projeto nacional pode desconhecer as desigualdades que ainda marcam a cena regional brasileira, sob pena de ele cair em descrédito absoluto". Elas são gritantes, frisou, ao destacar que mais da metade da pobreza do Brasil ainda está no Nordeste.
Considerou fundamental que, para governar o País, se consiga enxergar esse Brasil profundo. "Ninguém governará mais o Brasil se não vier com olhar, sentimentos, marcas e compromissos desse Brasil profundo - porque esse Brasil profundo não aguentará mais governos de punhos de rendas, governos dos grandes salões de Brasília".
À indagação do Cinform se o PSB tem planejamento para deixar de ser coadjuvante na cena política nacional, o presidente da legenda afirmou que o seu partido vem crescendo, eleição a eleição, "porque sabe fazer".
Site Cearaagora


A Procuradoria-Geral da República e Renan – Vamos botar ordem na bagunça

Vamos botar um pouco de ordem na orgia dos fatos, como pediria certo marquês maluquete. Uma empreiteira arcava com os custos de uma pensão que o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) pagava à ex-amante e mãe de um filho seu. Sobre isso não há controvérsias, não é mesmo? Ou alguém está disposto a ver alguma?
Não. Não há. As coisas são o que são. Renan tentou demonstrar que tinha renda para arcar com aquelas despesas, coisa da qual nunca duvidei. Segundo sei, poderia financiar creches inteiras ou um harém… Só que optou pelo auxílio da empreiteira.
Ao apresentar as provas de que tinha renda, apareceu lá a grana da venda de uns boizinhos… Muito bem! A Procuradoria-Geral da República ofereceu denúncia ao STF porque viu problemas nessa prestação de contas. E começou a grita contra o procurador-geral da República, Roberto Gurgel. “Por que só agora?” Gurgel conversou com Felipe Seligman,  da Folha.
Responde: “Não houve e não há qualquer intenção de que isto tenha sido feito por esta ou aquela motivação no momento que se aproxima a eleição para a presidência do Senado. O Ministério Público não pode ficar subordinado a essas questões de conveniência política. Eu procuro ao máximo evitar esse tipo de repercussão das iniciativas do Ministério Público. Por outro lado, não posso ficar subordinado de forma que uma denúncia só possa ser oferecida quando haja qualquer inconveniente político”.
RetomoÉ uma boa resposta. O que querem? Que o Ministério Público só denuncie os políticos quando isso não lhes for atrapalhar a vida? De resto, meus caros, acho que até é pertinente que se discuta a demora no oferecimento da denúncia, que se considere ser esse mais um fator que acaba concorrendo para a impunidade, que se proponham maneiras de acelerar esses procedimentos. No limite, pode-se até criticar a Procuradoria-Geral da República pela morosidade… Tudo aceitável.
O que é inaceitável é deixar que essas especulações e considerações omitam o essencial: as justificativas apresentadas por Renan. Convenham, né? Numa democracia convencional, sem muitas jabuticabas, este senhor há teria sido aposentado pelos fatos. Voltar a disputar a presidência do Senado depois de ter sido obrigado a renunciar a ela? Isso seria impensável.
Querem criticar a Procuradoria-Geral da República pela demora? Vá lá. Também acho que a coisa poderia ter sido feita antes. Usar, no entanto, essa consideração para tentar negar os fatos, aí não dá.
Por Reinaldo Azevedo

