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sexta-feira, 30 de março de 2012


"Está na hora de agir", diz presidente da Fifa sobre Copa de 2014 

O presidente da Fifa, Joseph Blatter, elevou mais uma vez o tom nesta sexta-feira, pedindo que o governo brasileiro deixe a retórica de lado e comece a agir mais em relação aos preparativos para a Copa do Mundo de 2014.
Blatter assegurou que o conflito entre o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, e o governo Dilma Roussef está totalmente superado. Valcke disse há algumas semanas que era preciso "dar um chute no traseiro" dos brasileiros para agilizar os preparativos do Mundial de 2014.
Em entrevista coletiva na sede da entidade nesta sexta-feira, Blatter impediu Valcke de comentar o mal-estar criado no Brasil com suas declarações. Após pergunta direcionada ao francês sobre o episódio, o presidente tomou a palavra e reafirmou que o comitê executivo "tem completa confiança no trabalho do secretário-geral" e assegurou que ele está confirmado para seguir conduzindo as negociações futuras com o Brasil.
"As informações que recebi do governo brasileiro indicam que nada foi prejudicado por este episódio e ele inclusive já é considerado encerrado", disse.
Blatter também voltou a afirmar que a Fifa tem total confiança no governo Dilma, mas foi direto ao declarar que o momento agora é "de agir e não de ficar nas palavras".
Entenda a polêmica
Em entrevista concedida na sexta-feira (02/03), o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, disse que os organizadores do Mundial de 2014 precisavam de um "pontapé na bunda" para as obras da Copa do Mundo andarem no País, e afirmou que os preparativos brasileiros estão em "estado crítico".
As palavras não foram bem recebidas pelo governo brasileiro, e o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, afirmou no sábado (03/03) que não quer mais Valcke como interlocutor da Fifa para os assuntos relacionados à Copa de 2014. "As declarações são inaceitáveis, inadequadas para o governo brasileiro", disse Rebelo.
Não é de hoje que Valcke enfrenta rusgas com as autoridades brasileiras. Em comunicadopublicado no site da Fifa, o secretário pediu rapidez com a aprovação da Lei Geral da Copa: "o texto deveria ter sido aprovado em 2007 e já estamos em 2012", declarou.
No meio do fogo cruzado, o presidente do Comitê Organizador Local (COL), Ricardo Teixeira, manteve discurso neutro e apenas ressaltou que tudo sairá como o planejado. "Em todo processo democrático as discussões devem ser amplas e sempre levar em conta os interesses do povo", disse Teixeira na nota.
Na segunda-feira (05/03), Aldo Rebelo enviou à Suíça uma carta solicitando um novo interlocutor entre o governo brasileiro e a entidade máxima do futebol mundial. De acordo com o ministro do Esporte, "a forma e o conteúdo das declarações escapam aos padrões aceitáveis de convivência harmônica entre um país soberano como o Brasil e uma organização internacional centenária como a Fifa".
No mesmo dia, Marco Maia, presidente da Câmara dos Deputados, também atacou as palavras de Valcke, chamando o secretário-geral da Fifa de "deselegante". "Foi uma declaração que merece na verdade é que a gente dê um chute daqui para lá de volta e que se repudie qualquer declaração desse nível", opinou Maia.
Posteriormente, Valcke publicou carta em que se desculpava pelo incidente que classificou como um mal entendido. Segundo o dirigente da Fifa, o que houve não passou de um erro de tradução, e o Brasil segue seguro como "única opção para sediar a Copa do Mundo".
Aldo Rebelo aceitou o pedido de desculpas, mas disse que "este tipo de episódio não pode se repetir". Ficou ainda acertada uma reunião de Blatter com a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, ocorrida na sexta-feira dia 16 de março. Nela, as diferenças foram discutidas e o mandatário da Fifa pediu tempo para resolver o problema Valcke.
Fonte:JB

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