Os partidos se reinventaram na véspera da primeira eleição sem o financiamento privado de campanha. Em 2015, faturaram R$ 811,28 milhões ao dividir o Fundo Partidário. PT e PSDB receberam a maior parte: R$ 108,77 milhões e R$ 89,09 milhões, respectivamente. O PMDB arrancou R$ 86,86 milhões do bolso do contribuinte. Em 2016, os partidos vão meter a mão em R$ 819 milhões dos cofres públicos..
Espelho meu
Nossos leitores souberam em primeira mão, em outubro, da emenda de Ricardo Barros (PP-PR), que aumentou o valor para R$ 819 milhões.
Tinta na caneta
A presidente Dilma sancionou o Orçamento. Com o impeachment à porta, avaliou que precisava manter o repasse aos partidos.
Recordar é viver
No início do ano passado, Dilma já havia autorizado o aumento da tunga, que na prática consagrou o financiamento público de campanha.
Seu dinheiro no lixo
Sem um único representante no Congresso, o PCO amealhou R$ 1,34 milhão do fundo partidário no ano passado.
Dívida que só cresce
Quase metade desses R$ 1,4 bilhão servirá para pagar “encargos financeiros”, ou sejam, juros da dívida, no valor de R$ 600,1 milhões.
Saco sem fundos
Os R$ 600 milhões destinados através da canetada de Dilma para pagar juros é o dobro do que qualquer ministério vai receber nessa MP.
Legisladora
Desde que assumiu a Presidência em 2011, Dilma editou 190 Medidas Provisórias, das quais 130 foram convertidas em lei pelo Congresso.
Cheirando mal
A lei que permite internalizar dinheiro não-declarado no exterior tem o odor de armação para beneficiar empresa ou grupo ligado ao governo. Nada que o Japonês da Federal não venha a descobrir, logo, logo.
Só para lembrar
Para quem não desconfia da lei que autoriza o retorno de dinheiro não-declarado no exterior, basta lembrar que o autor do projeto que virou lei é o senador Delcídio do Amaral, o líder de Dilma que está em cana.
Por nossa conta
A presidente Dilma embarca no fim deste mês para o Equador. Vai para a IV Cúpula daComunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos. Escolheu o luxuoso Swissotel Quito para se hospedar.
Pode vir
O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), é grande entusiasta de uma eventual mudança de partido do senador José Serra (PSDB-SP). Apoia inclusive o tucano para disputar o Planalto em 2018, pelo PMDB.
Entregando os anéis
O Planalto já mapeia cargos comissionados em agências, estatais e empresas públicas para acomodar partidos aliados, que estão enfurecidos com a oferta da Secretaria de Aviação Civil para o PMDB.
Loteria no TRE-PI
Os vencimentos brutos do presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Piauí, desembargador Joaquim Santana, e do vice, Edvaldo Moura, ultrapassaram os R$ 294 mil, em dezembro. Santana recebeu mais de R$ 140,7 mil. Moura, também corregedor, passou dos R$ 153,2 mil.
Alerta vermelho
Observadores dos trejeitos do poder, em Brasília, estranham o silêncio do falante ministro Nelson Barbosa (Fazenda), do tipo sempre disposto a falar, sobretudo bobagens. Silêncio de quem trama más notícias.
A distância
Às voltas com a Justiça americana, o avô José Maria Marin não acompanhou o nascimento, em São Paulo, da sua segunda neta. Olivia é filha de Marcos, filho único do ex-presidente da CBF.
Pergunta no Palácio
Por que Dilma tomou chá de sumiço em 2016: vergonha ou orgulho?
o poder sem pudor
O ex-governador Carlos Lacerda era dado a gestos teatrais, não apenas em público, no exercício da política, mas até mesmo em sua casa. Certa vez, ao encontrar um passarinho morto na gaiola que o empregado esquecera ao sol, ele gritou, com a ave inerte na mão e o braço estendido:
– Contempla tua obra, assassino!
Da coluna do Jornalista Claudio Humberto (Correio Brasileiense)