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quarta-feira, 31 de outubro de 2012


O desencanto do eleitor

Em discurso no Plenário nesta segunda-feira (29), o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) fez uma avaliação das eleições municipais deste ano. Para o senador, as urnas falaram e o eleitor deu o seu recado. Alvaro ressaltou que respeita as diversas opiniões sobre a análise do resultado eleitoral e disse que a interpretação do resultado das urnas “não é fácil”.- Quanto mais permaneço na atividade pública, menos eu entendo o eleitor do país – disse o senador, registrando que o eleitor também tem razão em não entender suas lideranças. Leia mais na Agência Senado  e veja no vídeo da TV Senado o discurso(Postado por Cristiane Salles-assessoria de imprensa)

terça-feira, 30 de outubro de 2012


PT quer mensaleiro solto e jornalistas e juízes na cadeia…

É isso aí. Alguns bananas da imprensa devem estar felizes, não é mesmo? Outros bananas que não são exatamente da imprensa, mas que a frequentam, idem. Acharam que o tucano José Serra fez muito mal em levar a questão do mensalão para a eleição. Há tontos rematados, se é que não lhes falta mesmo caráter, a hipótese mais provável, atribuem a isso a derrota… Não! Tratava-se apenas de dar tratamento político ao que político era. Ademais, seria preciso conhecer o resultado de uma campanha que ignorasse o mensalão para ter como comparar… Bem, o ponto é o seguinte: nesta quinta, o PT vai vomitar um manifesto contra a condenação dos mensaleiros.
Tanto o mensalão era relevante no debate público — alguém tinha alguma dúvida — que o PT esperou o fim da votação para, então, sair em defesa de seus criminosos, atacando o estado de direito. Em seu “manifesto”, vai acusar o tribunal de ter abandonado “as teses do direito pena que garantem as liberdades individuais”. É mentira! Não houve mudança nenhuma de jurisprudência no Supremo. Ocorre que o PT acha que tribunal e cadeia foram feitos para seus inimigos. Como é sabido, o partido estimula uma cultura do debate que é hostil até a cadeia para bandidos, não é mesmo? O partido gostaria mesmo é de encarcerar adversários políticos e alguns juízes.
O PT, que é um partido muito ético, vocês sabem, tem um estatuto que prevê a expulsão de membros do partido condenados em última instância em processo criminal: está previsto lá, no artigo 231, inciso XII. Não será aplicado desta vez, claro! Ao contrário, o partido quer o mensaleiro Genoino, que foi votar cercado de espancadores, na Câmara Federal.
Individualmente, o partido foi o mais votado do Brasil no primeiro turno — apenas 4% a mais do que em 2008. O eleitorado cresceu bem mais do que isso. Está hoje na Prefeitura de seis capitais; terá quatro. Organizou a máquina para fazer 800 prefeitos; chegou a 634 cidades. PSDB e DEM acabaram levando sete das 15 maiores cidades do Nordeste. No Norte do país, três capitais serão administradas por oposicionistas.
Assim, a absurda arrogância, que leva o PT a afrontar o Poder Judiciário, tem apenas um nome: São Paulo — e um sobrenome: Fernando Haddad. Não tivesse a legenda obtido êxito em São Paulo, o tal manifesto não viria a público. O partido pretende tomar a vitória na maior capital do país — onde foi sufragado por 39% dos eleitores apenas, com abstenção recorde — como absolvição nas urnas.
A se julgar pelas “análises” feitas por alguns especialistas isentos como um táxi, o tucano José Serra não deveria nem mesmo ter tocado no assunto, embora o nome do jogo sempre fosse este: mensalão! Fernando Haddad é a cara mais supostamente inocente de uma tentativa de cercar o Judiciário.
No tal manifesto, os petistas devem pedir também o “controle da mídia”. Vejam que espetáculo: nem mesmo esse jornalismo — com as exceções de praxe — rendido ao partido serve ao PT. O partido quer mais. É próprio dos tiranos e das tiranias: a sujeição do outro lhes assanha o desenho de mais subserviência.
Fico cá a pensar naquele editorial que defendeu que os mensaleiros não sejam enviados para a cadeia…  Os mensaleiros e seus amigos, por sua vez,  não desistiram de pedir cadeia para os jornalistas e para os juízes. Mas fiquem tranquilos: só para os que escreverem coisas erradas e não julgarem do modo certo…


Nelson Jobim apresenta no Senado propostas para novo Pacto Federativo

Grupo de especialistas fez 9 anteprojetos de lei e 2 sugestões.
Objetivo é reequilibrar divisão de receitas entre União e estados.


Ex-ministro da defesa Nelson Jobim
O ex-ministro da Defesa Nelson Jobim apresentou na tarde desta terça-feira (30) no Senado um pacote de propostas que têm por objetivo diminuir o desequilíbrio na divisão de receitas arrecadas com tributos entre as unidades da federação e a União. O trabalho foi entregue ao presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), que convocou a comissão que elaborou as sugestões.
O relatório parcial propõe um novo Pacto Federativo, com propostas divididas em quatro temas: Guerra Fiscal e do ICMS, Fundo de Participação dos Estados (FPE), distribuição dos royalties do petróleo, e dívidas dos estados. São nove anteprojetos de lei e duas sugestões a matérias que já tramitam no Congresso.
"Chegamos a um federalismo onde a União cria ônus para os estados, sem criar incentivos", disse Nelso Jobim, que preside a comissão, durante a apresentação das propostas.
Após serem entregues a Sarney, as propostas serão separadas e distribuídas às comissões do Senado. Após serem aprovadas pela Casa, ainda precisam passar por apreciação da Câmara dos Deputados.
Entre as sugetões feita pela comissão de especialistas, está a proposta de emenda à Constituição que eleva a parcela da arrecadação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) transferida para estados e municípios exportadores. A proposta também tem por objetivo alterar a forma e os critérios de rateio dos recursos do imposto.
Outra PEC veda a expedição de normas nacionais que reflitam sobre a remuneração de servidores estaduais e municipais.
Tenho certeza que estamos recebendo da comissão uma grande contribuição ao Brasil. As propostas que foram elaboradas por esta comissão estarão na raiz de um novo Pacto Federativo”, afirmou o presidente do Senado, José Sarney.