Aécio pede que Renan desista de candidatura

Tucano sugere que o PMDB indique um 'novo nome' para presidir o Senado

Na semana em que o Senado elegerá seu novo presidente, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) sugeriu ontem que o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), deve desistir de sua candidatura à Presidência da Casa e indicar para o cargo um nome que seja aceito por "todo o Congresso" para que seja iniciada "uma nova fase" no Senado.
"Cabe ao PMDB criar facilidades para que possamos ter um nome que agregue a todas as forças políticas do Congresso, para que o Senado inicie uma nova fase", disse o tucano, após semanas de silêncio da oposição sobre a sucessão do Congresso.
Segundo o tucano, Renan, como líder do PMDB, seria o "maior interessado" em conduzir o partido para indicar um nome "que possa ser tranquilamente aceito por todo o Congresso e não apenas pela bancada" peemedebista. Renan é o mais cotado para substituir José Sarney (AP), que deixa o posto na sexta-feira. Ele foi presidente da Casa de 2005 a 2007 e renunciou para não ser cassado quando seu nome foi acusado de usar recursos de um lobista de empreiteira para pagar despesas pessoais.
O caso volta à tona agora que a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou denúncia contra o senador, na última sexta-feira, para investigar o caso da época. Na ocasião, Renan chegou a mostrar notas fiscais frias para justificar venda de gado e a recepção do dinheiro.
Aécio afirmou que o PSDB ainda não tem uma posição definida e que a bancada tucana se reunirá na quinta-feira para "avaliar o caminho a tomar". Uma das possibilidades é o PSDB apoiar a candidatura de Pedro Taques (PDT-MT). Ontem, Taques criticou a indefinição dos oposicionistas sobre a sucessão no Congresso.
"Esse silêncio mostra o empobrecimento da oposição no Brasil. O Brasil é o único lugar que tem jabuticaba e que tem uma oposição que concorda com tudo que o governo faz. Por isso eu quero um debate entre os candidato à presidência da Casa. Eu quero ouvir o que o Renan Calheiros tem a dizer sobre essas denúncias", disse ao Estado.
Além das denúncias do passado, há polêmicas recentes envolvendo Renan. Reportagem do Estado da última quarta-feira revelou que o peemedebista usou sua influência no partido e na Caixa Econômica para transformar Alagoas em uma potência nos contratos do Minha Casa, Minha Vida, favorecendo principalmente a Construtora Uchôa, que faturou mais de R$ 70 milhões em dois anos. O proprietário da construtora, Tito Uchôa é sócio do filho do senador, o deputado federal Renan Filho (PMDB-AL), em outras empresas.
Outro senado a pedir que Renan não concorra ao cargo foi Eduardo Suplicy (PT-SP). Em nota, ele sugeriu o nome do também peemedebista Pedro Simon (RS).
PSB. Além de Aécio, também o governador de Pernambuco Eduardo Campos, presidente nacional do PSB, questionou a força que o PMDB terá se ocupar simultaneamente os comandos da Câmara e do Senado.
Na Câmara, o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) vai concorrer com o favorito Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Apesar da candidatura do correligionário, Campos evitou expressar publicamente o apoio para não melindrar a coalizão da presidente Dilma Rousseff. Há um acordo com Planalto e o PT para que os políticos do PMDB assumam as presidências das Casas.
"Acho que a expressão que o PMDB começa a tomar nessa aliança é muito maior do que o que o PMDB representa na sociedade brasileira", afirmou Campos em entrevista publicada pelo jornal sergipano Cinform.
"O povo é que vota e mede a aprovação do partido. O partido de Eduardo Campos não tem a dimensão do PMDB nem o peso político", afirmou o senador Valdir Raupp (RO), presidente nacional do PMDB. 

