Crise faz TAM reduzir operações no mercado doméstico em até 10%
Aérea diz que quadro de funcionários deve ser enxugado em 2%
Avião da TAM no aeroporto Santos Dumont - Dado Galdieri/31-3-2015 / Bloomberg News
RIO - A companhia aérea TAM, da Latam Airlines, anunciou nesta segunda-feira que reduzirá gradualmente suas operações no Brasil em 8% a 10% diante do cenário econômico desafiador do país. Mas destaca que não deixará de operar em nenhum dos destinos onde está presente. A empresa prevê que as iniciativas gerem redução de menos de 2% de seu quadro de funcionários, já incluindo rotatividade natural da empresa.
O grupo Latam Airlines encerrou o primeiro trimestre com 53.644 funcionários. A empresa não informou o total de empregados relacionados apenas à TAM.
Além disso, a aérea revisou sua expectativa de capacidade (ASK) no mercado doméstico brasileiro para uma contração de 2% a 4% em relação a 2014, ante previsão anterior de estabilidade.
“A TAM está tomando esta medida para enfrentar um contexto econômico difícil no Brasil, por isso se faz necessário buscar ajustes de malha sem prejudicar a conectividade dos nossos passageiros e fortalecendo ainda mais a nossa competitividade no país”, afirma Claudia Sender, presidente da TAM, em comunicado da empresa.
No texto, a executiva destaca que a empresa continua “acreditando na retomada do crescimento do país” e que a decisão de reduzir a operação não afeta os planos de longo prazo no país. Nesse contexto, confirma a renovação da frota e o projeto de estudo de viabilidade do hub (centro de conexões) Nordeste e de contínuo fortalecimento dos hubs de Brasília e São Paulo/Guarulhos.
Segundo dados da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), a proporção entre passageiros que viajam a negócios e os demais, que era de 60% e 40%, inverteu-se nos últimos três meses. As empresas têm direcionado suas ações de marketing para atrair mais usuários que viajam a lazer, turismo ou em visita a parentes, com a ampliação das tarifas promocionais. O resultado dessas campanhas são aviões lotados, com ocupação acima de 80%, mas a um custo alto para o setor.
Para as companhias, a mudança é ruim porque o passageiro de negócios viaja em cima da hora e paga preços mais elevados pelo bilhete. Segundo estimativas da Abear, o valor médio pago por passageiro a cada quilômetro voado, indicador de rentabilidade do setor, está 20% mais baixo em relação ao ano passado, já considerando a inflação. Com as promoções, o universo de passageiros transportados cresceu 3,77% em maio, em relação ao mesmo período do ano passado. Porém, a avaliação é que a onda de promoções não é sustentável por um longo período.
Com informações de O Globo...
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