A aliança entre PSB e PSDB tem apresentado chances de se consolidar em mais Estados do que a aliança prioritária entre PT e PMDB, firmada para a reeleição da presidente Dilma Rousseff. Já é certo que tucanos e socialistas estarão coligados em pelo menos sete Estados. Já a união comandada por Dilma e pelo vice-presidente Michel Temer tem reprodução em, no máximo, cinco Estados até o momento.
PSB e PSDB caminharão juntos em Pernambuco, Minas Gerais, Paraná, Roraima, Acre, Amapá, Pará e Sergipe. As costuras ainda continuam no Mato Grosso do Sul e no Piauí.
A aliança governista conta como certa a repetição no Distrito Federal, Sergipe, Amapá, Pará e Mato Grosso. No Mato Grosso do Sul também há uma possibilidade forte de aliança entre PMDB e PT. Já quem enfrenta maior problema no Estado são os tucanos, com a possibilidade até de intervenção caso prevaleça a proximidade do PSDB local com o PT do senador Delcídio Amaral.
Apesar disso, essa conta serviu para embasar o clima de otimismo entre o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, presidenciável do PSB, e Aécio Neves, que disputará o Palácio do Planalto pelo PSDB, no almoço ocorrido em Recife na sexta-feira. Os dois dedicaram boa parte do encontro, pedido por Aécio, para avaliar o quadro de alianças, Estado por Estado.
Embora socialistas e tucanos apresentem palanques distintos, os dois haviam firmado um pacto de não agressão mútua na campanha e comungam de um objetivo comum: tirar de Dilma a chance de reeleição em primeiro turno.
Se há otimismo em relação às alianças no campo da oposição, do lado governista, as tensões com a reforma ministerial têm provocado um clima de maior pessimismo. Insatisfeitos com a parte que o PMDB terá na Esplanada e com a demora da presidente em atender aos pedidos do principal aliado, peemedebistas da Câmara e do Senado se esforçam para ressaltar que “cabe em uma mão” o numero de Estados onde será possível caminhar com o PT.
Em Minas Gerais, o PSB desistiu de lançar a candidatura ao governo do prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, para apoiar o candidato de Aécio, Pimenta da Veiga (PSDB). Lacerda não disputará eleição e a vaga para Senado deverá ser do governador Antônio Anastasia.
O encontro entre Aécio e Campos também foi a oportunidade de anunciar o apoio dos tucanos de Pernambuco ao candidato de Campos ao governo do Estado, Paulo Câmara, seu ex-secretário de Fazenda.
Em Pernambuco, PT e PMDB não se misturam. O PMDB terá a vaga de vice na chapa de Eduardo Câmara, com a candidatura do deputado federal Raul Henry (PMDB). Já o PT deverá caminhar com a candidatura do senador Armando Monteiro (PTB).
Já em Minas Gerais, a situação ainda é indefinida. Assim que deixar o governo, o ministro da Agricultura, Antônio Andrade, terá a incumbência de assumir o comando do PMDB em Minas e forçar a aliança com o PT.
A ideia do PT é ter Andrade como vice da candidatura de Fernando Pimentel, tese que se contrapõe à vontade já declarada do senador Clésio Andrade (PMDB) de lançar sua candidatura. “Vamos ver o que o partido vai decidir”, diz o ministro. “Assim que voltar para o comando do partido vamos conversar sobre isso", destacou.
São Paulo
No maior colégio eleitoral do país, PT e PMDB não estão juntos no primeiro turno das eleições, no entanto, não há como se falar em rivalidade entre os dois partidos, já que tanto a candidatura de Paulo Skaf (PMDB) quanto a do ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT) terão como alvo a candidatura à reeleição do governador Geraldo Alckmin (PSDB).
Em São Paulo, a estratégia do PSB seguirá mais a proposta de não atacar a campanha tucana. Para formar o palanque de Eduardo Campos, o partido decidiu ter candidato próprio.
Paraná
No Paraná, a possibilidade de aliança entre PMDB e PT no primeiro turno das eleições está longe de ser acertada. O PT aposta na candidatura da ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann e o PMDB tem se animado com a candidatura do senador Roberto Requião.
O PSB, por sua vez, já garantiu apoio no Estado à candidatura tucana de Beto Richa, contrariando a vontade da candidata a vice de Eduardo Campos, Marina Silva.
Mato Grosso do Sul
A formação da aliança entre PMDB e PT no Mato Grosso do Sul tem contado com a interferência direta da presidente Dilma Rousseff e do vice, Michel Temer. Na semana passada, Dilma recebeu no Palácio do Planalto o governador, André Puccinelli, e pediu seu esforço para levar o PMDB para a campanha do senador Delcídio Amaral (PT) ao governo.
O pedido de Dilma vai de encontro ao projeto já lançado pelo PMDB local de ter como candidato o ex-prefeito de Campo Grande, Nelson Trad. Para convencer Trad a abrir mão da candidatura, Delcídio poderá oferecer ao PMDB a vaga de vice.
Já a oposição enfrenta problemas no Mato Grosso do Sul. A cúpula do PSDB não descarta ter que intervir no estado devido a proximidade de Delcídio com o deputado federal Reinaldo Azambuja (PSDB), a quem o petista ofereceu a vaga para disputar o Senado. Há duas semanas, o PSDB nacional tomou a decisão que poderá embasar esta possível intervenção ao editar uma resolução na qual as “alianças estaduais terão obrigatoriamente que passar pela aprovação do diretório nacional”.
Com IG notícias..