Embate eleitoral entre PT e PSB continua na Câmara e Assembleia

Deputado Antônio Carlos (PT) reforçou que o seu partido deverá recorrer à Justiça contra o resultado das eleições. Foto: Rodrigo Carvalho

Deputado Antonio Carlos ex-líder do governo estadual
A primeira sessão plenária da Assembleia Legislativa do Estado após o segundo turno das eleições foi marcada pelo clima tenso, com exposição das divergências cultivadas e propagadas pelos grupos liderados por PT e PSB no período eleitoral.

Em meio às declarações de apoio ao novo prefeito eleito, deputado Roberto Claudio, que inclusive presidia a sessão, o deputado Antônio Carlos (PT) reforçou, em pronunciamento, que o seu partido deverá recorrer à Justiça contra o resultado das eleições. Segundo o parlamentar, o domingo, dia do pleito, foi marcado por crimes eleitorais praticados pela coligação vencedora entre “compra de votos, boca de urna e abuso de poder econômico”.
Reação da bancada governista
O posicionamento do petista causou reação imediata da bancada governista que se revezou para rechaçar as declarações. Tin Gomes (PHS) destacou que a coligação vencedora conseguiu sensibilizar a população para necessidade de mudança e que, se houve excessos, foi de lado a lado e em ações pontuais e não coordenadas pela campanha. “Se vossa excelência foi surpreendido com a militância vestida de amarelo nas ruas é porque nós sensibilizamos a população. Se houve compra de votos não foi de nossa parte”, afirmou.
Sarto Nogueira (PSB) rebateu com uma acusação. De acordo com ele, o que houve foi policiais, “liderados por um vereador eleito, fazendo prisões arbitrárias e praticando irregularidades, o que é lamentável”, disse, se referindo ao parlamentar eleito Capitão Wagner (PR) apoiador da campanha petista.
O deputado Fernando Hugo (PSDB) também fez críticas ao posicionamento de Antônio Carlos, que já foi líder do governo Cid Gomes na Casa.
Câmara Municipal
Na Câmara Municipal, o embate no mesmo sentido foi entre os vereadores Guilherme Sampaio (PT) e Elpídio Nogueira (PSB). "O que houve de irregularidades neste segundo turno foi um fato sem precedentes", bradou Guilherme, contestado, em seguida, pelo colega. "O que houve foi uma manifestação voluntária da sociedade e até de pessoas que vieram do Interior, convidada por nós".
O clima nas sessões legislativas dá uma mostra de como será o período de transição administrativa entre os dois grupos.
DN

Roberto Cláudio agradece eleitores e reafirma compromissos com a cidade

Pres. Roberto Cláudio (PSB)Dois dias após ser eleito prefeito de Fortaleza, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Roberto Cláudio (PSB), agradeceu na manhã desta terça-feira (30/10) a população da capital cearense, reiterou compromissos assumidos durante a campanha e falou do processo de transição de governo. Ele prometeu “unir a cidade” e assumiu compromisso de entregar a Casa com finanças em dia para seu sucessor, antes de assumir a Prefeitura.
“Nestes dois meses vou me dividir na tarefa de já ir pensando na transição e, ao mesmo tempo, dar conta de entregar a Casa com compromissos cumpridos”, afirmou, durante participação no programa Narcélio Limaverde da FM Assembleia (96,7 MHz) depois da eleição municipal.
Roberto Cláudio agradeceu o “privilégio” e a “honra” de governar Fortaleza “graças ao enorme afeto, carinho e toda confiança depositada pelo povo da cidade”. “A melhor forma de traduzir esse sentimento é trabalhando com decência, entusiasmo e muita vontade ao longo dos próximos quatro anos”, disse durante entrevista de 30 minutos na rádio.
Médico sanitarista, deputado estadual de segundo mandato e presidente da AL desde fevereiro de 2011, o socialista se disse modificado após sua primeira campanha majoritária. “Eu saio muito mais humilde, mais solidário e muito mais conhecedor da alma e do coração da gente de Fortaleza”, afirmou.
Sobre o processo de transição nos próximos dois meses que antecedem a nova gestão, o prefeito eleito afirmou esperar que o mesmo ocorra de forma “tranquila” e “pacífica”. “O processo se dará da forma mais razoável possível para que a gente tenha acesso a projetos em andamento, recursos de convênios com o Governo Federal e ao orçamento votado este ano para 2013”.
Roberto Cláudio contou que ainda não começou a definir o secretariado do governo, mas adiantou que irá priorizar “quadros técnicos” com duas virtudes essenciais: "probidade e competência”. “O que a gente deve preservar e valorizar é a boa política”, enfatizou.
O prefeito eleito ressaltou a importância de unir a cidade. “A tarefa de um prefeito que vai governar para todos é deixar as disputas partidárias de lado e ter a capacidade de governar enxergando a necessidade de nossa gente”, disse.
Seguindo esse tom de conciliação, também pregou uma relação harmônica e produtiva entre Executivo e Legislativo: “Quero valorizar Câmara Municipal e cada um dos vereadores que representam a cidade. Essa diversidade expressa a cara de Fortaleza”.
Durante a entrevista, o prefeito eleito tratou ainda das primeiras ações de governo como o compromisso de implantar o bilhete único para os ônibus nos primeiros seis meses de 2013 e equipar e ampliar a Guarda Municipal. Sobre as  obras da Copa do Mundo de 2014, ele informou que a prefeitura se encarregará das desapropriações no entorno dos túneis que serão feitos na Via Expressa e que formará uma equipe específica para tocar as obras das quatro principais vias de acesso ao Estádio Castelão. 

segunda-feira, 29 de outubro de 2012


RESULTADO NACIONAL

PT e PSB garantem mais prefeituras e eleitores

Com o fim do pleito deste ano, os petistas concentrarão 20% do eleitorado. Já os pessebistas terão 11%
São Paulo No balanço final da disputa eleitoral em 2012, o PT e o PSB foram os partidos que mais ampliaram o número de prefeituras conquistadas e o contingente de eleitores a governar em relação a 2008. O PSD, em sua primeira disputa, obteve um lugar entre os maiores partidos, mas terá pouca influência nas cidades grandes.

