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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013


O governo federal é uma barata tonta

Esse governo federal, comandado há dez anos pelo PT, sob nova direção da presidente Dilma Roussef, não sabe para onde vai, nem para onde deve ir. Parece uma barata tonta. Uma demonstração de amadorismo delirante. Depois das primeiras concessões de rodovias, nas quais priorizou a obtenção de baixas tarifas deixando de lado a qualidade das mesmas, com resultados medíocres, tentou uma nova etapa de licitações nas quais pretendia impor as tarifas e as obras a serem feitas, e até limitar as taxas de retorno do capital dos investidores. Como não apareceram interessados, suspendeu as licitações e vai agora mudar os termos dos editais, com menores exigências e com mais incentivos governamentais, inclusive do BNDES, com empréstimos sobre a maior parte do capital a ser investido, a juros subsidiados pelo erário público. Meses e anos perdidos com um custo imenso para a economia brasileira que se ressente de uma infra estrutura em boas condições.
Agora é a vez das ferrovias, cuja licitação foi desmoralizada pelo famoso – virtual – trem bala, com o qual a presidente pretendia se inscrever na história do Brasil como o novo barão de Mauá. Anos e anos de estudos – e gastos – e nada acontece, nem vai acontecer, podem escrever. O novo pacote de ferrovias para transporte de cargas, anunciado há seis meses, está sendo “redesenhado”! Somente agora vai ser discutido com os potenciais investidores. Seriam 10 mil quilômetros de extensão, cujos leilões estavam previstos para abril. Qual o que! Com as novas regras, agora em gestação, quem sabe quando as coisas vão acontecer. E construir ferrovias não é tão simples. Vejam as que estão sendo construídas há décadas.
Para o “novo” pacote parece que o governo vai manter a ideia “criativa” – o modelo capitalista da turma Lula/Dilma – de comprar toda a capacidade de transporte da carga, por intermédio da estatal Valec, eliminando o risco de demanda das futuras concessionárias. Isto é, se as ferrovias forem transportar apenas 50% do previsto, a Valec, ainda assim, comprará 100% e depois revende o que puder se existir quem vá comprar essa capacidade ociosa de transporte de carga. A previsão é que a Valec vai precisar de 4 bilhões de reais por ano para comprar os 100% de oferta. Dentre os milhares de quilômetros de ferrovias também está o Ferro Anel Sul de São Paulo, tão necessário para que o transporte de carga seja retirado do centro da cidade de São Paulo.
Êta gente complicada. Não só aderiram à privatização – de maneira envergonhada, diga-se de passagem – mas aderiram ao que de pior poderia haver no capitalismo: o capitalismo sem risco para o capitalista. Qual o problema então para o investidor se ele vai aplicar sem riscos? Sem riscos, uma ova. Ele, concessionário, terá de receber da Valec a capacidade de carga que não teve demanda. Vai mesmo? E se a Valec, estatal, não pagar, o concessionário credor vai ter de mover ações de cobrança? Que investidor vai arriscar?
Por Alberto Goldman

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