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quarta-feira, 28 de março de 2012


Eleições municipais: parlamentares festejam eclosão de denúncias

"O processo é lento, mas produz seus efeitos. O país está mudando para melhor", crê Miro TeixeiraO ano de 2011 foi marcado pela queda de seis ministros escolhidos pela presidente Dilma Rousseff depois da eclosão de suspeita de corrupção nas pastas do Turismo, Casa Civil, Esportes, Trabalho, Agricultura e Transportes. Neste ano de 2012, as denúncias de suspeitas de irregularidades não cessaram. A mais recente chocou os brasileiros há duas semanas, depois da divulgação de um esquema de corrupção que se instalava no Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira, na Universidade Federal do Rio de Janeiro. 

Lá, o flagrante deu-se em licitações que seriam realizadas de forma fraudulenta e beneficiariam as empresas Rufolo, Locanty, Toesa, e Bella Vista. Se os contratos tivessem sido assinados, causariam um rombo de R$ 3 milhões nos cofres públicos em apenas seis meses, conforme revelou reportagem do Fantástico, da TV Globo
A proximidade das eleições municipais com os recentes episódios foi comemorada por diversos parlamentares, que viram nestes casos uma oportunidade de expor as mazelas da administração pública e a possibilidade de se discutir mecanismos para dificultar ações fraudulentas. Apesar das denúncias colocarem a classe política em xeque às vésperas do pleito, o fato de os escândalos ganharem a atenção da população é visto positivamente.
Deputado federal pelo PDT-RJ, Miro Teixeira vê com otimismo toda esta enxurrada de ilegalidades trazidas à tona. 
"A divulgação vem reduzindo aos poucos os casos de corrupção no país e inibindo a prática de novas ações. O processo é lento, mas produz seus efeitos", diz Miro. "O país está mudando para melhor. O noticiamento destes escândalos permite que o cidadão selecione melhor seus candidatos. Informações verdadeiras auxiliam na decisão da população". 
O deputado estadual do Rio de Janeiro Jânio Mendes (PDT) opina no mesmo sentido: 
"O voto consciente é o maior detergente de expurgo dos maus políticos. Os casos de irregularidades trazidos à tona enriquecem o debate público, seja na mídia convencional ou nas redes sociais. Espero que os últimos casos influenciem na decisão da população", aposta. 
Para o também pedetista Paulo Ramos (RJ), apesar das denúncias alavancarem a discussão de mudanças pela população, tudo é facilmente esquecido pouco depois.
"O que eu percebo claramente é que a população se revolta num primeiro momento, mas depois se habitua, porque há uma massificação da propaganda de TV e também nas ruas. Acontece com o povo o mesmo que ocorre aos bois: vão todos para o matadouro. As investigações não são feitas devidamente, e a pressão popular é inexpressiva. Muitas vezes a entidade pública que investiga determinada empresa também a contratou. Isto é desanimador", destaca Ramos, referindo-se à contratação das empresas Locanty e a Toesa pela Superintendência da Polícia Federal do Rio, responsável por investigar denúncias de licitação fraudulenta em hospital universitário da UFRJ.
Deputada do PSol, Janira Rocha destaca a dificuldade da população de separar os bons dos maus políticos: 
"Eu me sinto muito envergonhada diante destes casos de sujeira. Isso porque tais episódios fazem com que a sociedade seja cada vez mais preconceituosa com a classe política. A população não sabe separar o joio do trigo, isto é, os bons dos maus políticos. Quando tenho alguma agenda externa, percebo que o olhar de desconfiança do povo é lançado. Muita gente fica na dúvida em confiar ou não em alguém que é político", desabafa.
Fonte:JB

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