Delatores envolvem mais petistas no esquema do Petrolão
Semana negra para o Partido dos Trabalhadores (PT). No dia em que as revelações das delações premiadas do doleiro Alberto Yousseff e do ex-diretor da Petrobras, Carlos Alberto Costa vieram à tona, por decisão do juiz Sérgio Moro, mais petistas acabaram enrolados no emaranhado de corrupção que sufoca a maior estatal do país, a Petrobras.
Nos depoimentos de Yousseff estão o ex-ministros José Dirceu e Antônio Palocci, citados por ele, como “ligações” do lobista e operador de propina na Petrobrás Julio Gerin Camargo com o PT. O doleiro envolveu Dirceu a um suposto recebimento de propina em outro trecho de sua delação.
Ele disse, em sua delação, que o exministro da Casa Civil, que atualmente cumpre pena por envolvimento no Mensalão, recebia junto com o tesoureiro do PT João Vaccari Neto as propinas da Camargo Corrêa e da Mitsue Toyo destinadas ao Partido dos Trabalhadores.
Segundo o doleiro, Gerin tinha uma pessoa que era responsável pela contabilidade das propinas operadas por ele na Petrobrás, em nome de empreiteiras do cartel. Tratase de Franco Clemente Pinto.
Outro petista envolvido no esquema seria o ex-líder do governo na Câmara, Cândido Vacarezza (PT), que foi acusado pelo exdiretor da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, de ter recebido propina de R$ 400 mil por um contrato de importação de asfalto da Petrobrás com a empresa Sargent Marine. Vacarezza nega com veemência ter recebido valores ilícitos e assinala que “nunca apresentou empresa para Paulo Roberto Costa”.
João Vaccari Neto é citado novamente por Youssef , afirmando ter entregue ao mesmo dois repasses de aproximadamente R$ 400 mil em nome do PT. O valor de R$ 880 mil, ao todo, teria sido pago pela empresa Toshiba Infraestrutura em uma contratação para obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), entre 2009 e 2010.
“O valor do PT foi negociado com João Vaccari, que na época representava o PT nos recebimentos oriundos dos contratos com a Petrobrás”, revelou o doleiro, em depoimento prestado em novembro de 2014 e mantido sob sigilo até ontem. Segundo ele, um dos pagamentos foi recebido pela cunhada de Vaccari, Marice Corrêa Lima, no escritório do doleiro em São Paulo, e outro pelo próprio tesoureiro em uma “sacola lacrada” em restaurante perto da Avenida Paulista. Vaccari prestou depoimento à PF na semana passada. Ele nega participação em esquema de propina.
Com Cearaagora....
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