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sábado, 8 de outubro de 2016

DESMOBILIZAÇÃO
Petrobras amplia desmonte e para de produzir em Quixadá    


172 funcionários serão afetados diretamente. Usina tinha capacidade de produzir 108,6 mi de litros de biodiesel/ ano
Indústria do Ceará foi a única desativada pela Petrobras, das três de Biodíesel do País!

O Ceará definitivamente está fora dos planos de investimento da Petrobras para o futuro. Após o anúncio de colocar à venda os poços de exploração de petróleo em terra e no mar localizados em território cearense, além da Termo Ceará e de um navio de regaseificação ancorado no Porto do Pecém, a estatal divulgou na tarde dessa sexta-feira (7) a desativação da Usina de Biodiesel de Quixadá, aumentando o desmonte da infraestrutura instalada no Estado.
"Considerando que, de acordo com as projeções, não haveria uma solução para a usina em curto prazo e sem novos investimentos, o Conselho de Administração da Petrobras Biocombustível optou por encerrar a produção de biodiesel no Ceará e assim focar recursos em projetos com maior rentabilidade", afirmou a estatal por nota, acrescentando ainda que a decisão faz parte do Plano de Negócios e Gestão 2017-2021, o qual estabelece "o processo de saída da produção de biocombustíveis".
 A usina é a única, das três plantas produtoras de biocombustíveis, que terá a produção encerrada. "As usinas de Montes Claros (MG) e a de Candeias (BA) continuarão a operar normalmente. A Petrobras estuda alternativas para estas unidades, em linha com as metas do seu Plano de Negócios", completa a nota da estatal.
 Impacto 
O  fim das atividades em Quixadá fará com que 120 profissionais terceirizados sejam dispensados do serviço que desempenhavam na usina, enquanto outros 52 profissionais da Petrobras sejam realocados entre as indústrias de Minas Gerais e Bahia - ou em outro segmento, dependendo da demanda interna da companhia. Os dados foram repassados pelo Sindicato dos Petroleiros do Ceará e Piauí (Sindipetro CE/PI), pois, até o  fim desta edição, a Petrobras não respondeu aos questionamentos da reportagem. 
No entanto, o mal- momento da produção é reconhecido pelo diretor do Sindpetro-CE/, e ex-funcionário da Usina, Douglas Uchoa, o qual aponta para o insumo da produção como o principal gargalo. " O grande problema era o óleo de soja, que custava 80% do custo da indústria. Essa matéria prima vinha de outros estados e não tinha isenção fiscal do governo cearense. Por exemplo as termelétricas a carvão têm isenção do abastecimento de água de 50%, mas a usina de Quixadá não tinha", lamenta, informando que o Sindicato promoveu atos e encontros com autoridades na busca de apoio à produção, sem sucesso.
 A importação de quase todos os insumos desequilibrou os custos. Uchoa informou ainda que a Usina de Quixadá tinha um papel de apoio à agricultura familiar - via compra de mamona, que não vingou - e teve até a produção expandida de 7 mil quilos para 14 mil quilos entre 2008 e 2016. "No auge, tivemos 400 empregos diretos, e a chegada transformou a vida de muitos moradores da região", lamenta o diretor do Sindipetro, relembrando que a indústria deve parar de produzir em 1º de novembro. Conforme a Petrobras, a usina de Quixadá tem capacidade para produzir 108,6 milhões de litros de biodiesel por ano.
  Novas oportunidades
No entanto, a Petrobras informou que a desmobilização da planta deve levar cerca de seis meses e "será realizada por uma equipe multidisciplinar". Este é o mesmo tempo que o consultor de petróleo e gás Bruno Iughetti estima para que a companhia resolva os trâmites e execute as liturgias necessárias para vender a usina. "Não vejo a menor possibilidade de se efetivar neste ano, mas deve acontecer no primeiro trimestre de 2017", estima o consultor. Para ele, a escolha de desativar a usina vai prejudicar ainda mais o caixa da companhia, uma vez que os custos de manter uma indústria do porte da de Quixadá são bem onerosos.
 O ideal, segundo explica Iughetti, seria manter uma produção baixa para o bem dos equipamentos e também da cadeia produtiva, principalmente, a logística de fornecimento e distribuição. O especialista considerou a decisão da Petrobras já esperada e apontou para a Região Norte, quando o assunto é o possível comprador da Usina de Biodiesel de Quixadá. De acordo com a análise dele, lá estão empresas de grande porte na produção de biodiesel do Brasil atualmente.
Com Diário do Nordeste..

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