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segunda-feira, 2 de maio de 2016

PRA ONDE VAI?

Direita, esquerda, centro, liberal: para onde vai o eventual governo Temer?


Entre reuniões públicas e privadas, o vice-presidente Michel Temer, do PMDB, monta aquele que, acredita-se, será o seu futuro ministério se a presidente Dilma Rousseff (PT) for afastada pelo processo de impeachment. Se, por um lado, há certo consenso de que uma eventual queda de Dilma será uma dura derrota das esquerdas, por outro, restam algumas dúvidas sobre quais direções e "cores" um governo de Michel Temer pode vir a ter.
A reportagem do UOL consultou economistas e cientistas políticos para saber: Temer representaria uma "saída" à direita?
Os principais pontos de partida para a análise de um eventual governo Temer na área econômica são o programa "Uma Ponte para o Futuro", lançado em outubro de 2015 pela Fundação Ulysses Guimarães, braço do PMDB comandado por Moreira Franco, "homem forte" de Temer, e as alianças e apoios políticos já anunciados em torno do vice.
O programa "Uma Ponte para o Futuro" prevê medidas como a implementação de uma idade mínima para a aposentadoria, a redução da ação do Estado na economia, a desvinculação das receitas constitucionalmente previstas para gastos em áreas como saúde e educação, a flexibilização de normas trabalhistas e a retomada do processo de concessões. As medidas são criticadas por partidos de esquerda, que as classificam como "neoliberais" e como sendo "de direita".
No campo político, partidos como PSDB, PSB e legendas do conhecido "centrão" (PP, PR, PTB, entre outras) já manifestaram apoio, ainda que de forma tímida, a um governo Temer. Na última quarta-feira (27), por exemplo, Temer se reuniu com o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), que anunciou o apoio sinalizando para a participação do partido no governo do PMDB. Nos últimos dias, líderes das bancadas evangélica, da bala e ruralista cobraram apoio de Temer às suas pautas após terem votado, em peso, pelo impeachment de Dilma Rousseff.
O PMDB deve lançar em breve o programa "Travessia Social", que deve jogar mais luz sobre as propostas do partido para a área social.
Em meio às incertezas sobre o eventual governo do vice-presidente,  veja o que os economistas e cientistas políticos ouvidos pelo UOL disseram: 

Como será a agenda econômica de Temer?

"Do ponto de vista eminentemente econômico, esse programa [Ponte para o Futuro] traz, sim, uma agenda de cunho mais liberal, que quer reavaliar políticas públicas, avançar em temas como concessão e repensar a ação do Estado na economia para desfazer esse intervencionismo estatal", declara Zeina Latiff, economista-chefe da XP Investimentos.
"No campo econômico, o programa do PMDB é liberal, sim. Ele põe o setor privado, e não mais o Estado, como centro de gravidade da economia. Veja que a presidente Dilma defendia o papel do Estado como indutor do crescimento econômico. Essa agenda faz o contrário e põe a iniciativa privada como protagonista", afirma Carlos Alberto Ramos, professor titular da Faculdade de Economia da UnB (Universidade Nacional de Brasília).
Com UOL....


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