O embróglio do novo código florestal
Novo código desagradou a muitos, gerou polêmicas, mas é necessário..
O Congresso Nacional aprovou durante esta semana, o "novo código florestal brasileiro" que como não poderia ser diferente, trouxe muitos pontos discordantes por quase todos os setores envolvidos. É um projeto que alterará profundamente as normas vigentes do atual código florestal brasileiro. Para alguns, foi um grande retrocesso, para outros, um 'embróglio', que deverá ser digerido pelo conjunto da sociedade brasileira. De um lado, ambientalistas, ongs e movimentos sociais diversificados. Do outro, produtores rurais e classes sindicais que estão diretamente ligados ao setor produtivo brasileiro.Sabemos que temos que respeitar os parâmetros ecológicos, pois do contrário o meio ambiente será o mais prejudicado. Mas também sabemos que não podemos taxar de 'perniciosos', quem produz alimentos e gera mais de 30% dos empregos originados no campo. Ninguém em sã consciência vai negar a importância do produtor rural no contexto sócio-econômico, pois sem estes agentes agro-pastoris, em qualquer parte do mundo, a sobrevivência do próprio planeta seria inviável. Senão vejamos: Moramos nas cidades e precisamos nos alimentar diariamente, se na cidade não produzimos nada, onde então buscaríamos alimentos? Quem produzir este alimento em quantidade suficiente pra alimentar a todos na cidade? Moramos na cidade e precisamos por exemplo de alguém que se disponha criar uma vaca pra produzir a carne, o leite, o queijo e demais derivados que estão todos os dias nas mesas de médicos, advogados, engenheiros etc...
Você ao comprar ou construir sua casa, seu apartamento, não envolve apenas o pedreiro, o serralheiro, o pintor, o eletricista ou o carpinteiro. É muito mais complexo, pois o tijolo, a madeira e outros materiais que são necessários para seu empreendimento, são produzidos no campo.
Sabemos que existem várias categorias agro-pastoris mundo afora e no Brasil não é diferente. Porém o 'agro-negócio' ou 'grandes' produtores rurais são os grandes geradores de divisas para o país. Não podemos contestar uma categoria que gera toda esta riqueza e ajuda ao governo manter a máquina pública funcionando. Temos sim, que encontrarmos um caminho distencionado que proporcione equilíbrios. A bola agora está com a Presidente Dilma Roussef, a quem caberá sancionar ou vetar o que foi aprovado no Congresso nacional e que alterará substanciosamente as regras ambientais em vigência.
Portanto, antes de pedirmos que seja vetado ou promulgado, façamos uma profunda reflexão.
Carlos Kté Santos