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

PMDB-MG dá ultimato ao Planalto em troca de apoio

Cotado para assumir Secretaria de Saúde na gestão do tucano Antônio Anastasia em Minas, o deputado Saraiva Felipe (PMDB) e o presidente do PMDB-MG, Antônio Andrade, deram um ultimato ao vice-presidente Michel Temer. Em reunião na terça, a bancada avisou que negociará apoio ao mineiro Aécio Neves (PSDB) à presidência, em 2014, caso não receba “contrapartida melhor” (cargos) no governo federal.
• Assédio tucano - O senador Aécio Neves aproveita a demora do governo federal em definir a reforma ministerial para flertar com partidos da base de Dilma.
• Preferencial - O PMDB de Minas garante dar preferência ao governo federal, e cogita até negociar cargo em alguma estatal que fure poço. Qualquer uma.
• Enxada - Comenta-se no twitter que desta vez é justa a invasão do MST no Instituto Lula, em São Paulo: afinal, trata-se de área improdutiva.
• Impedimento - O ex-prefeito César Maia (DEM) adverte: patrocínios privados ao Instituto Lula são tão suspeitos quanto as “consultorias” de Palocci.
‘Neoamigo’ de Dilma ataca sua política econômica
• Avança o coro daqueles que são do contra e apostam no pior, como disse a presidenta Dilma. Lá de Davos, onde participa de seminário de poderosos, o tucano Pérsio Arida, sócio de André Esteves no BTG Pactual, aconselhou o ministro colombiano Maurício Cardenas: “Não copiem o governo brasileiro. A execução da política econômica é muito pobre e o que desaponta é o reduzido nível de investimento.” O BTG acaba de investir na Colômbia. Aqui, é neoamigo do governo Dilma.
• Avanço paraibano - O governo da Paraíba comemora a impressionante redução do analfabetismo de 29% para 14% em sua população, entre 2010 e 2012.
 Caim e Abel? - Pedro Taques (PDT-MT) nega divergir de Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), também candidato a presidir o Senado: “É meu irmão de causa”.
• Sinal verde - A Executiva do PV se reunirá neste sábado, no Recife, para discutir com o presidenciável Fernando Gabeira os rumos do partido em 2014.  
• Na dúvida - Faltou um bom conselheiro político ou foi proposital o tom autoritário, quase rude de Dilma na TV, dividindo o País em “a favor” e “contra”. Deveria sentir arrepios com aquele velho slogan “Ame-o ou deixe-o.”
• Bronca não mata - A polícia investiga se uma bronca da doce atriz Zezé Polessa levou à morte um motorista da Globo. Lorota. Se bronca matasse, a presidenta Dilma já teria dizimado o Ministério e seria chamada de “serial killer”...
• Entrega a bengala - Os Correios completam 350 anos com corpinho de 350: encomenda simples postada por um leitor em Brasília, no dia 17, chegou a São Paulo oito dias depois, às 18h48. A operação-tartaruga custou R$ 16.
• Infalível - O gozador Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) enrubesceu o governador da Bahia, Jaques Wagner, seu adversário, em reunião da bancada com Henrique Alves (PMDB): “Aqui, ninguém resiste a esses olhos azuis...”
• Eis a questão - O líder do PR, Lincoln Portela (MG), marcou para o dia 1º a eleição para a escolha do novo líder na Câmara. A bancada, em negociação com o Planalto, não decidiu se volta à base ou segue para a oposição.
• Bilionária angolana - Filha mais velha do presidente da pobre Angola, Isabel dos Santos é a primeira bilionária da África, com ações de bancos e empresas portugueses e telefonia em Luanda, diz a revista americana Forbes, que apontou a pouca transparência nos negócios da moça.   
 DEM fechado - Prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM) se comprometeu com Henrique Alves (PMDB-RN), a conversar pessoalmente com qualquer deputado do partido que divergisse de sua candidatura ao comando da Câmara.
• Submerso - O deputado Mário Negromonte (PP-BA) até hoje não se recuperou da perda do Ministério das Cidades, após denúncias de irregularidades, em 2012. Ele permanece distante e isolado das atividades do partido. 
O PODER SEM PUDOR
Álcool ruim
é o que acabou
Ministro de Ernesto Geisel, Mário Henrique Simonsen recebeu um repórter do New York Times, que no final o provocou:
- Ministro, desculpe se achar a pergunta indelicada, mas dizem que o senhor sofre restrições de algumas áreas do governo porque é dado ao álcool. Isso é verdade?
Simonsen tirou de letra, com bom humor:
- Só quando acaba o uísque.
O austero general Geisel o demitiu assim que soube da resposta.
Claudio Humberto


quarta-feira, 23 de janeiro de 2013


Octogenária ditadura cubana assessora desmonte da democracia no continente

Foto
Dececrépto ditador Cubano e seu tiete populista Lula, eleito graças a democracia
Pouca gente aqui no Brasil já ouviu falar do diplomata peruano J. Eduardo Ponce Vivanco, que como Embaixador do Peru no Equador no final da década de 1990, contribuiu ativamente para que se alcançasse um acordo de paz entre os dois países.

Deixada a vida diplomática para trás, Ponce Vivanco passou a produzir artigos atilados sobre o que se passa na América Latina. Preocupa-o em particular os efeitos danosos da onda populista que vai, aos poucos, carcomendo as estruturas da democracia na região.

É do que trata se artigo  “Cuba, vocero de la democracia latinoamericana”, publicado hoje em vários jornais latino-americanos.

Principia considerando um absurdo o fato de a Unasul ter referendado as manipulações do chavismo para descumprir a Constituição venezuelana. 

Observa, em seguida, que o diretório formado por Cuba, Brasil e Venezuela “coroará seu trabalho na reunião de cúpula América Latina-União Européia (Celac-UE), que se realizará esta semana em Santiago, quando a presidência do Celac – que tem como um de seus objetivos defender a democracia – passará às mãos de Cuba”.

