Dilma viaja para evento na ONU e Temer assume como presidente interino
Presidente irá participar da cerimônia de assinatura do acordo de Paris sobre mudança climática e deve aproveitar para criar pressão internacional contra impeachment e angariar apoio
Dilma Rousseff embarca em helicóptero nos jardins do Palácio da Alvorada, em Brasília
A presidente Dilma Rousseff pretende defender o seu mandato e repetir que está sofrendo um golpe parlamentar em sua viagem aos Estados Unidos, onde irá participar de uma reunião da Organização das Nações Unidas (ONU) neste feriado. Enquanto Dilma estiver fora do País, o vice Michel Temer, que está em São Paulo, assume o cargo como presidente em exercício.
Além do discurso que fará sobre mudanças no clima, ela deve conceder entrevistas e comentar o processo de impeachment, cuja abertura foi aprovada no último domingo (17) pela Câmara dos Deputados.
Dilma participará da cerimônia de assinatura do acordo de Paris sobre mudança climática, em Nova York, para onde embarcou nesta quinta-feira (21). Além dela, devem discursar sobre o meio ambiente os presidentes da França, François Hollande, da Argentina, Maurício Macri, da Bolívia, Evo Morales, do Chile, Michelle Bachelet, e o primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi.
Dilma Rousseff acenou para grupo que a esperava embarcar em helicóptero
A estratégia do Palácio do Planalto não repercutiu bem entre a oposição, que escalou parlamentares para irem à cidade norte-americana a fim de contrapor os discursos de Dilma.
A informação de interlocutores do governo é de que a presidente foi convencida a fazer a viagem para pregar ao mundo que está sofrendo um golpe. De acordo com análises internas do Palácio do Planalto, Dilma não possui alternativa, porque a admissibilidade do processo de impeachment no Senado é dada como praticamente certa. A saída seria criar uma pressão internacional contra o processo e angariar apoio popular.
A aposta é que os movimentos sociais voltem a organizar grandes manifestações contra o processo de afastamento, e que, com o tempo, a sociedade perceba que o vice-presidente, Michel Temer, não teria apoio para assumir o poder. De acordo com o ministro-chefe do Gabinete da Presidência, Jaques Wagner, em entrevista a imprensa internacional, “está clara a existência um golpe dissimulado para tomar a presidência da República”.
Wagner disse que, em Nova York, Dilma falará sobre o atual momento político brasileiro. “Ela não poderá deixar de manifestar sua indignação com o golpe que se está se construindo no Brasil, que o processo em curso é artificial e falso, porque Dilma é uma mulher honesta que não cometeu nenhum crime, e o que está havendo no País é o mau uso do impeachment."
*Com iG São Paulo
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