A vitória de Geraldo Júlio na disputa por Recife foi essencial para ampliar o comando do PSB nos grandes colégios eleitorais do País FOTO: RODRIGO CARVALHO


O PMDB encolheu tanto em número de prefeituras quanto de eleitores. O PSDB elegeu menos prefeitos, mas praticamente conquistou a mesma fatia do eleitorado. E o DEM manteve sua tendência de definhamento.

O PT obteve prefeituras que, somadas, concentram 20% do eleitorado. Os petistas ficaram em terceiro no número de prefeitos eleitos, com 633. O fato revela que o partido ainda tem dificuldades para conquistar as pequenas cidades, seara na qual o PMDB é a legenda mais forte.

Recuo em capitais
O PT elegeu quatro prefeitos de capitais neste ano, menos do que em 2008 (seis) e 2004 (nove), mas ampliou seu espaço no conjunto dos 83 municípios com mais de 200 mil eleitores, o chamado clube do segundo turno.

Não se pode dizer que o PMDB teve um resultado ruim - afinal, manteve o primeiro lugar no ranking dos prefeitos eleitos, com 1.025, e só ficou atrás do PT no do eleitorado a governar (17%). Mas o partido se saiu pior do que há quatro anos.
O principal recuo dos peemedebistas ocorreu no segundo turno. Em 2008, no grupo das cidades com mais de 200 mil eleitores, a legenda venceu em municípios que abrigavam 26% do eleitorado nacional. Agora, sua participação vai cair para 14%.

Destaque no primeiro turno, com a conquista de duas capitais de grande peso político - Belo Horizonte e Recife -, o PSB chega ao final da disputa com saldo positivo sob todos os aspectos, principalmente no número de eleitores a governar.

O partido presidido pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos - já citado como possível candidato a presidente em 2014 -, deve governar cerca de 11% do eleitorado a partir de 2013.

O DEM teve neste ano o pior desempenho de sua história. Seus prefeitos comandarão 5% do eleitorado, menos da metade do que obteve há quatro anos.

Já o PSD, legenda criada a partir das bases do Democratas, elegeu 496 prefeitos e governará 6% do eleitorado. No grupo das 83 maiores cidades, porém, sua influência será menor: governará apenas 3% dos eleitores.

O PDT saiu vitorioso em cinco capitais: Macapá (AP), Natal (RN), Curitiba (PR), Porto Alegre (RS) e Goiânia (GO). O PPS, administrará Vitória, capital do Espírito Santo. O PP ganhou na capital de Mato Grosso do Sul, Campo Grande. O PTC ganhou em São Luís (MA) e o PSOL em Macapá (AP). 

domingo, 28 de outubro de 2012


Apenas oito mulheres disputam o segundo turno em oito municípios



Dos 50 municípios em que ocorrerá o segundo turno das eleições municipais neste domingo (28), oito terão mulheres na briga pelas prefeituras.
Elas disputam as eleições em Campina Grande (PB), Franca (SP), Guarujá (SP), Juiz de Fora (MG), Mauá (SP), Nova Iguaçu (RJ) e Ribeirão Preto (SP).
Das capitais em que há segundo turno, Manaus (AM) é única na qual concorre uma mulher, segundo informações do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
De com o TSE, o número de candidatos do sexo masculino nas eleições 2012 chegou a 302.348 e o de candidatas foi de 146.059. É a primeira vez que os partidos políticos e coligações atingem o percentual de 30% da chamada Cota de Gênero.
A Lei das Eleições estabelece que, em uma eleição, deve haver no mínimo 30% e no máximo 70% de candidatos do mesmo gênero do total dos registrados por um partido ou coligação.

SEGUNDO TURNO

Eleitorado fortalezense define hoje o 49º prefeito da Capital

1.612.155 eleitores podem ir às urnas para escolher entre o petista Elmano e o pessebista Roberto Cláudio

Os 1.612.155 eleitores aptos a votar em Fortaleza poderão ir às urnas, hoje, para escolher quem será o 49º prefeito da Capital. Estão em uma disputa acirrada pela administração da cidade os postulantes Elmano de Freitas (PT) e Roberto Cláudio (PSB). As últimas pesquisas de intenção de voto têm mostrado que os dois pleiteantes estão tecnicamente empatados e, portanto, disputam voto a voto até o final da tarde deste domingo.
Desde que se instituiu o segundo turno no sistema político brasileiro, com a Constituição de 1988, esta é a terceira vez que o eleitorado da Capital é chamado a votar duas vezes para eleger o prefeito. Na primeira vez, no ano 2000, foi uma disputa entre Juraci Magalhães e Inácio Arruda. A segunda disputa, em 2004, aconteceu entre Luizianne Lins e Moroni Torgan. Agora, neste ano, é a vez de Elmano de Freitas e Roberto Cláudio. Esta é a sétima eleição desde que foi instituído o segundo turno.

No primeiro turno, eram dez candidatos a prefeito de Fortaleza. Além de Elmano de Freitas e Roberto Cláudio, participavam do pleito Heitor Férrer (PDT), Renato Roseno (PSOL), Moroni Torgan (DEM), Inácio Arruda (PCdoB), Marcos Cals (PSDB), Francisco Gonzaga (PSTU), Valdeci Cunha (PRTB) e André Ramos (PPL). Na primeira etapa da eleição deste ano, 83,98% das pessoas aptas a votar foram às urnas. Isso significa que 1.353.953 eleitores compareceram para confirmar seu voto. Já a abstenção ficou em torno de 16,02%, ou seja, de 258.202 eleitores fortalezenses.