No seu mergulho sobre a região, comenta o analista peruano que o Mercosul e o Grupo Andino são hoje apenas restos da velha integração regional. O último sobrevive sem que ninguém perceba,  “mas o Mercosul foi reforçado com a inclusão ilegal da Venezuela, apadrinhada pelo Brasil e a Argentina, para utilizá-lo com fins político-hegemônicos”.

Com Lula, prossegue, nasceu a União Sul-americana de Nações (Unasul) e depois, o Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos”, “expressão máxima do objetivo de extirpar os Estados Unidos do concerto regional”.

- Querem uma OEA sem os Estados Unidos e o Canadá, ignorando que ela é  o único mecanismo regional reconhecido pela estrutura jurídica das Nações Unidas.
Comentei, outro dia, sobre como a vida em nossa parte do mundo não consegue se desvencilhar de um populismo misturado com todos os ingredientes das novelas do realismo fantástico. 

Novo episódio dessa realidade alucinatória ocorrerá daqui a dias, com a passagem da presidência da Celac do chileno Piñera ao sub-ditador de Cuba, Raúl Castro. O Chile, comenta Ponce Vivanco, será o cenário de um ato de transformismo próprio de Macondo e da Civilização do Espetáculo.

Para Ponce Vivanco, o esquema Celac-Unasul-Mercosul alenta da docilidade da região, para facilitar seu controle sob o signo de uma esquerda assessorada pela octogenária ditadura cubana,financiada generosamente pelo chavismo.

El tinglado Celac-Unasur-Mercosur alienta una región dócil para facilitar su manejo hegemónico bajo el signo de una izquierda asesorada por la octogenaria dictadura cubana, financiada generosamente por el chavismo.

Em tempo:

Do Ministro da Comunicação e Informação venezuelano, Ernesto Villegas: Chávez está muito bem, inclusive teve uma reunião com o novo Chanceler Elías Jaua. Mas apesar de estar muito bem, Chávez não tem uma data prevista para seu retorno à Venezuela.

Da Ministra Luisa Estella Morales, presidente do Superior Tribunal de Justiça da Venezuela: Temos recebido informação permanente sobre o estado de saúde do Presidente Chávez. Por isso, o Poder Judiciário não considera necessário enviar uma junta médica para examiná-lo.
Provando do próprio veneno..
Moradores de assentamento invadem Instituto Lula

Moradores do assentamento Milton Santos, localizado entre Americana e Cosmópolis, no interior paulista, invadiram na manhã desta quarta-feira a sede do Instituto Lula, no Ipiranga, na zona sul de São Paulo. De acordo com a assentada Roseane dos Santos, cerca de 150 moradores estão no local e, por volta das 9 horas, o diretor-presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, tentava estabelecer negociação com os invasores.
Segundo Roseane, o grupo, que vive no assentamento há sete anos, vem há seis meses sofrendo ameaças de despejo, e a ocupação foi o modo encontrado para pressionar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a interceder por eles junto à presidente Dilma Rousseff, a fim de que ela assine um decreto de desapropriação por interesse social, com o objetivo de encerrar as disputas pela propriedade da área. Roseane disse que o grupo foi assentado durante o mandato de Lula.
Questionada sobre qual seria a condição para deixar o Instituto Lula, Roseane afirmou: "Só vamos sair com a assinatura do decreto". Ela não descartou que o grupo possa acampar no local. "Estamos dispostos a tudo."
Só mudou a trilha sonora

O ex-presidente Luiz Inácio da Silva usurpa o poder de suas criaturas, é o que se diz sobre seus movimentos de interferência explícita no governo Dilma Rousseff e nos primeiros acordes da administração Fernando Haddad na Prefeitura de São Paulo.

Lula é alvo de toda sorte de críticas por desenhá-los como meras marionetes e tentar exercer de fato um poder que de direito não possui.

Não foi eleito, portanto não tem razão para se reunir com a equipe de Haddad para "traçar diretrizes". Não recebeu delegação presidencial para atuar como coordenador e, no entanto, age como se fosse a eminência mais nítida do governo federal. 

Isso é o que parece; não necessariamente é o que acontece. 

Primeiro, porque Dilma e Haddad detêm o poder de direito, estão lá sentados nas cadeiras que lhes couberam por candidaturas ungidas pelo criador e corroboradas pelo eleitor. Isso ninguém lhes tira. 

