Uma comitiva de cinco deputados estaduais visitou, na manhã desta terça-feira (19/04), os municípios de Salgueiro (PE), Penaforte (CE) e Jati (CE) para avaliar trechos das obras da transposição do rio São Francisco. O primeiro secretário da Assembleia Legislativa, deputado Sérgio Aguiar (PDT), afirmou que a obra “é uma redenção para o Nordeste brasileiro”.
“Por meio do Cinturão das Águas, vai chegar ao Castanhão e levar água para todo o Estado”, comentou. Ele também elogiou o ritmo de andamento das obras e o compromisso do Governo Federal com o empreendimento.
As águas do rio São Francisco devem chegar ao Ceará a partir de outubro deste ano, quando passa a ser abastecida a barragem de Jati. Toda a obra tem previsão de ser concluída até dezembro. Essa é a projeção do Ministério da Integração Nacional. Até o momento, 85,3% da obra está pronta. Desses, 86,6% são do Eixo Norte - que vai trazer água para o Ceará - e 83,4% do Eixo Leste.
O deputado Leonardo Pinheiro (PSD) ressaltou a importância dos avanços na Barragem de Jati, a primeira a receber as águas no Ceará. Atualmente, o reservatório já possui 98,7% das obras concluídas. “Chegando a Jati, a água poderá ser direcionada ao rio Salgado e chegar ao Castanhão, que tem a grande importância de abastecer a Região Metropolitana de Fortaleza”, explicou.
Para o deputado Moisés Braz (PT), também é importante garantir o abastecimento das comunidades localizadas ao longo dos canais da transposição. “Só dessa forma a transposição vai gerar desenvolvimento para o povo nordestino”, defendeu.
Já os deputados Carlos Matos (PSDB) e Roberto Mesquita (PSD) alertaram para os custos de manutenção e funcionamento dos canais da transposição. Estudo inicial, segundo Ministério da Integração, aponta um custo de R$ 400 milhões por ano, a ser divididos entre Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba.
Além dos parlamentares, também visitaram a obra empresários ligados à Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) e representantes da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) e Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Ceará (Cogerh).
Segundo o presidente da Cogerh, João Lúcio Farias, o Estado trabalha com duas opções para levar a água ao Açude Castanhão. A primeira é utilizar parte do primeiro trecho do Cinturão das Águas para levar a água para riachos que são afluentes do rio Salgado. A outra é levar a água a partir da Barragem dos Porcos.
Já o presidente do Conselho de Infraestrutura da Fiec, Heitor Studart, salientou a importância econômica da conclusão da transposição. “A viabilidade do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), do agronegócio e o abastecimento de água da população de Fortaleza depende da transposição do Rio São Francisco e Cinturão das Águas”, afirmou.
Com 477 quilômetros de extensão em dois eixos (Leste e Norte), a transposição do Rio São Francisco vai garantir a segurança hídrica de 12 milhões de pessoas em 390 municípios nos estados de Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba. O orçamento do Projeto São Francisco é de R$ 8,2 bilhões.
O empreendimento engloba a construção de 14 aquedutos, nove estações de bombeamento, 27 reservatórios, nove subestações, 270 quilômetros de linhas de transmissão em alta tensão e quatro túneis.
GS/Com Assessoria/AP
Nenhum comentário:
Postar um comentário