Após ser preso, Vaccari deixa tesouraria do PT
Em nota, o partido manifestou solidariedade ao seu dirigente
O PT anunciou, na tarde desta quarta-feira, que João Vaccari Neto decidiu se afastar da sua função de tesoureiro da legenda. Na nota em que comunica a decisão, o partido também “repudia” a prisão de seu dirigente.
Depois de se reunir com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, anunciou o desligamento de Vaccari em reunião com parte da Executiva da legenda.
Na nota, o PT diz que Vaccari pediu o afastamento de seus funções na Executiva por “por questões de ordem práticas e legais”. A legenda ainda classifica a prisão como “injustificada, visto que, desde o início das investigações, ele sempre se colocou à disposição das autoridades para prestar qualquer esclarecimento”.
O PT também diz reafirmar confiança na inocência do tesoureiro, “não só pela sua conduta frente da Secretaria Nacional de Finanças e Planejamento, mas também porque, sob a égide do Estado Democrático de Direito, prevalece o princípio fundamental de que todos são inocentes até prova em contrário”.
O partido acrescenta que os advogados do tesoureiro entraram com pedido de habeas corpus. “O Partido dos Trabalhadores expressa sua solidariedade a João Vaccari Neto e sua família, confiando que a verdade prevalecerá no final”, conclui a nota, assinada pelo presidente Rui Falcão.
A prisão de Vaccari na manhã desta quarta-feira pegou os dirigentes petistas de surpresa. O presidente do PT estava em Brasília quando soube da decretação da prisão pelo juiz Sérgio Moro. Falcão não contava que houvesse uma decisão da Justiça contra Vaccari neste momento. Isso contraria, porém, informações de integrantes do Palácio do Planalto, que disseram já esperar a prisão do tesoureiro.
Desde a prisão de ex-deputados, entre eles, André Vargas (PT-PR) na sexta-feira da semana passada, o Planalto trabalhava com a possibilidade de que Vaccari pudesse ter o mesmo destino.
Para os dirigentes do PT, a prisão é uma reação ao depoimento de Vaccari na CPI da Petrobras, na semana passada, quando ele, na avaliação dos petistas, teria sido convincente ao defender a tese de que os investigadores da Lava-Jato estavam tentando criminalizar doações legais feitas ao partido.
O desligamento de Vaccari de suas funções no PT seria discutida na reunião do Diretório Nacional da legenda, marcada para sexta-feira em São Paulo. A corrente Mensagem ao Partido, segunda maior dentro da sigla, encabeçada pelo ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro, já vinha defendendo publicamente o afastamento do tesoureiro durante as investigações.
Propina teria sido lavada em gráfica ligada ao PT
Apontada pelos investigadores de ter sido usada pelo tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, para lavar dinheiro desviado da Petrobras, a Gráfica Atitude está ligada a CUT e a sindicatos ligados ao PT: Metalúrgicos do ABC e Bancários. Segundo dados da Junta Comercial de São Paulo (Jucesp), um dos dirigentes que atuou na gráfica até 2010 é José Lopes Feijó, hoje assessor especial da Secretaria-Geral da Presidência. Para o juiz federal Sérgio Moro, desta vez não há como falar que as operações feitas por Vaccari foram legais, tese até então defendida por seus dirigentes e pelo próprio acusado.
Com informações do O Globo..
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