Segundo, porque têm a perfeita noção de que estão à frente de duas importantes trincheiras de um projeto partidário cujo condutor é Lula. Estão - todos os participantes dessa "marcha" - pouco ligando para essas formalidades que assombram analistas da cena política. Querem mais é que o chefe suba ao palco. Quanto mais o ex-presidente exercita suas artes de atrair todas as atenções, menos o PT precisa tratar de seus problemas com a ética e com (a falta de) resultados concretos de sua gestão federal. O debate nacional se desvia dos problemas reais para uma questão surreal. 

É como disse o ex-secretário geral da Presidência Luiz Dulci: "A movimentação de Lula é natural e desejável para o PT". 

Até semana passada, crescia o debate sobre inflação, investimentos, fornecimento de energia, maquiagem de dados das contas governamentais, PIB pífio, excesso de interferência estatal na economia, reclamações de políticos e empresários, construção de alternativas eleitorais para 2014.
Até a reunião com a equipe de Haddad para produzir fotografia passível de gerar análises sobre a interferência de Lula, o PT ainda enfrentava rescaldo do julgamento do mensalão, graças à iniciativa da juventude petista de promover "jantar vaquinha" para ajudar a pagar as multas dos condenados. Como se José Dirceu, por exemplo, precisasse de auxílio para juntar R$ 676 mil.

Até então Lula estava calado, fugindo de jornalistas por lavanderias de hotel para não comentar as acusações contra sua protegida Rosemary Noronha e o depoimento de Marcos Valério à Procuradoria-Geral da República, que ensejou pedido de abertura de investigação contra o ex-presidente no esquema posto a nu pelo Supremo Tribunal Federal. 

Nos últimos dias a pauta mudou: são os encontros de Lula com secretários, aconselhamentos de Lula para Dilma mudar o rumo do governo, anúncios de reuniões dele com ministros, a caravana de Lula País afora, a conversa de Lula com a presidente nesta sexta-feira, o papel de Lula como articulador da base no Congresso, a inadequação da conduta de Lula, enfim, uma virada de agenda com Lula ao centro em seu mais confortável papel.

Critica-se o ex-presidente por não "desencarnar"do cargo como havia prometido, levantam-se bandeiras em defesa da autonomia de Dilma, aceitam-se versões de que ela estaria desolada com essa interferência e, assim, cumpre-se exatamente o roteiro que interessa a Lula, ao Planalto e ao PT: fazer do ex-presidente o centro de tudo, privilegiando o acessório (as andanças dele) em detrimento do principal (as questões éticas e administrativas em aberto). 

O truque não é novo, mas continua eficaz porque há quem caia nele: por vontade ou falha de percepção. Resta conferir o efeito da realidade adiante sobre o prazo de validade desse tipo de dom de iludir a quem se dispõe a ceder às artimanhas do ilusionismo.

Dora Krammer...

domingo, 20 de janeiro de 2013


RECURSOS HÍDRICOS

Reserva hídrica e falta de pessoal desafiam Dnocs no combate à seca

Com a crise de esvaziamento e até ameaça de extinção, o órgão é questionado sobre seu papel atual
Fortaleza. Não é a à toa que é considerado como a "Universidade do Semiárido". Ao longo de seus 103 anos de existência, o Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs) foi a instituição que se projetou, além de tornar possível a moradia numa região árida, com baixa pluviosidade e numa grande extensão com terras pobres para a agricultura e pecuária.


Açudes de grande porte, como o Orós , estão com suas reservas reduzidas devido à seca

Hoje, no entanto, é visível a exaustão de suas atividades: não há concurso público e faltam servidores, enquanto aumentam as demandas por reservatórios e projetos irrigados. Para piorar, são protelados os investimentos para manter e expandir a missão e as metas.

Diante dos novos desafios, o Dnocs vem sendo desafiado para uma urgente reestruturação. Na teoria, todos concordam: o Governo Federal, os parlamentares nordestinos e, naturalmente, o atual diretor-geral do órgão, Emerson Fernandes.

Vanguarda

"A reestruturação deve acontecer para que sejam viabilizados os meios que deixem o Dnocs na vanguarda dos programas e projetos para o semiárido", afirmou o diretor-geral. Isso significa dizer, na sua opinião, que uma região com esse bioma e característica climática não deve ser apenas mais habitável de todo o mundo, mas, também, cada vez mais possível a convivência.
A prática, contudo, é que não tem havido grande aplicação dessa vontade. O último concurso público do Dnocs aconteceu há cinco anos e os quadros foram acrescidos de apenas 82 servidores. De caráter imediato, há a necessidade de mais 162 servidores, em termos oficiais, e mais de 500 (número não oficial). Muitas dessas vagas são para preenchimento das disponíveis por conta de aposentadoria de funcionários antigos.