Dos dez candidatos no primeiro turno, cinco declararam que votarão em Roberto Cláudio, inclusive ele. Três dos ex-postulantes votarão em Fortaleza, mas não declararam apoio a nenhum dos dois candidatos, consequentemente não se sabe se votarão ou não em algum candidato. Heitor Férrer preferiu ausentar-se da cidade para não deixar margem a especulações quanto ao seu voto. Ele vai justificar sua ausência. O pleiteante restante, Elmano, vota nele próprio.
DN

sábado, 27 de outubro de 2012


ACARAÚ E IGUATU

Decisão altera prefeitos eleitos no CE


Os resultados das eleições para prefeito dos municípios de Acaraú e de Iguatu, divulgados pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), poderão ser alterados se forem mantidas até o trânsito em julgado dos processos de registro de candidatura decisões monocráticas de ministros do Tribunal Superior Eleitoral.

Em Acaraú, o resultado divulgado pelo TRE apontava como eleito o candidato Pedim do Cleto porque obteve 15.878 votos. Os votos de Alexandre Ferreira Gomes da Silveira (16.117) não foram apresentados no resultado oficial porque o candidato concorreu na condição sub judice, pois teve o registro da candidatura indeferido. Ao apreciar o recurso dele, a ministra Laurita Vaz reformou a decisão do TRE para conceder registro de candidatura a Alexandre Ferreira Gomes da Silveira.

Como se trata de uma decisão monocrática, ainda cabe recurso para o pleno, mas se for mantida essa decisão deverá ser declarado eleito o candidato Alexandre Ferreira Gomes porque obteve uma votação superior a do seu concorrente.
Inelegibilidade

O caso de Iguatu é semelhante porque o TRE do Ceará negou provimento a recurso e manteve o indeferimento do pedido de registro de candidatura formulado por Aderilo Antunes Alcantara Filho ao cargo de prefeito. O ministro Arnaldo Versiani, ao decidir a matéria, considera que o acórdão regional contrariou os arts. 31 e 71, I, da Constituição Federal e o art. 1º, inciso I, alínea g, da LC nº 64/90. Pelo exposto, deu provimento ao recurso especial para deferir o registro de candidatura de Aderilo.

Em Iguatu, o resultado do pleito deste ano indicou 59,93% dos votos apurados como nulos porque os votos dados ao candidato Aderilo (30.203) não entraram na divulgação do resultado oficial. Sobre essa decisão já foi interposto um agravo de instrumento, mas se a decisão for mantida o candidato deverá ser declarado eleito porque obteve 30.203 votos contra 20.052 em favor de Mirian Sobreira e 1.056 para Murilo Braga.

Somente nas sessões de terça e de quinta-feira desta semana do TSE, foram publicadas 50 decisões monocráticas de ministros em processos de registro de candidatura, provenientes do Estado do Ceará. Esses processos envolvem candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador.

Há casos em que a decisão do TRE é mantida, mas também existem situações de mudanças. A vários recursos eleitorais foi negado seguimento por perda do objeto, ou seja, o candidato foi derrotado nas urnas, havendo também casos em que o candidato renunciou. Outros candidatos ainda aguardam julgamento, havendo municípios cearenses em que há chance, inclusive, de um novo pleito.
DN

sexta-feira, 26 de outubro de 2012


MADRUGADA DE TREVAS

Apagão deixa Nordeste totalmente no escuro

Transtornos e prejuízos na madrugada de trevas

Todas as cidades do Ceará, juntamente com os demais estados do Nordeste, além de parte da região Norte, foram atingidos por um novo apagão elétrico na noite de ontem. Fortaleza e o Interior do Estado ficaram totalmente às escuras, por volta das 23h15, quando a energia caiu. O restabelecimento começou a voltar, aos poucos, na cidade, às 2h 25. As causas, segundo a Companhia Energética do Ceará (Coelce), que não deu mais detalhes, foi uma “ocorrência no sistema interligado nacional”. 
Porém, segundo a assessoria de comunicação da Coelce, até o fechamento desta edição, às 3h da madrugada, horário local, a Companhia não tinha como informar a previsão de restabelecimento total. 

Devido ao blecaute, um incêndio de médias proporções atingiu o Hotel Praiano na Beira-Mar, por volta da 01h30. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o fogo foi causado por um “superaquecimento do gerador em virtude da sobrecarga de trabalho, ficando confinado apenas na casa de máquinas”. 

Duas viaturas de combate ao incêndio, dois de salvamento, e cerca de 40 homens foram enviados ao local. O fogo foi controlado em dez minutos, conforme o Capitão Mauro Oliveira. Segundo ele, entre hóspedes e funcionários do hotel não houve registro de feridos. 

Na Capital, o cenário ficou semelhante ao que ocorreu em 3 de fevereiro do ano passado,
quando um blecaute atingiu todos os estados do Nordeste.

Pelas ruas, motoristas dirigiram com cautela porque os semáforos estavam todos desligados. Locais movimentados como a Beira-Mar e a Praia do Futuro ficaram, em poucos minutos, praticamente desertos. Logo após a falta da luz, grupos de pessoas que estavam em barracas da Praia do Futuro deixaram rapidamente o lugar. Estabelecimentos comerciais de Fortaleza fecharam as portas e alguns equipamentos de cartões de créditos ficaram fora do ar.

Conforme a Central de Atendimento da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops), a demanda ficou “conturbada”. As pessoas pediam informações sobre o blecaute. A central informou que as ocorrências estavam “pouco acima do normal” para a madrugada, mas se restringiram, até às 2h30, a furtos e roubos.
Aeroporto
Pouco antes de 1 hora da madrugada, o balcão da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) informou que, entre 00h37 e 7h de hoje, haviam 21 voos programados e nenhum, até aquele momento, estava cancelado. No local, o movimento foi tranquilo, e as companhias aéreas se mantiveram realizando os check-ins dos passageiros que não apresentavam sinais de preocupação.

