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quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Criação de novos municípios testa base governista
Na volta do recesso parlamentar, deputados e senadores devem apreciar quatro negativas presidenciais. A mais polêmica afrouxa as regras e permite a formação de novas cidades pelo país 
Em meio a negociações e ameaça de desembarque do PMDB, seu principal aliado na coalizão governista, o Palácio do Planalto terá um grande desafio em fevereiro: a manutenção do veto ao projeto que permite a criação de municípios, em pleno ano eleitoral. Em sessão do Congresso marcada para 18 de fevereiro, deputados e senadores devem analisar uma pauta composta por quatro rejeições presidenciais, incluindo a negativa integral ao projeto das novas cidades. 
Esta será a segunda sessão de vetos com o voto aberto. Na primeira, o governo levou a melhor e manteve todas as rejeições, incluindo o trecho da Lei do Mais Médicos que previa a criação de uma carreira nacional específica para a categoria. No entanto, líderes governistas demonstram uma certa preocupação pelo fato de existir muita pressão nos municípios para a derrubada da negativa presidencial. Em ano eleitoral, deputados evitam confrontos com prefeitos e vereadores para não prejudicar seus desempenhos no pleito de outubro.
O projeto, aprovado pelo Senado em 16 de outubro, abre caminho para a regularização de 57 municípios e ainda permite a criação de outros 188. Além disso, tira do Congresso e repassa para as assembleias legislativas a competência para examinar a formação das cidades. 
Desde que as novas regras para a apreciação dos vetos foram criadas, o governo não teve uma única derrota. Ficou estabelecido que eles passam a trancar a pauta do Congresso a partir de 30 dias da determinação presidencial. E serão analisados em sessão conjunta na terceira terça-feira de cada mês. Junto com as rejeições, também podem entrar outros projetos de resolução em votação, mas que dependem de acordo de líderes.
Apesar de ter sido aprovado nas duas Casas do Congresso com pouca resistência nos plenários, Dilma Rousseff vetou o texto integralmente. Pesou na rejeição presidencial a preocupação com as contas. Com a economia funcionando abaixo do esperado, o governo federal não quer novos gastos. 
Segundo o despacho presidencial, o Ministério da Fazenda ponderou que a medida expandiria “a expansão expressiva do número de municípios”, o que acarretaria no aumento das despesas do Estado com a manutenção da estrutura administrativa e representativa. O ministério ponderou, ainda, que o crescimento de despesas não será acompanhado por receitas que permitam a cobertura dos novos gastos, “o que impactará negativamente a sustentabilidade fiscal e a estabilidade macroeconômica”.
Além disso, os técnicos da área econômica destacaram que, com o crescimento de municípios brasileiros, haveria uma “pulverização” na repartição do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Isso, acrescentam na justificativa para o veto presidencial, acarretaria em prejuízos para as cidades menores, além de maiores dificuldades financeiras.
Com informações: Congresso em Foco

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