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quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

A América Latina terá a posse de sete chefes de Estado em 2014

O artigo de opinião do jornalista Miguel Angel Bastenier, publicado no El País, avalia que sete presidentes latino-americanos tomarão posse em 2014. Seis deles eleitos durante o ano: El Salvador e Costa Rica, em fevereiro; Panamá e Colômbia, em maio; Bolívia e Uruguai, em outubro. A sétima presidência será ocupada no Chile, por Michelle Bachelet, que está prestes a tomar posse. NoBrasil, o presidente eleito em outubro só será empossado em janeiro de 2015. Segundo Bastenier, caberia acrescentar o mexicano Enrique Peña, que assumiu em primeiro de dezembro, com um grandioso plano de reforma a se concretizar durante o ano. Melhor do que falar de esquerda e direita seria fazer um desmembramento de naturezas, segundo o seguinte padrão: continuidade com ou sem renovação, inovação e revolução, ressalta o texto.
A Colômbia está na continuidade, já que tudo aponta para a reeleição de Juan Manuel Santos, de centro-direita, que disputará com um candidato apoiado por Alvaro Uribe, mas há a transcendental renovação com a eventual assinatura de um acordo de paz com as FARC; a Costa Rica, onde a partenogênese da esquerda dá vantagem a Johnny Araya, que não se envergonha de dizer que representa “os mesmos de sempre”, o partido de Óscar Arias; e o Panamá, onde José Domingo Arias, sucessor do presidente Ricardo Martinelli, enfrenta as forças de esquerda aparentemente sem grandes possibilidades.
O artigo avaliando que o Chile está na inovação com a socialista Bachelet, que pretende reformar a Constituição em seu segundo mandato para acabar com os resíduos do regime de Pinochet e melhor redistribuir os frutos do progresso material do país; Em El Salvador, Sánchez Cerén, do antigo movimento guerrilheiro FMLN, é a continuidade da esquerda moderada representada pelo presidente em exercício, Mauricio Funes.
Quanto o Brasil, o jornalista ressalta que a atual presidente Dilma Rousseff vai se candidatar à reeleição, destacando no seu plano as políticas da sua administração que retiraram da pobreza mais de 40 milhões de pessoas, além de ter se recuperado das manifestações populares que tomaram as ruas em junho, contra os gastos dos Jogos Olímpicos e a Copa do Mundo. No Uruguai, onde a Frete Ampla do presidente José Mujica, da esquerda monástica, quer ver uma repetição com Tabaré Vázquez, uma cautelosa esquerda inimiga de excentricidades; e Peña Nieto, no México, que quer inventar um país competitivo e desenvolvido com um carrossel de reformas tão inovadoras quanto a própria paz na Colômbia. E ainda se poderia acrescentar um nono presidente in péctore de toda a América Latina: o Papa Bergoglio, ítalo-argentino, recém-nomeado, destaca o texto de Miguel Angel Bastenier.
O jornalista afirma que a única revolução em andamento é a boliviana, onde Evo Morales concede subsídios para eliminar dois terços dos votos de uma direita autocensurada e, assim, dar um novo impulso em um terceiro mandato e diminuir a influência hispânica no país. Ele diz que o balanço global aponta para a estagnação da Revolução Bolivariana (Venezuela, Equador, Bolívia e Nicarágua), que embora mantenha presidências, se enfraquece com o caos econômico de seu grande tesoureiro, Caracas, enquanto que a Aliança do Pacífico (México, Peru, Chile e Colômbia) consome o espaço da ALBA, organização chavista que carece de fundos. E, assim, a inovação (Chile, Brasil, El Salvador e México), mais a tentativa de renovação colombiana, navegam hoje de vento em popa, descreve o jornalista do El País.
Com JB

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