Até a meia noite, a recepção do Hospital Geral de Fortaleza (HGF) informou que a instituição não foi atingida porque os geradores estavam funcionando. Na Santa Casa de Misericórdia, a iluminação externa não estava ligada, porém, no local, funcionários informaram que e os setores da Unidade de Terapia Intensivo (UTI), o centro cirúrgico e a hemodiálise estavam mantidos à basede gerador.

Ligações telefônicas também foram prejudicadas e, em alguns momentos, era preciso tentar duas ou três vezes para que o contato fosse completado. Porém, algumas chamadas caíam no meio do diálogo.

Mais informações podem ser conferidas, ao longo do dia, no Diário Online e na edição de amanhã do Diário do Nordeste.
DN

quinta-feira, 25 de outubro de 2012


VEREADOR DE CAUCAIA

Recurso negado no TSE

A decisão do Tribunal Superior Eleitoral pode alterar a composição da nova Câmara Municipal do Município
O ministro Arnaldo Versiani, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou seguimento ao recurso interposto pelo vereador de Caucaia, Sebastião Conrado da Silva. A decisão foi publicada juntamente com outras relacionadas a candidatos do Ceará.

Embora ainda caiba recurso para o pleno do TSE, a decisão desperta interesse nos círculos políticos de Caucaia porque outros seis candidatos a vereador daquele Município estão em situação semelhante à de Sebastião Conrado que teve o registro da sua candidatura indeferido pelo juiz eleitoral de Caucaia, sendo a sentença confirmada pelo Tribunal Regional Eleitoral.

Proporcional
A impugnação da candidatura dele foi feita pelo promotor de Justiça com base em processo de improbidade administrativa julgado em uma das câmaras do Tribunal de Justiça do Estado. A decisão definitiva dos registros dos candidatos a vereador de Caucaia, impugnados com o mesmo argumento, pode alterar o resultado da eleição proporcional naquele Município.

As outras decisões monocráticas de ministros do TSE, publicadas na sessão do dia 18 deste mês, especialmente em relação às candidaturas majoritárias, confirmam a situação estabelecida até a data do pleito.

A ministra Luciana Lóssio negou seguimento ao recurso do PSB de Palmácia contra a decisão do TRE que manteve o registro da candidatura de José Maria Bezerra Sipriano. Ela também negou seguimento ao recurso da Coligação Itapajé Para Todos contra a decisão do TRE que deferiu o registro da candidatura de Francisco Marques Mota.

A ministra Luciana Lóssio, sem resolução de mérito, declarou extinto o recurso de Daniel Queiroz contra a decisão do TRE que indeferiu o registro da candidatura dele à Prefeitura de Beberibe. A extinção do processo foi justificada pelo fato de o candidato ter renunciado à disputa.

Ao considerar correta a decisão do TRE, o ministro Arnaldo Versiani negou seguimento ao recurso da Coligação Morada Nova de Coração contra o deferimento do Drap majoritário e proporcional da Coligação Pra Crescer Ainda Mais. O juiz de lá havia indeferido e o TRE reformou a decisão para deferir.
O juiz de Jijoca de Jericoacoara deferiu o pedido de registro da candidatura de Araújo Marque Ferreira à Prefeitura daquele Município, mas o TRE indeferiu o registro ao examinar o recurso. O candidato recorreu ao TSE e o ministro Dias Toffoli, em decisão monocrática negou seguimento ao recurso, considerando-o prejudicado por suposta perda de objeto porque o candidato foi derrotado nas urnas. 
DN



Supremo Tribunal Federal condena Marcos Valério a 40 anos de prisão

Operador do Mensalão vai também pagar R$ 2,7 milhões de multas

O publicitário-empresário Marcos Valério, considerado o principal operador do esquema do mensalão, foi condenado até agora – na primeira parte da segunda sessão de dosimetria das penas no julgamento da Ação Penal 470, realizada nesta quarta-feira – a um total de 40 anos, 1 mês e 6 dias de reclusão e ao pagamento de multas de R$ 2, 783 milhões.
Somam-se aí as condenações por crimes de quadrilha, corrupção ativa(duas vezes), peculato (três vezes), lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Os ministros concordaram em deixar para a sessão final de julgamento a proclamação definitiva das penas e de seus efeitos em todos os réus, incluindo Marcos Valério, que será o mais apenado.
A dosimetria proposta pelo ministro-relator, Joaquim Barbosa foi,inicialmente, acompanhada pela maioria de seus colegas. Mas Barbosa continuou a discutir asperamente, em alguns casos, com o ministro-revisor, Ricardo Lewandowski, Sobretudo quando da fixação da pena relativa ao crime de corrupção ativa no item Banco do Brasil-Visanet, no qual saiu vencedor – por uma pena menos severa – o revisor. No início da segunda parte da sessão, Joaquim Barbosa pediu desculpas ao seu colega Lewandowski: “Externo minha preocupação quanto ao ritmo desta dosimetria, o que tem me levado a me exceder, até de maneira exacerbada. Peço desculpas ao eminente ministro-revisor”. As desculpas foram aceitas. 
Divergências
Mas a maior divergência deu-se quando da fixação da pena por lavagem de dinheiro. O relator propôs uma pena de reclusão de 11 anos e 8 meses, enquanto o revisor – apesar de afastar atenuantes e de usar agravantes – propôs 6 anos e 20 dias. Acompanharam Barbosa os ministros Luiz Fux, Marco Aurélio, Gilmar Mendes e Celso de Mello.Votaram com Lewandowski os ministros Rosa Weber, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Ayres Britto (que fixara, no início, pena de 7 anos e 6 meses de reclusão). Como deu empate, prevaleceu a pena mais favorável ao réu, ou seja, a fixada pelo revisor.
Na votação referente ao crime de corrupção ativa - no item em que os corrompidos foram parlamentares e assessores dos partidos da chamada base aliada (PP, PL, PTB e PMDB) - relator e revisor voltaram a dissentir, embora ambos tivessem concordado com a chamada continuidade delitiva. Barbosa queria condenar Valério a 7 anos de reclusão (mais multa de 225 dias-multa de 10 vezes o salário mínimo, cerca de R$ 585mil), enquanto Lewandowski defendeu pena de 4 anos e um mês, mais 19dias-multa (R$ 74.100). Celso de Mello interveio para fazer alguns reparos à dosimetria feita pelo relator neste item, tendo em vista a Súmula 711 do STF. A sessão foi mais uma vez interrompida quando já passava das 19 horas.
Na reabertura dos trabalhos, o ministro-relator refez os seus cálculos, e aumentou ainda mais a pena “corpórea” do réu, nesse item,para 7 anos e 8 meses. O seu voto foi seguido pelos ministros Rosa Weber, Luiz Fux, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes, Celso de Mello e Ayres Britto (O ministro Celso de Mello já tinha se ausentado).Finalmente, o réu Marcos Valério foi condenado a 5 anos e 10 meses de reclusão pelo crime de evasão de divisas (53 operações) mais multa de168 dias-multa (R$ 436.800). Neste item, prevaleceu o voto do relator Joaquim Barbosa, vencidos os ministros Lewandowski, Toffoli e RosaWeber, que cominavam penas menores (4 anos e 8 meses de reclusão, mais 22 dias-multa.
JB
Dirceu deve receber de Barbosa pena de pelo menos 10 anos