Mais grave é a quantidade de recursos para a modernização. Neste ano, já constam do orçamento da União a liberação de R$ 23 milhões para que seja feita uma avaliação sobre o que o órgão precisa para otimizar seus equipamentos e projetos, com destaque para a integração das bacias do Projeto São Francisco. Embora não haja uma definição ainda, a perspectiva é que sejam precisos pelo menos R$ 200 milhões para a execução desses serviços. Os recursos seriam basicamente para a manutenção das barragens do entorno, envolvendo os estados do Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba. Além disso, Emerson defende a aplicação de uma tecnologia para fazer o monitoramento à distância dos equipamentos, bem como o do acompanhamento no próprio campo.

Sucateamento

Em meio às carências e novas demandas, não há quem não fale do sucateamento do órgão e o crescente desmonte, numa trajetória ascendente que lembra a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), que a exemplo do Dnocs também faz parte do Ministério da Integração. Nesta semana, cresceram os rumores em Brasília de que existe a possibilidade de criação de um órgão específico para gerenciar o Projeto São Francisco, acentuando assim o desmonte do Dnocs.

Emerson Fernandes nega a possibilidade. Ele diz que o legado do Dnocs, sua história e a experiência no enfrentamento da seca fazem com que o País lhe tenha dívida. Assim, não vê o futuro com pessimismo. Ao contrário, acredita no crescente apoio e aporte de pessoal e recursos, de modo que haja maior capacidade para a convivência com a seca na região.
"O Dnocs é o maior construtor de barragens de todo o mundo. Sua experiência serve de modelo para outros países", afirmou o diretor geral do Dnocs. Assim, ao contrário do esvaziamento, crê na expansão das ações. Lembrou que há quem defenda uma intervenção do órgão, quando há ocorrência de seca em outras regiões do País, inclusive no estado do Rio Grande do Sul.

FIQUE POR DENTRO
A mais antiga instituição federal do País
Dentre os órgãos regionais, o Dnocs se constitui na mais antiga instituição federal com atuação no Nordeste. Criado sob o nome de Inspetoria de Obras Contra as Secas (IOCS), em 21 de outubro de 1909, foi o primeiro órgão a estudar a problemática do semiárido. O Dnocs recebeu ainda em 1919 (Decreto 13.687) o nome de Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas (IFOCS), antes de assumir sua denominação atua.

Sendo, de 1909 até por volta de 1959, praticamente, a única agência governamental federal executora de obras de engenharia na região. O leque das ações foi dos mais extensos. Construiu açudes, estradas, pontes, portos, ferrovias, hospitais e campos de pouso, implantou redes de energia elétrica e telegráficas, usinas hidrelétricas e foi, até a criação da Sudene, o responsável único pelo socorro às populações flageladas pelas cíclicas secas que assolam a região.

Chuva de 104 mm é registrada em Catunda

Segundo informações da Funceme, os índices pluviométricos mais altos das últimas 24 horas foram na região Sul do Estado

Chuva de 104 mm foi registrada, nas últimas 24 horas, no município de Catunda, localizado no sertão central. Segundo informações da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), os índices pluviométricos mais altos entre 10h30 do último sábado (19) e 10h30 deste domingo (20) foram na região Sul do Estado. 
 
Mapa de chuvas no Estado neste fim de semana.
Fonte: Funceme
No Ceará, janeiro é um mês caracterizado por chuvas localizadas, de acordo com os meteorologistas. As chuvas no Sul do Estado, segundo a Funceme, são típicas do período de pré-estação invernosa e resultam de uma zona de convergência de umidade.

No Posto Brejinho, localizado na cidade deCampos Sales, a chuva alcançou 64,2 mm. EmAraripe, o índice foi de 56 mm.

As precipitações ultrapassaram os 25 mm nos municípios de Granja, São Gonçalo do Amarante, Santana do Acaraú, Ibiapina, Jaguaruana, Assaré, Crato, Missão Velha e Porteiras.
Chuvas isoladas em FortalezaO fim de semana também foi chuvoso na faixa litorânea do Estado, embora em menor intensidade. A previsão do tempo para os dias 21 e 22 é de céu parcialmente nublado com chuvas isoladas na Capital
Funceme..

