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quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Blairo Maggi

O “Rei da Soja”, como é conhecido o senador, teria sido responsável por metade da devastação ambiental brasileira entre 2003 e 2004, segundo levantamento do Greenpeace
Blairo Maggi
O senador Blairo Maggi é o braço político de um império econômico de gigantescas proporções: o grupo André Maggi, sediado em Cuiabá, Mato Grosso, holding que controla quatro divisões de empresas ligadas ao chamado agronegócio. Os Maggi – André, patriarca e fundador do império, morreu em 2001; hoje quem tem a última palavra é a matriarca Lucia Borges Maggi, de 81 anos, coadjuvada pelos cinco filhos, sendo Blairo o único homem – fazem de praticamente tudo, dominando o setor: plantio, processamento e comércio de grãos, produção de sementes, reflorestamento, pecuária, venda de fertilizantes, geração de energia elétrica, administração portuária, transporte fluvial, exportação e importação. 2011 foi um grande ano para as empresas, que, juntas, faturaram US$ 3,78 bilhões, 60,8% a mais na comparação com a receita dos três anos anteriores. O faturamento no ano passado ficou em torno desses altos patamares e, para este, um ano mais difícil, espera-se o mesmo.   
Não à toa, Blairo Maggi é apontado como “o inimigo número 1 do meio ambiente” por entidades de proteção como o Greenpeace, que lhe concedeu o troféu Motoserra de Ouro, em 2006. Para produzir tanta soja, o “Rei da Soja”, como é conhecido o senador, teria sido responsável por metade da devastação ambiental brasileira entre 2003 e 2004, segundo levantamento do Greenpeace. Nesse período, só a floresta amazônica perdeu uma área de mais de 26 quilômetros quadrados, o segundo maior número absoluto de devastação que se tem registro. Para sujar ainda mais a sua figura diante dos ambientalistas, em 2006, quando era governador de Mato Grosso, Blairo teria dito a seguinte e espantosa frase: “Esse negócio de floresta não tem futuro”. Em 2010, o Greenpeace voltou à carga: presenteou o empresário com um caixa de bombons de cupuaçu, fruto originário da Amazônia.  

O político reagiu às acusações como o empresário que nunca deixou de ser. O grupo André Maggi admitiu a alta devastação e criou um comitê de governança para aprimorar as práticas de sustentabilidade. Na prática, isso significa monitorar as operações de campo, como plantio defensivo e pulverizações, e saber se elas estão baseadas em processos menos nocivos. Hoje, o grupo exibe seis certificações internacionais, entre elas a Pró-Terra para soja convencional. O Forest Footprint Disclosure (FFD), com sede em Oxford, Inglaterra, concedeu às empresas da família o título de “socioambientalmente correta” no agronegócio. Foi a primeira vez que uma organização da América Latina apareceu em primeiro lugar no relatório da FFD, espécie de guia que orienta a decisão de cerca de 70 dos maiores fundos de investimento no mundo.   

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