Dirceu deve ter pena de mais de 10 anosA estimativa é baseada na pena dada por Barbosa nesta quarta-feira ao empresário Marcos Valério, apontado como operador do esquema de compra de apoio político ao governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nos dois crimes em que tanto ele quanto Dirceu foram condenados: corrupção ativa e formação de quadrilha.
Pelos crimes de corrupção ativa e formação de quadrilha, Marcos Valério foi condenado a um total de 10 anos e sete meses de reclusão. Acima de oito anos, a sentença tem que ser obrigatoriamente cumprida em regime fechado.
A condenação por corrupção ativa de José Dirceu é a mesma dada a Marcos Valério --por corromper parlamentares. Nela, Barbosa determinou 7 anos e 8 meses, o que deve ser atribuído ao ex-ministro, segundo integrantes da Corte, que falaram à Reuters sob condição de anonimato.
Já a pena por formação de quadrilha --de 2 anos e 11 meses dada a Valério-- pode ser agravada no caso de Dirceu, já que o ex-ministro foi considerado pelo relator e a maioria da Corte chefe do grupo responsável pelo mensalão. Se isso ocorrer, a pena final pode ultrapassar 12 anos de reclusão.
Caso a pena se confirme, com os votos dos demais ministros da Corte, Dirceu deve permanecer pelo menos dois anos na cadeia antes de conseguir progredir para o regime semiaberto, disseram as fontes.
Nesta quarta-feira, os ministros determinaram uma pena total de 40 anos, 1 mês e 6 dias a Valério que, além de corrupção ativa por comprar parlamentares e formação de quadrilha, também foi condenado em outros casos de corrupção e por outros crimes.
Essa pena poderá ser diminuída até o final do julgamento caso os ministros considerem que houve uma continuidade entre os crimes e não condutas ilícitas individuais.
Os ministros levaram duas sessões para debater apenas o caso de Valério, que foi o primeiro réu a ter penas definidas. Ainda faltam estabelecer as penas de outros 24 condenados.
A previsão inicial era de concluir o julgamento na quinta-feira, o que se mostrou pouco provável. Nesta quarta, tanto o presidente da Corte, Carlos Ayres Britto, quanto o relator afirmaram que deve ocorrer uma pausa de uma semana no julgamento, já que Barbosa viajará para tratamento de saúde.
Segundo Britto, o processo de definição das penas deve ser retomado no dia 5 de novembro. Ele completa 70 anos em 18 de novembro, quando irá se aposentar compulsoriamente, o que significa que pode não estar mais na Corte quando esta etapa for concluída.
Reuters...

