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sábado, 9 de julho de 2016

ELEIÇÃO NA CÂMARA FEDERAL
Planalto age para emplacar "perfil confiável" 

Novo presidente terá a responsabilidade de analisar os pedidos de impeachment contra Michel Temer; veja o que está em jogo


Apesar do discurso oficial de que não vai se envolver na disputa pelo comando da Câmara, o governo Michel Temer age para emplacar um nome da confiança da gestão interina. A avaliação no Planalto é que Temer não pode “correr riscos” neste processo, pois um parlamentar hostil ao Executivo no cargo pode comprometer a aprovação de projetos fundamentais para a recuperação da economia.

A eleição do deputado que assumirá um mandato-tampão na presidência da Câmara - até fevereiro de 2017 - deve ocorrer na próxima semana.

O Palácio do Planalto avalia que precisa de um “perfil confiável” no cargo porque depende de estabilidade política para aprovar projetos como o teto para aumento de gastos públicos. Além disso, o novo presidente da Câmara terá a responsabilidade de analisar pedidos de impeachment contra Temer, já protocolados na Casa, e será o primeiro na linha de sucessão da Presidência da República, caso Dilma Rousseff seja afastada definitivamente pelo Senado.
Temer está empenhado em unificar a base aliada em busca de um nome de consenso para suceder ao deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que renunciou anteontem.

'Efeito Severino'

O receio também é o de repetir o “efeito Severino”. Em 2005, a desarticulação da base do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva levou à eleição do deputado Severino Cavalcanti (PP-PE), que acabou sendo obrigado a renunciar ao cargo e ao mandato após denúncias de corrupção.
O Planalto também não quer ver repetido o ambiente que Dilma enfrentou com Eduardo Cunha no comando da Câmara. Além de manobrar contra o governo em votações, Cunha autorizou o processo de impeachment da petista.
Nos últimos dias, Temer recebeu pelo menos cinco dos 15 postulantes na tentativa de conseguir viabilizar um nome de consenso para a sucessão de Cunha. O ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, também participou das articulações, designado por Temer.
Geddel procurou os candidatos pedindo acordo. “Se não houver a unificação de uma candidatura da base, corremos o risco da eleição de um novo Severino”, disse o ministro. O presidente em exercício já conversou pessoalmente com Fernando Giacobo (PR-PR) Osmar Serraglio (PMDB-PR), Rogério Rosso (PSD-DF), Beto Mansur (PRB-SP) e Heráclito Fortes (PSB/PI).

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