PT quer mensaleiro solto e jornalistas e juízes na cadeia…
É isso aí. Alguns bananas da imprensa devem estar felizes, não é mesmo? Outros bananas que não são exatamente da imprensa, mas que a frequentam, idem. Acharam que o tucano José Serra fez muito mal em levar a questão do mensalão para a eleição. Há tontos rematados, se é que não lhes falta mesmo caráter, a hipótese mais provável, atribuem a isso a derrota… Não! Tratava-se apenas de dar tratamento político ao que político era. Ademais, seria preciso conhecer o resultado de uma campanha que ignorasse o mensalão para ter como comparar… Bem, o ponto é o seguinte: nesta quinta, o PT vai vomitar um manifesto contra a condenação dos mensaleiros.
Tanto o mensalão era relevante no debate público — alguém tinha alguma dúvida — que o PT esperou o fim da votação para, então, sair em defesa de seus criminosos, atacando o estado de direito. Em seu “manifesto”, vai acusar o tribunal de ter abandonado “as teses do direito pena que garantem as liberdades individuais”. É mentira! Não houve mudança nenhuma de jurisprudência no Supremo. Ocorre que o PT acha que tribunal e cadeia foram feitos para seus inimigos. Como é sabido, o partido estimula uma cultura do debate que é hostil até a cadeia para bandidos, não é mesmo? O partido gostaria mesmo é de encarcerar adversários políticos e alguns juízes.
O PT, que é um partido muito ético, vocês sabem, tem um estatuto que prevê a expulsão de membros do partido condenados em última instância em processo criminal: está previsto lá, no artigo 231, inciso XII. Não será aplicado desta vez, claro! Ao contrário, o partido quer o mensaleiro Genoino, que foi votar cercado de espancadores, na Câmara Federal.
Individualmente, o partido foi o mais votado do Brasil no primeiro turno — apenas 4% a mais do que em 2008. O eleitorado cresceu bem mais do que isso. Está hoje na Prefeitura de seis capitais; terá quatro. Organizou a máquina para fazer 800 prefeitos; chegou a 634 cidades. PSDB e DEM acabaram levando sete das 15 maiores cidades do Nordeste. No Norte do país, três capitais serão administradas por oposicionistas.
Assim, a absurda arrogância, que leva o PT a afrontar o Poder Judiciário, tem apenas um nome: São Paulo — e um sobrenome: Fernando Haddad. Não tivesse a legenda obtido êxito em São Paulo, o tal manifesto não viria a público. O partido pretende tomar a vitória na maior capital do país — onde foi sufragado por 39% dos eleitores apenas, com abstenção recorde — como absolvição nas urnas.
A se julgar pelas “análises” feitas por alguns especialistas isentos como um táxi, o tucano José Serra não deveria nem mesmo ter tocado no assunto, embora o nome do jogo sempre fosse este: mensalão! Fernando Haddad é a cara mais supostamente inocente de uma tentativa de cercar o Judiciário.
No tal manifesto, os petistas devem pedir também o “controle da mídia”. Vejam que espetáculo: nem mesmo esse jornalismo — com as exceções de praxe — rendido ao partido serve ao PT. O partido quer mais. É próprio dos tiranos e das tiranias: a sujeição do outro lhes assanha o desenho de mais subserviência.
Fico cá a pensar naquele editorial que defendeu que os mensaleiros não sejam enviados para a cadeia… Os mensaleiros e seus amigos, por sua vez, não desistiram de pedir cadeia para os jornalistas e para os juízes. Mas fiquem tranquilos: só para os que escreverem coisas erradas e não julgarem do modo certo…
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