terça-feira, 23 de outubro de 2012


Quadrilha: Dirceu, Genoino e Valério são condenados

Outros 6 dos 13 réus foram enquadrados no mesmo crime


STF: maioria condena Dirceu, Genoino, Delúbio e mais sete réus por formação de quadrilhaO ex-ministro José Dirceu foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal, por crime de formação de quadrilha, por 6 votos a 4, na noite desta segunda-feira, na etapa semifinal do julgamento do mensalão. No item mais polêmico da peça acusatória do Ministério Público foram também condenados, pelo mesmo placar, os ex-dirigentes do PT José Genoino e Delúbio Soares; Marcos Valério e seus associados Ramon Hollerbach, Cristiano Paz, Rogério Tolentino e Simone Vasconcelos, do núcleo publicitário; os dirigentes do Banco Rural Kátia Rabello e José Roberto Salgado. No caso do réu Vinicius Samarane, também diretor do Rural, ocorreu um novo empate (5 a 5), a ser resolvido na sessão desta terça-feira juntamente com os casos idênticos dos seguintes réus: Valdemar Costa Neto e Jacinto Lamas (quadrilha); José Borba, Paulo Rocha, João Magno e Anderson Aadauto (lavagem de dinheiro).
Foram absolvidos – nesta etapa semifinal do julgamento – os réus Geiza Dias (Grupo Valério) e Ayanna Tenório (Banco Rural), que foram inocentadas, em etapas anteriores do  julgamento, dos delitos de corrupção ativa e lavagem de dinheiro (a primeira), e de gestão fraudulenta e lavagem (a segunda). Como era de se esperar, o ministro-relator, Joaquim Barbosa – que tinha votado na última quinta-feira – foi acompanhado pelos ministros Luiz Fux, Gilmar Mendes, Marco Aurélio, Celso de Mello e Ayres Britto. Os votos vencidos, na divergência aberta pelo ministro-revisor, Ricardo Lewandowski, foram os de Dias Toffoli, Rosa Weber e Cármen Lúcia.
Relator e revisor
Na 38ª sessão de julgamento da Ação Penal 470, na última quinta-feira, Joaquim Barbosa concluíra - ao condenar 11 dos 13 os réus do item referente à quadrilha liderada pelo ex-ministro José Dirceu, conforme a denúncia do MPF – que Dirceu, Genoino, Delúbio, Valério, Ramon Hollerbach, Cristiano Paz, Tolentino, Simone Vasconcelos, Kátia Rabello, José Salgado e Vinícius Samarane, “de forma livre e consciente, associaram de maneira estável, organizada e com divisão de tarefas com o fim de praticar crimes contra a administração pública e o Sistema Financeiro Nacional, além de lavagem de dinheiro”. E que “tal conclusão decorre não de um ou outro elemento de convicção considerado isoladamente, mas sim da análise contextualizada de todo o material probatório analisado em seu conjunto”.
Logo em seguida, o ministro Ricardo Lewandowski citou argumentos das ministras Rosa Weber e Cármen Lúcia quando do julgamento do item 6 da denúncia. De acordo com ele, as ponderações “contribuíram de forma significativa” para o debate teórico sobre a configuração precisa dos tipos penais analisados na ação penal. As duas ministras absolveram os réus julgados no item 6 pelo crime de formação de quadrilha, enquanto Lewandowski votara pela condenação dos acusados. O revisor mudou então o seu entendimento anterior para apoiar a tese de que o delito de formação de quadrilha (“quadrilha ou bando”, conforme o artigo 228 do Código Penal) tem como bem jurídico tutelado a paz pública, não no sentido material, mas “a situação de alarme no seio da coletividade. Ou seja, para tipificar o crime de quadrilha é preciso que haja uma conjunção permanente, com um acordo subjetivo de vontades, para praticar uma série indeterminada de outros crimes. Lewandowski também citou Cármen Lúcia, para quem o que caracteriza o crime de quadrilha é o liame permanente voltado para a prática de crimes em geral. Assim, o que teria havido foi a reunião de pessoas para práticas criminosas “diferenciadas”, que não tinham como objetivo colocar em risco a incolumidade pública ou a paz social.
Os outros votos
Na sessão desta segunda-feira, a primeira a votar foi Rosa Weber. Ela reforçou os argumentos por ela já expressos quando do julgamento de outros réus no item referente à chamada base aliada do primeiro Governo Lula, como Pedro Correa e Valdemar Costa Neto. Para Weber, o tipo "quadrilha ou bando” não se confunde com as figuras de associação criminosa ou organização criminosa. Segundo ela, só existe quadrilha quando há uma associação para a prática de "uma série indeterminada de delitos". Além disso, destacou que o artigo 288 do CP está na parte do código intitulada “Crimes contra a paz pública”. Ou seja, refere-se a crimes em que haja “quebra do sentimento geral de sossego, de paz”, como é o caso de quadrilhas formadas para seqüestros ou assaltos à mão armada.
Cármen Lúcia também confirmou sua posição doutrinária de que o crime de quadrilha, para ser autônomo, exija que a organização seja permanente. A seu ver, no caso em julgamento, “não se comprovou uma associação para a prática de crimes, com fins a durar indefinidamente”. Além disso, voltou a sublinhar que o crime de quadrilha só ocorre quando “põe em perigo a paz social”, o que não ocorre em crimes como peculato ou corrupção passiva.
O ministro Dias Tollofi seguiu a divergência, sem fazer qualquer observação ou comentário.
A maioria
O ministro Luiz Fux foi o primeiro a aderir ao voto do relator Joaquim Barbosa, condenando, por formação de quadrilha, José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares, Marcos Valério, Kátia Rabello e quase todos os réus do núcleo publicitário-financeiro do esquema do mensalão.
Segundo ele, não havia mais no plenário “controvérsia fática, mas sim sobre questão de direito”. Afirmou que “restou incontroverso, neste julgamento, que três grupos se associaram para o cometimento de crimes”, e que existiu um “projeto delinquencial” já constatado por este plenário na condenação de vários réus por corrupção passiva, peculato, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Além disso, ressaltou que os núcleos desta ação penal (político, publicitário, financeiro) atuaram por mais de dois anos, e todos os seus integrantes “sabiam o que estavam fazendo, como também já reconheceu este plenário, ao condená-los pelos outros crimes desta ação penal”.  Disse mais que “não há coautoria quando um grupo atua conjuntamente durante quase três anos”. E enfatizou ainda, citando jurisprudência e doutrina, sobretudo de Heleno Fragoso, que os membros de uma “quadrilha” podem se associar mesmo sem se conhecerem pessoalmente, como no caso da Ação Penal 470.
Gilmar Mendes confirmou sua posição anterior – quando da condenação por quadrilha dos réus integrantes do PP e do PL – e fez uma nova descrição da atuação dos “núcleos” do esquema do mensalão. Segundo ele, a “engrenagem ilícita" criada pelos envolvidos “atendeu a todos e a cada um”, já que não foram atendidas, apenas, as demandas do PT, mas também resolvidos os problemas das empresas de Marcos Valério, dos partidos interessados e dos bancos envolvidos. E somou o terceiro voto favorável à condenação, por quadrilha ou bando, dos réus do núcleo encabeçado por José Dirceu, acompanhando na sua totalidade as manifestações de Barbosa e de Fux.
JB


