Criminalidade em alta
 O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes realiza, a cada  ano, estudo global sobre os homicídios, para avaliar a eficácia das  medidas postas em prática no combate à violência. Outrora ela ocorria,  com maior incidência, nos grandes centros urbanos; hoje, encontra-se  generalizada. As áreas rurais perderam a sua tranquilidade, em  decorrência da migração dos malfeitores, da fragilidade da segurança nos  contingentes rurais e das facilidades como os criminosos atuam. As  zonas rurais viraram permanentes áreas de risco.
No relatório  deste ano sobre a violência continental, a representação das Nações  Unidas concluiu ser o nosso País detentor da terceira maior taxa de  homicídios na América Latina. As estatísticas criminais indicam a  ocorrência de 22,7 casos para cada grupo de 100 mil habitantes. Com esse  número, o Brasil perde a liderança do ranking latino apenas para a  Colômbia, com 49 baixas por cada grupo de 100 mil e para a Venezuela,  com 33,4 ocorrências levantadas pelo Unodc.
Para a efetivação  desses estudos especializados, as Nações Unidas mobilizam os registros  estatísticos da Justiça Criminal e dos sistemas de saúde pública de 207  países. Os dados divulgados têm como base as ocorrências de 2010. A  liderança brasileira só se confirma quando a análise é feita levando-se  em conta os números absolutos, quando o País computou 43.909 homicídios.  No mundo, durante o ano passado, foram assassinadas 468 mil pessoas.
A  taxa de homicídios só tem diminuído em países da Ásia, Europa e América  do Norte. Contudo, a quantidade de mortes violentas registra aumento na  América Central e no Caribe, onde o envolvimento de armas de fogo está  presente em 74% das ocorrências formalizadas. Na Europa, onde o fenômeno  tem contornos distintos, objetos pontiagudos são as principais armas  empregadas (36%) na eliminação de pessoas. O padrão de desenvolvimento  continental não inibe a prática da eliminação física, típica do  subdesenvolvimento.
Os pesquisadores das Nações Unidas  estabeleceram conjeturas sobre o impacto da crise econômica mundial nos  índices de homicídios e a sua relação entre o tráfego de drogas e o  crime organizado. As conclusões apontam : a maior parte dos homicídios  ocorre em países com baixos níveis de desenvolvimento humano e com  elevados níveis de desigualdades. Há, também, no continente países mais  pobres e com menores taxas.
Nas ilações sobre o Brasil, a  pesquisa reforça um quadro repetido há três décadas sobre ser ele um dos  líderes da violência regional, o mais populoso e o que mais investe em  segurança pública: R$ 60 bilhões por ano, nas polícias estaduais, nos  sistemas prisionais e nas Secretarias de Justiça.
O Ministério da  Justiça reconhece não serem os dados disponíveis confiáveis, daí a  decisão do governo de criar um sistema nacional de estatística e  informação em segurança pública. Com a vigência desse novo padrão  metodológico, a União deixará de repassar os recursos para os Estados  que não informarem corretamente as estatísticas criminais. Para essa  recusa, só há um argumento político: ninguém deseja carregar a bandeira  de Estado mais violento.
 Fonte: Diário do Nordeste 
 
 
 
          
      
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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