Após deixar o Mais Médicos, cubana analisa cinco propostas de trabalho
A médica cubana Ramona Matos Rodriguez está analisando 5 propostas de emprego para trabalhar em Brasília. Na semana passada, ela abandonou o programa Mais Médicos e procurou ajuda do DEM na Câmara para pedir refúgio no Brasil. Além de associações de médicos que são contrárias ao programa governamental, algumas empresas também ofereceram emprego à médica, segundo informou a assessoria de imprensa do DEM. A assessoria não informou, no entanto, o nome das empresas e nem o salário oferecido, mas garantiu que será maior do que os mil dólares que ela recebia no programa Mais Médicos, dos quais US$ 400 eram depositados para ela no Brasil e US$ 600 iam para uma conta em Cuba, que só poderia ser acessada quando ela voltasse para o país.
Na semana passada, chegou a ser divulgado que ela trabalharia na Associação Médica Brasileira (AMB) em uma área administrativa da entidade. No entanto, a assessoria de imprensa do DEM afirmou nesta segunda-feira (10) que ela analisa outras propostas. A AMB é uma das grandes opositoras ao programa federal de contratação de médicos estrangeiros sem a revalidação do diploma na rede pública. Em agosto do ano passado, quando o programa começou a receber os primeiros médicos estrangeiros, o presidente da associação, Florentino Cardoso, disse que a população de baixa renda seria a mais afetada com a vinda de médicos cubanos.
Ramona não pode atuar como médica fora do programa. Para voltar a exercer a profissão, ela precisará fazer o Revalida, uma prova que autoriza médicos com formação em outros países a aturem no Brasil. A AMB ofereceu ajuda para que a médica se prepare para o exame. A médica ainda decidiu entrar na Justiça do Pará com uma ação contra o governo brasileiro pedindo danos morais, além do ressarcimento da diferença do valor pago a mais pelo Brasil a outros médicos estrangeiros do programa. Além de pedir refúgio ao governo brasileiro, a cubana procurou a embaixada dos EUA em Brasília em busca de visto para não ter que voltar a Cuba. Ela chegou ao país em outubro do ano passado e estava lotada em Pacajá (Pará).
Ela afirmou que deixou o Mais Médicos depois de ter descoberto que o valor de R$ 10 mil pago pelo governo brasileiro a outros estrangeiros era muito superior aos US$ 400 que ela recebia aqui. No início da tarde desta segunda-feira (10), Ramona prestou depoimento no Ministério Público do Trabalho, em Brasília. Na condição de testemunha, a médica contou como era sua rotina na cidade de Pacajá, no interior do Pará e voltou a reclamar do salário pago aos médicos cubanos. Na semana que vem, Ramona será recebida pelas ministras dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, e de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci. O pedido de audiência foi feito pelo líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE).
Regalias
A médica está hospedada na casa do deputado federal Abelardo Lupion (DEM-PR) desde a última quarta-feira. Ela chegou a Brasília no outro fim de semana para pedir asilo à Embaixada dos Estados Unidos. Com medo de perseguições, ela procurou o deputado Ronaldo Caiado e pediu ajuda. Ele então, disponibilizou o gabinete da liderança do DEM na Câmara, onde Ramona chegou a passar uma noite.
No dia seguinte, com ajuda do partido, ela fez um pedido formal de asilo ao governo brasileiro. Por ter seus direitos garantidos, após o pedido ter sido recebido pelo Conselho Nacional para Refugiados (Conare), ela foi para o apartamento funcional do deputado Abelardo Lupion (DEM-PR), onde está até hoje. Até o início do fim de semana, ela já tinha recebido R$ 850 arrecadados pelo DEM entre deputados, assessores e funcionários da Câmara. Além disso, o motorista do deputado e o carro alugado por ele estão à disposição da médica. Funcionários do DEM se revezam para fazer companhia à médica.
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