segunda-feira, 22 de outubro de 2012


Os movimentos futuros de Eduardo Campos

Em algum lugar, Lula deve dar suas gargalhadas ao ler essas notícias que colocam Eduardo Campos contra o PT. Nada me tira da cabeça todo o mise-en-scène que protagonizamos aqui no Recife. Já se sabia de antemão que o futuro prefeito seria "o novo". O governador tinha em mãos uma pesquisa que apontava fadiga de material dos candidatos já veteranos. Tanto que os dois primeiros colocados, ambos "novos", ficaram com 85% dos votos válidos. O atual prefeito do Recife, João da Costa, trabalhou "abertamente" (nos bastidores) pelo candidato do governador. O candidato do seu partido, Humberto Costa, andou fazendo umas críticas "duras" ao governador, mas nenhum de seus apaniguados na administração estadual perdeu seu cargo comissionado.
Entre todos os que se colocam no jogo, nenhum encarna com perfeição assustadora o "novo Lula" do que Eduardo Campos. Ele segue a cartilha direitinho: aposta da gestão, faz alianças de A a Z (Jarbas terá sua reeleição para o senado garantida, pois o governador já disse que não pretende disputar uma cadeira no senado), domina 170 das 184 prefeituras do estados e 90% da Assembleia Legislativa. A saber apenas como se comportará no seu próprio quintal em 2014. Armando Monteiro (atual senador pelo PTB e presidente da CNI) já colocou sua candidatura, parece que ela não desceu bem na goela de Campos, mas até lá há muito chão a percorrer.
Eduardo Campos será nosso futuro presidente, mas não em 2014. Ele não cometeria tal suicídio político de ir contra Lula. Mas venderá o seu passe muito caro, pode ter certeza. Não acredito que seja como vice presidente. Talvez peça algum super-ministério (Casa Civil?, Desenvolvimento, Indústria e Comécio?, Planejamento?) para ficar em evidência.
Os ventos de 2018 lhe são muito mais favoráveis. Quem seria o seu oponente do PT? Haddad? SE E SOMENTE SE ele fizer um bom governo e for reeleito, será que ele renunciaria ao 2º mandato se igualando a Serra?
Se tem uma qualidade que Eduardo Campos tem em demasia é a paciência.

Em Fortaleza, vereadores recebem o 14º salário mais alto do Brasil

A partir do próximo pleito, em 2013, os vereadores da Capital receberão R$ 11,9 mil
Os vereadores de Fortaleza têm o 14º maior salário na comparação com as 26 capitais do Brasil. Segundo um levantamento realizado pelo G1, o salário mais alto é o dos vereadores do Rio de Janeiro e o mais baixo é o dos parlamentares de Rio Branco.
Na Capital cearense, o vereador tem seus subsídios somados em R$ 9.288,04 neste ano. Já em 2013, com a aprovação da alta do salário, os vereadores eleitos para a próxima legislatura receberão mensalmente R$ 11.888,64.
Além do salário, os parlamentares de Fortaleza também têm direito a verba de desempenho parlamentar no valor de R$ 12 mil, que poderá ser gasto com despesas de transporte, comunicação, entre outras ações; a verba de assessoria no valor de R$ 33.450 e a parcela do 13º salário.
Segundo a lei, o valor máximo dos subsídios dos vereadores corresponde ao salário dos deputados estaduais. Nas cidades com mais de 500 mil habitantes o valor não pode ultrapassar 75% do subsídio dos deputados estaduais.

domingo, 21 de outubro de 2012


Saiba os salários dos prefeitos em todas as capitais do país

Maior salário de prefeito é de Curitiba; menor está em Salvador.
Levantamento do G1 mostra benefícios recebidos por vereadores.

Os salários dos prefeitos das capitais do país variam 157%, segundo levantamento feito peloG1 com base nos valores que devem ser os recebidos pelos novos chefes do Executivo municipal, eleitos neste ano (Veja tabela completa abaixo).
Segundo os dados fornecidos pelas prefeituras, o maior salário bruto é de R$ 26.723,13, recebido por Luciano Ducci (PSB), em Curitiba. O menor está em Salvador, R$ 10,4 mil, capital administrada por João Henrique (PP).
O valor recebido por Ducci é igual ao teto nacional do subsídio dos servidores, que tem como referência o salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em seguida aparecem São Luís, onde o prefeito João Castelo (PSDB) recebe R$ 25 mil e São Paulo, onde Gilberto Kassab (PSD) ganha R$ 24.117,62.
Entre os menores subsídios para prefeito estão Teresina, R$ 12.957, e Rio de Janeiro, com R$ 13.964,94 de salário, todos sem os descontos.
O subsídio do prefeito é fixado pela Câmara Municipal. As prefeituras informaram não haver benefícios no cargo, porque a lei veta qualquer remuneração acima do teto fixado pelas assembleias.
Ainda segundo os dados fornecidos, há diferenças entre as capitais além do valor do subsídio. Em Manaus, a prefeitura informou que Amazonino Mendes (PDT) abriu mão do salário por ter aposentadoria de governador. Em Boa Vista, onde foi eleita Teresa (PMDB), o prefeito recebe verba indenizatória para transporte de R$ 3 mil.
Em Belo Horizonte, o reeleito Márcio Lacerda (PSB) diz que devolve parte do subsidio, no valor de R$ 2.305. Em São Paulo, a prefeitura afirma que Kassab doa parte dos seus vencimentos ao Hospital A. C. Camargo. Como prefeito ele tem direito a transporte oficial, o que inclui deslocamentos pela cidade.





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*Valores dos subsídios brutos, sem os descontos, fornecidos pelas prefeituras
Veja a seguir a relação dos subsídios conforme informado pelas prefeituras:
Capital
Subsídio*
Com aumento previsto para 2013
Curitiba
R$ 26.723,13
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São Luís
R$ 25.000
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São Paulo
R$ 24.117,62
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Maceió
R$ 20.000
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Palmas
R$ 19.170
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Belo Horizonte
R$ 19.080
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Goiânia
R$ 18.460
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Manaus
R$ 18.000
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João Pessoa
R$ 18.000
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Aracaju
R$ 17.100
R$ 24.000
Macapá
R$ 17.000
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Boa Vista
R$ 17.000
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Porto Velho
R$ 16.510
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Rio Branco
R$ 16.093,86
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Belém
R$ 16.004,69
R$ 18.038,11
Fortaleza
R$ 15.981,86
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Porto Alegre
R$ 15.503,58
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Campo Grande
R$ 15.000
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Vitória
R$ 14.760
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Recife
R$ 14.635
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Florianópolis
R$ 14.634,07
R$ 22.292,35
Cuiabá
R$ 14.310
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Natal
R$ 14.000
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Rio de Janeiro
R$ 13.964,94
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Teresina
R$ 12.957
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Salvador
R$ 10.400
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*Valores dos subsídios brutos, sem os descontos, fornecidos pelas prefeituras