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sábado, 6 de dezembro de 2014

TRANSPOSIÇÃO DO SÃO FRANCISCO
Armazenagem errada coloca em risco R$ 1 bilhão em máquinas

Quase R$ 1 bilhão em equipamentos com válvulas, bombas, tubos e comportas da obra de transposição do rio são Francisco, estão armazenadas de forma imprópria, com risco de que danifiquem antes mesmo do início de seu funcionamento.

O material está no chão em locais sem proteção, com risco de aves, ratos e insetos estarem fazendo ninhos em máquinas que custam mais de R$ 10 milhões.

Essa é a constatação feita pela inspeção do TCU (Tribunal de Contas da União) este ano nos locais onde os equipamentos estão guardados, - alguns há quase quatro anos.

Fiscalizações anteriores do TCU já apontaram sobrepreço nas obras do projeto que começou em 2007 orçado em R$ 4,5 bilhões e já estão custando quase R$ 8 bilhões.

Os equipamentos necessários para controlar o fluxo da água nos canais foram comprados a cerca de cinco anos porque os contratos previam que a construção dos canais e estações elevatórias ficariam prontas em 2010.

Como as obras ainda estão em andamento (a previsão agora é que terminem entre 2015 e 2016), os equipamentos para controlar a água, -que foram comprados de companhias diferentes das construtoras-, tiveram que ser guardadas pelas empreiteiras, que são responsáveis pela montagem deles.

Mas o contrato das empresas não previa que elas tivessem custos para tomar os trabalhos necessários de armazenamento descritos nos manuais das máquinas.

Algumas precisam ficar guardadas numa posição específica para que não empenem. Ou que sejam passados produtos periodicamente para corrosão e o esfarelamento de borrachas.

Como não há no contrato com as construtoras, previsão para este tipo de serviço, os equipamentos estão jogados nos canteiros de obras, alguns até abertos ao público.

Num relatório divulgado pelo TCU, equipamentos eletrônicos estão guardados sob o telhado de um posto de combustíveis que virou canteiro de obras.
O relatório diz que as condições de armazenamento não obedecem aos manuais dos fabricantes e são impróprias.

"Destacam-se equipamentos expostos diretamente sobre o solo e em local aberto, quando deveria ser armazenados cobertos e a uma distância mínima do chão; falta precauções de  contra ações de insetos e animais roedores, bem como contra excrementos de aves", diz o texto.

Numa foto, uma unidade  hidráulica que vai servir para bombear água, do eixo leste está completamente tomada por excremento de aves.

Segundo o TCU, o Ministério da Integração Nacional, responsável pela transposição, já vinha sendo alertado sobre os problemas de armazenamento pelas empresas contratadas, para supervisionar  as obras, mas nenhuma providência foi tomada.

O ministro responsável pelo processo, Raimundo Carreiro, considerou a situação grave e determinou à pasta que resolva o problema em 60 dias. Outra preocupação do órgão, é com a garantia das máquinas, já que elas correm o risco de não funcionar como deveriam após instaladas.

"Acrescentamos também uma determinação para que seja garantido que os produtos estão na garantia quando começarem a funcionar" disse Carreiro.

O Ministério da Integração Nacional disse que não poderia se manifestar porque não foi oficialmente notificado pelo TCU...

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