Candidatos começam a preparar discursos para eleições de 2014
As manifestações de junho — que completaram quatro meses na semana que passou — forçaram os pré-candidatos ao Planalto a mudar a estratégia política e o discurso para se mostrar antenados com a realidade das ruas. No caso da presidente Dilma Rousseff, de acordo com interlocutores que atuam diretamente no QG da pré-campanha, as passeatas que reuniram 1,5 milhão fizeram com que a presidente mudasse o foco do eleitorado e, a partir daí, fosse delineado o que tende a ser o discurso de campanha pela reeleição. “Quem resolveu o problema do emprego e da renda vai solucionar os gargalos nos serviços públicos”, disse um aliado da presidente.
Na visão desse aliado, o governo do PT, ao longo dos últimos 10 anos, reduziu o desemprego no Brasil — a taxa atual é de 5,4% — e proporcionou reajustes salariais acima da inflação. “Há uma década, o emprego e a renda eram as grandes cobranças da população. Isso foi superado. Os desafios agora são outros”, ponderou.
Integrante da direção nacional do PSDB e presidente do diretório estadual de São Paulo, o deputado Duarte Nogueira avalia que o grande equívoco desse discurso é que os dois debates não são e nunca deveriam ter sido excludentes. “Não há razões para afirmar que primeiro resolvemos uma coisa e agora vamos resolver outra.” Nogueira lembra que as recentes manifestações e a própria queda na popularidade da presidente mostram que nada foi resolvido. “Os serviços públicos estão ruins e os trabalhadores voltaram a ter medo da inflação, que é o grande imposto que corrói os ganhos dos mais pobres”, completou Nogueira.
Fonte: Correio Braziliense
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