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013


PLEBISCITOS

Sem previsão para emancipar distritos

No Ceará, localidades ainda aguardam decisão do TSE. Há expectativa, porém, de o Congresso regulamentar o tema
Aprovada desde 2010 pela Assembleia Legislativa, a realização de plebiscitos para emancipação de 30 distritos cearenses continua sem data para acontecer. Isso porque, após serem negados pelo Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, os decretos legislativos que determinavam as consultas plebiscitárias aguardam decisão do Tribunal Superior Eleitoral ao recurso especial impetrado pela Assembleia, em maio do ano passado, tentando garantir os plebiscitos.
O presidente da Comissão de Criação de Novos Municípios, Estudos de Limites e Divisas Territoriais da Assembleia, Luís Carlos Mourão, afirma que a decisão está nas mãos da ministra do TSE Fátima Nancy Andrighi. Segundo ele, no início de dezembro de 2012, a Casa Legislativa adicionou novos documentos ao processo e, por isso, a ministra aguarda novo parecer do Ministério Público Eleitoral.

Plebiscitos
Mourão explica que o TRE negou a realização dos plebiscitos, alegando a falta da Lei Complementar Federal que devolve às assembleias legislativas a autonomia de criar, incorporar e desmembrar municípios, prerrogativa retirada dos Estados há 14 anos. A norma, exigida na Constituição Federal, ainda não foi votada pelo Congresso Nacional. "Mesmo sem essa lei, a Assembleia mostrou que houve plebiscitos em seis distritos de outros estados", alega.

Para Carlos Mourão, dos 30 distritos cearenses que tiveram decretos legislativos aprovados, somente de 15 a 20 devem se emancipar de fato. "Todos têm condições, mas há questões políticas que podem fazer com que alguns votem pelo não", justifica, lembrando que a população desses distritos deve ter o direito de optar sobre a emancipação.

O coordenador da Comissão de Criação de Novos Municípios, deputado Neto Nunes (PMDB), acrescenta que a emancipação desses municípios pode ocorrer antes da decisão do TSE, pois, segundo ele, há uma "movimentação" para que o Congresso Nacional vote, no começo deste ano, a Lei Complementar Federal que devolve às assembleias legislativas a autonomia de criar municípios, o que viabiliza a realização dos plebiscitos.

Possível

A emancipação de distritos no Ceará tornou-se possível em 2009, com a aprovação da Lei Complementar Estadual, de autoria do então deputado e atual vice-governador, Domingos Filho (PMDB), que tratava da criação, incorporação, fusão e desmembramento de municípios no Estado. Após a aprovação da matéria, a Assembleia fez um estudo dos 45 distritos que solicitavam emancipação e aprovou 30 decretos legislativos.
No início de 2010, as decisões determinando a realização dos plebiscitos foram encaminhadas ao TRE. A ideia era que as consultas fossem realizadas junto com as eleições daquele ano. O Tribunal, no entanto, negou o pedido, alegando a ausência da Lei Complementar Federal que trata do assunto, além de apontar entraves, como a falta de dotação orçamentária e urnas eletrônicas preparadas para os plebiscitos.

Após vários encontros e audiências entre deputados e autoridades dos Tribunais Eleitorais, cogitou-se novamente a hipótese dos plebiscitos ocorrerem nas eleições de outubro de 2012. Na época, o presidente do TRE do Ceará, Ademar Mendes, afirmou que a situação era mais favorável, pois as urnas eletrônicas estavam preparadas, não havendo custos extras para realização das consultas. Porém, elas não ocorreram, fazendo com que a Assembleia recorresse ao TSE.

Novos Municípios

Estados
Seis municípios de outros estados já realizaram plebiscito sobre emancipação. Em dois deles, Pescaria Brava e Balneário Rincão, de Santa Catarina, já foram realizadas eleições para prefeito

AprovaçãoAlém dos 30 distritos que tiveram decreto legislativo da Assembleia para realizar plebiscito, outros 10 aguardam posição da Mesa Diretora da Casa, pois, à época da solicitação, ainda não tinham posto de gasolina

Critérios
Figuram entre os critérios para solicitar emancipação possuir mais de oito mil habitantes, posto de gasolina, escolas de Ensino Fundamental e Médio, posto médico, equipamentos sociais, dentre outros 
DN