Os principais impactos vieram das quedas nos investimentos (5,3%) e na indústria (1,5%). Em valores correntes (em reais), a soma das riquezas produzidas no período chegou a R$ 1,27 trilhão.
Na comparação com igual período do ano passado, a queda do Produto Interno Bruto (PIB) foi de 0,9%. No acumulado em quatro trimestres encerrados no 2º trimestre de 2014, a atividade doméstica ainda registra alta, mas de apenas 1,4%.
'Recessão técnica'
O dado do primeiro trimestre de 2014 – que, ao ser divulgado, em maio deste ano, indicava expansão de 0,2% – foi revisado para queda de 0,2%. Com a sequência de dois trimestres seguidos de queda, configura-se um quadro que os economistas chamam de recessão técnica. A última vez que o Brasil registrou uma recessão técnica foi no último trimestre de 2008 e primeiro de 2009, durante a crise econômica mundial.
Queda nos investimentos
A formação bruta de capital fixo, que representa os investimentos, sofreu forte queda de 5,3% em relação ao trimestre anterior (1º trimestre de 2014). Na comparação com igual período do ano passado a queda chega a 11,2%.
“O destaque negativo são realmente os investimentos, que já têm quatro trimestres com taxas negativas e a taxa maior negativa nesse trimestre”, afirmou Rebeca de La Rocque Palis, gerente da Coordenação de Contas Nacionais do instituto. "O menor resultado antes desse (-5,3%) foi no primeiro trimestre de 2009, que tinha caído 11,8%."
A despesa da administração pública, que indica os gastos do governo, recuou 0,7% em relação ao trimestre anterior. "O consumo do governo [nesse trimestre] foi o menor desde o terceiro de 2012, que foi de -0,8%”, completou Rebeca. Na comparação com igual período de 2013, esses gastos tiveram expansão de 0,9%.
O consumo das famílias cresceu a uma taxa de 0,3%, e, ante ao 2º trimestre do ano anterior, a expansão foi de 1,2%. "A taxa do PIB foi mais negativa do que a composição das atividades, que é o valor adicionado total. Isso porque o volume dos impostos sobre os produtos caiu mais do que a média da economia", explica Rebeca. "E isso é diferente do que vinha acontecendo nos outros trimestres que os impostos até ajudavam porque o volume dos impostos crescia mais do que a economia. Serviços de informação continua sendo um dos setores que mais crescem, mas a parte de energia elétrica, água e esgoto não cresceu tanto."
Quanto ao setor externo, as exportações de bens e serviços cresceram 2,8%, enquanto as importações apresentaram queda de 2,1%, em relação ao primeiro trimestre de 2014. Na comparação anual, as exportações tiveram alta de 1,9%, enquanto as importações recuaram 2,4%, de acordo com o IBGE.
Setores
“A indústria como um todo teve queda de 1,5%, foi a taxa mais baixa desde o segundo [trimestre] de 2012, que também caiu 1,5%. Nos serviços totais, foi a menor taxa desde o quatro trimestre de 2008, que foi -2,8%. Nessa série que comparar o trimestre com o trimestre imediatamente anterior”, afirmou a gerente de Contas Nacionais.
Dos três setores analisados pelo IBGE para o cálculo do PIB, apenas um mostrou variação positiva, o de agropecuária, que teve ligeira alta, de 0,2% no segundo trimestre ante o trimestre anterior. O setor de serviços teve queda de 0,5%.
Em relação ao segundo trimestre do ano passado, o setor de agropecuária na teve variação; serviços sustentam alta de 0,2%; e a indústria apresentou queda de 3,4%, na mesma base de comparação.
Com G1..